ANÁLISE: Band ‘abraça’ F1 e entrega cobertura de luxo do GP de São Paulo

Emissora paulista de desdobrou para fazer uma cobertura extensa, informativa e leve da passagem da F1 pelo Brasil

Mariana Becker entrevista Lewis Hamilton

Foto de: Reprodução

Neste fim de semana, tivemos um show em Interlagos, que mais uma vez não decepcionou na passagem da Fórmula 1 pelo Brasil. E não foi apenas os fãs presentes no autódromo que puderam ver isso em primeira mão. Quem acompanhou a ação pela Band certamente presenciou uma das melhores coberturas que tivemos de um GP em solo brasileiro.

De sexta até domingo, a Band se desdobrou para trazer uma cobertura extensa sobre a F1. Foram horas e mais horas de transmissões, programas dedicados e entradas na programação, trazendo ao fã tudo que acontecia em Interlagos.

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É preciso parabenizar a Band e toda sua equipe pelo grande trabalho feito. A emissora paulista ousou ainda, fazendo coisas que pessoalmente nunca havia visto em TV Aberta, como foi a transmissão do segundo treino livre, na manhã de sábado. Desde que me conheço por gente, essas sessões sempre foram restritas à TV Fechada.

E não parou por aí. Com o sábado e o domingo praticamente dedicados apenas à F1, vimos ainda boas matérias sobre grandes histórias da categoria, como o reencontro de Felipe Massa e Timo Glock, 13 anos após a dramática decisão do título de 2008 em Interlagos, a conversa entre Carlos Sainz e Rubens Barrichello sobre a fala do espanhol que foi tirada de contexto, criando muita polêmica ao redor do mundo e muitas outras falando sobre os pilotos do grid atual, a paixão das pessoas pelo esporte, além de destacar a história do Brasil na categoria.

A transmissão ao vivo também não ficou atrás em termos de qualidade. No domingo, a Band não parou de falar da F1 desde o início do Show do Esporte até muito depois do fim da corrida. Com a presença de entrevistados no estúdio, como os pilotos Fernando Alonso e Charles Leclerc, o CEO Stefano Domenicali e até mesmo a ginasta Rebeca Andrade, responsável pela bandeirada de chegada, e a presença de repórteres nas arquibancadas com o público e ao redor de Interlagos, a Band soube criar um clima de ansiedade para que vinha a seguir.

Além disso, exibiu em TV aberta certas partes de um dia de corrida que não víamos há anos, como o desfile dos pilotos ao redor do circuito e os minutos que antecederam a largada, como a ida ao grid.

A dedicação traz sua recompensa: a Band bateu neste domingo seu recorde de audiência com a F1, chegando inclusive à liderança em São Paulo nos momentos finais da prova. A média do GP de São Paulo foi de 6,9, com um pico de 7,9, enquanto a Globo, ex-detentora dos direitos de transmissão da categoria, não chegava a 7 pontos com o Zig Zag Arena, que entregava sua audiência mais baixa desde a estreia.

Esses números da Band no domingo acabam sendo menores que os das últimas edições do GP do Brasil na Globo. Em 2018, a média foi de 14 pontos, contra 13 em 2019. Mas, mesmo com um público menor do que com a emissora carioca, é inegável que a F1 está em melhores mãos, sendo melhor cuidada na Band.

Um dos grandes pecados da Globo nos anos finais de transmissões de F1, algo que foi apontado por diversos ex-nomes da casa em entrevistas ao Motorsport.com ao longo de 2021, é que a categoria virou refém da engessada grade de programação da casa, que cortava a transmissão mais a cada ano que passava. Sempre entrando em cima da hora da largada e encerrando logo após a bandeirada, sem nem dar espaço ao pódio.

O espaço maior que a Band dá para a categoria traz ainda outras consequências positivas: as transmissões são mais leves, porque narradores, comentaristas e repórteres têm tempo para tratar dos assuntos, não precisam correr para falar mil coisas em poucos minutos.

Isso torna também as exibições mais informativas. Isso agrada tanto os fãs mais hardcore da F1 quanto os que estão chegando agora, graças à influência das redes sociais ou da série da Netflix Drive to Survive.

Inclusive, acho que não é um exagero dizer que o trabalho feito pela Band neste fim de semana é comparável àquela que é considerada a melhor cobertura de F1 no mundo, a da Sky Sports F1, detentora dos direitos de transmissão da categoria no Reino Unido e responsável pelas transmissões em inglês na F1TV, serviço de streaming próprio da categoria.

Mas o fã brasileiro de F1 precisa ter algo muito importante na cabeça: não é possível para a Band repetir esse mesmo nível de dedicação em todas as 20+ etapas de uma temporada. Assim o ano todo, apenas uma transmissão dedicada em TV fechada.

No resto do ano, a Band (corretamente) precisa conciliar a F1 com os demais esportes da casa, além dos outros produtos de sua programação normal, como o Jornalismo e o entretenimento. Mesmo assim, é muito bom esse tamanho nível de dedicação e comprometimento em uma cobertura de F1, especialmente por se tratar da ‘nossa’ prova, agora rebatizada GP de São Paulo.

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