ANÁLISE: GP da Hungria insano coroa melhor início de temporada da F1 desde 2012

Apesar do domínio de Hamilton e Verstappen, temporada é marcada por grandes corridas e belas disputas

Max Verstappen, Red Bull Racing RB16B, Lewis Hamilton, Mercedes W12

Foto de: Mark Sutton / Motorsport Images

No último domingo (01), a Fórmula 1 entregou aos fãs uma daquelas provas que prendem a nossa atenção do apagar das luzes à bandeira quadriculada. O GP da Hungria teve todos os ingredientes de uma boa corrida: caos, problemas para os líderes do campeonato, belas disputas em uma pista que não favorece ultrapassagens e um vencedor ‘azarão’. E essa prova veio para coroar um dos melhores inícios de temporada dos últimos anos.

A vitória de Esteban Ocon após uma disputa intensa com Sebastian Vettel durante toda a corrida enquanto Lewis Hamilton e Max Verstappen buscavam fazer controle de danos seguiu uma história que vimos com frequência nessa primeira metade de temporada: GPs acima da média marcados por grandes histórias.

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Essa tem sido uma tônica da temporada 2021 até aqui: diferente de anos anteriores, desta vez o público tem sido presenteado com um alto número de corridas boas. Mesmo provas consideradas chatas pelo público, como Mônaco, trouxeram emoções em diversas frentes, não apenas na disputa pela ponta que, sem dúvidas, é o principal destaque do ano.

Se em 2019 e 2020 tivemos uma Mercedes muito à frente das rivais, este ano a história não se repete. A equipe alemã parece ter sido afetada pelas mudanças no regulamento referente a assoalho e aerodinâmica, perdendo aquela dianteira vista anteriormente. Já a Red Bull se aproveitou da manutenção do carro do ano passado para este e quebrou uma escrita incômoda da equipe, que tradicionalmente abre o ano atrás, se recuperando ao longo do ano.

Com isso, temos uma das disputas mais intensas pelo título dos últimos anos. De um lado, Hamilton e Mercedes, que buscam seguir fazendo história, mantendo o domínio da era híbrida o que, para o britânico, vale ainda o recorde absoluto de títulos na F1, com oito. Do outro, Verstappen e Red Bull. O holandês finalmente tem em mãos um carro digno de suas habilidades, capaz de lutar pelo título, enquanto a equipe busca reviver os momentos de glória que passou com Sebastian Vettel entre 2010 e 2013.

Max Verstappen, Red Bull Racing, 1st position, and Lewis Hamilton, Mercedes, 2nd position, congratulate each after Sprint Qualifying

Max Verstappen, Red Bull Racing, 1st position, and Lewis Hamilton, Mercedes, 2nd position, congratulate each after Sprint Qualifying

Photo by: Mark Sutton / Motorsport Images

Hamilton e Verstappen protagonizaram belas disputas neste início de ano, com rodas batendo nas primeiras voltas. Isso até a chegada do GP da Grã-Bretanha, que deve mudar a dinâmica da luta pelo título no segundo semestre.

Mas a temporada de 2021 vai muito além de Mercedes x Red Bull, Hamilton x Verstappen, e o GP da Hungria deixou isso claro, com outros pilotos ocupando os holofotes do domingo.

Com o domínio da Mercedes na era híbrida, a disputa do pelotão do meio sempre se mostrou mais emocionante e, mesmo com o crescimento da Red Bull, isso não deixou de acontecer. Temos Ferrari e McLaren em uma batalha ferrenha pelo terceiro lugar no Mundial de Construtores, com Charles Leclerc, Carlos Sainz e Lando Norris sendo destaques no ano, enquanto Daniel Ricciardo segue sofrendo em sua adaptação ao carro da equipe britânica.

Mas, apesar de um início mais forte destas duas equipes, os últimos GPs mostraram que elas não estão mais sozinhas, com Alpine, Aston Martin e até mesmo a AlphaTauri entrando no meio desta disputa. Fernando Alonso e Vettel, dois dos principais nomes do grid, se recuperaram após um começo abaixo do esperado, enquanto Pierre Gasly segue sendo um dos nomes mais consistentes do grid.

Todos esses ingredientes combinados tornam 2021 uma das melhores temporadas dos últimos anos. Desde 2012 não víamos um campeonato tão intenso quanto esse, por mais que os motivos sejam muito diferentes.

Fernando Alonso, Ferrari F2012, leads Sebastian Vettel, Red Bull RB8 Renault

Fernando Alonso, Ferrari F2012, leads Sebastian Vettel, Red Bull RB8 Renault

Photo by: Andrew Ferraro / Motorsport Images

No total, oito pilotos diferentes venceram naquele ano, sendo que nas sete primeiras etapas tivemos sete vencedores diferentes. Mesmo assim, quando a F1 entrou na pausa de verão, coincidentemente após o GP da Hungria, Fernando Alonso era o claro líder e favorito ao título, com 40 pontos de vantagem para o vice-líder, Mark Webber.

Mas o que aconteceu no segundo semestre foi um incrível ressurgimento de Vettel, que venceu quatro corridas consecutivas, foi ao pódio em outras três e terminou com o tricampeonato após um GP do Brasil dramático, caindo para o fim do grid ainda no começo da corrida. O alemão ainda terminou em sexto, superando Alonso no campeonato por míseros três pontos.

Apesar dos abandonos causados pelos ‘strikes’ de Valtteri Bottas e Lance Stroll na primeira curva, que tiraram nomes importantes da disputa, o GP da Hungria mostrou bem qual é a realidade da F1 atual. Mesmo com uma briga clara pela ponta entre Mercedes e Red Bull, temos grupos bem equilibrados ao longo do grid, que vêm proporcionando belos momentos nessas 11 primeiras corridas de 2021.

Em uma temporada marcada por grandes corridas, o GP da Hungria e a improvável vitória de Esteban Ocon, o primeiro piloto a quebrar um domínio de Mercedes e Red Bull, vieram para renovar a paixão do fã pelo esporte e comprovar que temos um dos melhores campeonatos dos últimos anos.

Esteban Ocon, Alpine A521, Sebastian Vettel, Aston Martin AMR21

Esteban Ocon, Alpine A521, Sebastian Vettel, Aston Martin AMR21

Photo by: Mark Sutton / Motorsport Images

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