Análise técnica: como a Mercedes deu a volta por cima no GP do Japão

A Mercedes alcançou um feito monumental no GP do Japão, tornando-se a primeira equipe na história da Fórmula 1 a conquistar seis Campeonatos Mundiais de pilotos e construtores consecutivos.

O que torna isso impressionante é que o time conseguiu isso em meio a uma sequência de mudanças nos regulamentação, o que mostra poder de adaptação e desenvolvimento a uma variedade de circunstâncias.

Esta temporada não é exceção, pois a Mercedes teve que superar os avanços de seus rivais ao longo do ano.

O progresso de 2019 desacelerou depois das férias de verão, pois a Ferrari experimentou um período de ascensão e desafiou as flechas de prata em circuitos onde não se esperava que os italianos estivessem fortes.

Buscando manter sua trajetória de desenvolvimento ao longo da temporada e voltar a andar na frente da Ferrari, os alemães implementaram uma grande atualização para o GP do Japão.

É importante notar que, embora a Mercedes tenha se empenhado em recuperar terreno em relação à Ferrari, o avanço que vimos das flechas de prata em Suzuka não é algo que pode ser alcançado em curto espaço de tempo, e essa abordagem sempre foi o norte do programa de desenvolvimento do time em 2019.

Embora isso não signifique os alemães não tenham investido recursos para o projeto deste ano em busca de refinar ainda mais o carro.

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Os menores detalhes aerodinâmicos costumam ter os efeitos mais profundos no restante do carro, ainda mais quando é uma alteração na asa dianteira. Para o GP do Japão, a Mercedes levou exatamente isso: uma pequena aleta em forma de asa foi adicionada à face externa das extremidades laterais. Isso não apenas jogará um fluxo de ar em forma de vórtice à partir da extremidade da asa - que terá um impacto aerodinâmico a jusante - mas também alterará o gradiente de pressão na superfície da placa final, um fator chave na pressão aerodinâmica.

O desenvolvimento da região à frente e em torno dos sidepods desta geração de carros tem sido feroz, com as equipes constantemente procurando novas soluções para a área em questão. A redefinição do regulamento deste ano, embora não tenha focado nessa área, fez com que as equipes repensassem constantemente sua abordagem, com cada alteração afetando a cadeia de dispositivos aerodinâmicos. É por isso que, quando vemos uma mudança na frente do carro, como fez a Mercedes no Japão, isso muitas vezes coincide com alterações nas laterais, nas tomadas de ar e na parte traseira do carro também.

A Mercedes alterou quase todas as superfícies conectadas ao conjunto de defletores, na seção frontal do piso e ao condicionador de fluxo de ar, enquanto continua a encontrar desempenho aerodinâmico ao lidar bem com a turbulência criada pelas rodas dianteiras.

[1] A atualização mais recente cortou a conexão entre painel vertical principal e a aleta horizontal, que antes formavam uma moldura fechada. [2] O painel vertical de entrada foi um dos únicos itens mantido em toda a montagem. [3] A equipe adicionou outra seção horizontal que preencheu a lacuna entre os dois defletores montados sobre o assoalho. [4] O número de tiras de reforço usadas na porção central do defletor foi aumentado de quatro para cinco. [5] A borda do assoalho virada para cima foi remodelada e um elemento em arco foi adicionado acima dela, que fornece um ponto de ancoragem para o painel vertical principal.

Uma nova barbatana foi colocada na porção traseira do assoalho, ao lado do pneu traseiro, pois a equipe simplesmente procura redirecionar melhor o fluxo de ar que agora está passando naquela região.

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Mercedes não foi única a levar novidades

Praticamente todas as equipes do grid levaram atualizações para o GP do Japão. As mais significativas vieram de Red Bull, Renault e Williams.

No entanto, das três, apenas a equipe francesa deu sinais de ter ganho ritmo em relação aos rivais, pois Daniel Ricciardo e Nico Hulkenberg conseguiram levar os carros da Renault aos pontos e acirrar a briga pela quarta posição no mundial de construtores. Confira todas as atualizações levadas pelas equipes à Suzuka:

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