Análise

ANÁLISE: Veja quais são os obstáculos que a F1 precisa enfrentar para realização das corridas sprint

Apesar do apoio das equipes, ainda há algumas questões a serem esclarecidas para ao novo formato de corridas acontecer; entenda

The busy pre race grid

Charles Coates / Motorsport Images

As notícias de que as equipes da Fórmula 1 ofereceram "amplo apoio" para a introdução de corridas sprint neste ano marcaram um avanço importante para o principal campeonato do automobilismo.

Depois de executar efetivamente o mesmo formato desde que a prova de classificação foi introduzida em 2006, a elite do esporte a motor mundial está finalmente à beira de uma grande mudança.

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Isso marca um fim nas discussões de anos sobre possíveis alterações de formato. A categoria máxima pressionou pela introdução de uma corrida de classificação de grid reverso em certas etapas na temporada passada.

A corda bamba entre o entretenimento e os truques foi algo que a F1 teve que trilhar com cuidado quando se tratava de possíveis mudanças de formato, mas o novo CEO Stefano Domenicali rapidamente se preparou. Ele deixou claro no início deste mês que os planos de grid reverso estavam "acabados", mas que as corridas sprint estavam na mesa para 2021.

"Estamos pensando se isso pode ser testado ainda neste ano", disse Domenicali. "Há discussões em andamento com as equipes e acho que talvez essa seja a única coisa que possa ser interessante."

A reunião da Comissão da F1, que aconteceu na quinta-feira, viu as equipes discutirem formalmente os planos e, ao contrário da proposta do grid reverso, todos estavam de acordo.

Uma declaração emitida pela categoria e pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA) após a reunião disse que havia "amplo apoio" para o projeto da corrida sprint, mas que outras ideias deveriam ser concretizadas por meio de um grupo de trabalho recém-formado. O grupo terá como objetivo traçar um plano completo nas próximas semanas, permitindo que uma decisão final seja tomada antes do início da nova temporada.

Ainda há uma série de obstáculos que o novo time de trabalho deve superar para fazer o projeto da corrida acontecer. Mas com o principal - a aprovação inicial das equipes - garantido, o resto será apenas uma formalidade.

Vale ressaltar que as provas sprint não serão uma substituição total para a classificação. O plano para 2021 é realizá-los em três GPs - Canadá, Itália e Brasil - como parte do esforço para atrair novos fãs.

A classificação ainda ocorreria no formato atual, mudando para a tarde de sexta-feira e deixando apenas uma única sessão de treinos para acontecer pela manhã. Isso formaria o grid para a corrida de sprint, cujo resultado definiria a ordem de largada final para o GP de domingo.

Mas uma das dúvidas que as escuderias tiveram na reunião foi qual seria o status do vencedor da corrida sprint. Eles teriam a 'pole position' oficial para o GP? Isso estaria reservado para o formato de classificação regular?

É um detalhe técnico que a F1 precisará esclarecer, e não apenas por causa dos recordes. Os contratos dos pilotos geralmente giram em torno dos resultados e vitórias, o que significa que deve haver uma definição clara do que constitui a prova sprint do ponto de vista legal.

Também será necessário que haja clareza sobre como a adição dessas corridas afetaria as minúcias técnicas de correr um fim de semana, melhor dizendo, o uso de pneus e a vida útil das peças. Uma solução para pneus parece simples, já que os times vão economizar sets com apenas uma sessão de treinos. Na frente das peças, as equipes estão sujeitas a limites estritos de quantos componentes de unidade de potência podem usar por ano, mas as corridas sprint sem dúvida aumentariam o estresse colocado nessas peças.

Haverá também questões sobre penalidades do grid, e se eles podem ou não ser atendidos em uma prova sprint em vez do GP. Embora crie novas áreas para os administradores introduzirem penalidades, provavelmente haverá muito mais dúvidas surgindo a partir disso.

O sistema de pontos e prêmios em dinheiro também precisa ser esclarecido. A atribuição de pontos acrescentaria um tempero extra às corridas de novo formato e deixaria os pilotos realmente avaliando o risco e a recompensa de tentar lutar contra a ordem, especialmente em uma prova de cerca de 30 minutos.

Dada a distância definida como um terço de um GP regular de 100 km, atribuir pontos com uma ponderação semelhante parece lógico. Pode-se apontar para os seis primeiros em um formato 8-6-5-4-2-1, ou os oito primeiros usando o sistema anterior a 2010. São detalhes desse tipo que precisam ser esclarecidos pelo grupo de trabalho para garantir que o formato seja justo.

Outra grande questão envolve a escolha da corrida. Monza foi uma seleção óbvia para este tipo de configuração, dada a sua natureza de alta velocidade e chances de ultrapassagem, com o incrível GP do ano passado sendo o gatilho para novas conversas sobre mudanças de formato.

Interlagos e Montreal são escolhas lógicas - mais uma vez, seus layouts incentivam ultrapassagens - mas inevitavelmente haverá dúvidas sobre sua viabilidade este ano, considerando que nenhuma das corridas aconteceu em 2020. É outro exemplo da fé da F1 no calendário existente. Mas uma dúvida seria que se essas etapas não fossem adiante este ano, outros eventos pegariam o manto para as corridas sprint?

Esse novo formato ainda pode causar preocupação entre alguns fãs no que diz respeito a direção que a categoria está tomando, mas é um passo gentil que não deve minar muito o DNA da série. Os pilotos e equipes mais rápidos não sofrerão nenhuma penalidade, o que era o temor de muitos.

Uma das preocupações válidas seria o que a presença de outra corrida de fim de semana faz para o GP em si, e se isso tiraria algum brilho no evento de domingo. Mas, como o editor global do Motorsport.com, Jonathan Noble, apontou na sua coluna no início desta semana, o GP de Macau tem um formato de corrida de classificação e nunca sofreu com isso. Na verdade, apenas adiciona entretenimento e variedade, muitas vezes produzindo diferentes vencedores. 

E a beleza de tudo isso é que ele pode ser revertido facilmente, se necessário. Se, no final do ano, o feedback for que as corridas sprint foram uma má ideia, o fato de terem acontecido em apenas alguns eventos facilitaria sua remoção. O oposto também é verdadeiro: se elas forem um sucesso estrondoso, então podem ser expandidos com bastante facilidade.

Com as equipes de acordo para uma prova neste novo formato neste ano, o maior obstáculo já foi superado. O novo grupo de trabalho da F1 vai acertar os detalhes, mas assim que tiver mais esclarecimentos nas próximas semanas, deve dar outro motivo para ficar animado para a temporada de 2021 - e deve ser considerado um sucesso inicial impressionante na estreia de Domenicali.

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