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Equipes da F1 veem grandes dificuldades em manter foco em projeto de 2021

Red Bull, Mercedes e Ferrari terão que lidar com grande mudança de conceito de carro para 2021, enquanto trabalham para se manter competitivos neste ano e para a próxima temporada

2021 car rendering

2021 car rendering

Autosport

Embora os regulamentos técnicos completos para 2021 não devem ser publicados até o final de outubro, as equipes da F1 têm uma ideia aproximada do que os novos projetos implicarão.

No entanto, a preparação para essa mudança de regra é difícil porque nada está finalizado e, ao mesmo tempo, os times estão completando a temporada de 2019 e estão no meio do desenvolvimento de seus carros para 2020.

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Questionado pelo Motorsport.com sobre o quão difícil está sendo trabalhar no modelo de 2021 nessas circunstâncias, o engenheiro-chefe da Red Bull, Paul Monaghan, disse: "É um grande desafio.”

“Queremos superar esses caras [Mercedes e Ferrari], somos obrigados a olhar para os regulamentos de 2021 agora e a negociação está em andamento sobre como eles serão.”

“Portanto, nossos recursos estão sendo empurrados e puxados em várias direções e a mudança proposta para 2021 é enorme.”

As equipes de F1 geralmente reduzem o desenvolvimento do carro da temporada atual após as férias de verão e neste ano não está sendo diferente, restando cinco corridas para o fim.

Isso permite que o foco na fábrica mude para a temporada seguinte, mas um lançamento particular para 2021 significa que as equipes precisam descobrir como dividir ainda mais os recursos.

Respondendo à mesma pergunta que Monaghan, o diretor técnico da Mercedes, James Allison, disse que uma grande mudança nas regras é sempre "muito desafiadora" para as equipes, mas, embora a revisão de 2021 seja significativa, as equipes ainda não podem dedicar muita atenção a ela.

"Esta mudança é certamente muito maior que a maioria das anteriores e isso o tornará especialmente desafiador", disse ele.

“Eu diria que, no entanto, a natureza exata dessas regras ainda está sendo discutida.”

“E, portanto, a quantidade real de trabalho que pode ser feita no momento é relativamente limitada porque, precisamente onde essas regras serão alteradas ainda não está definida.”

"Mas vai ser difícil."

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Laurent Mekies, diretor esportivo da Ferrari, acrescentou que o foco da equipe ainda estava em refinar as regras de 2021.

A Ferrari não está feliz com as restrições técnicas planejadas que foram apresentadas para reduzir custos e seu foco tem visado por mais liberdade.

"Temos um show muito bom no momento e sempre somos um pouco cautelosos em termos uma mudança tão grande", disse Mekies.

"Pode haver muitas consequências não intencionais e é algo que ainda estamos obviamente discutindo com as partes interessadas para garantir que não terminemos com algo que não é tão bom quanto o que temos agora.”

Analisamos as propostas técnicas para 2021

Recentemente a Fórmula 1 divulgou as primeiras imagens de um modelo de testes sendo testado no túnel de vento da Sauber (Alfa Romeo). De acordo com os responsáveis técnicos, o carro mostrou resultados positivos no que diz respeito a redução da turbulência que hoje dificulta que os pilotos façam ultrapassagens.

Isso se deve à aplicação do efeito solo, algo que a categoria baniu nos anos 80 por conta do elevado número de acidentes associados à tecnologia. Relembre o teste do carro e nossas análises sobre a F1 de 2021 e sobre o efeito solo.

O teste no túnel de vento:

Nossa análise exclusiva do modelo 2021:

 

Efeito Solo

O controverso sistema que 'gruda' os carros ao chão e beneficia as ultrapassagens já foi banido da Fórmula 1 no passado por ser considerado muito perigoso. No entanto, os entusiastas lembram que a competição era mais acirrada no período em que a tecnologia esteve presente. Relembre as curiosidades sobre o efeito solo: 

1970 - Chaparral 2J-Chevrolet

1970 - Chaparral 2J-Chevrolet

Foto de: LAT Images

A tecnologia foi primordialmente explorada pela equipe Chaparral, que utilizou o modelo 2J no campeonato norte americano de protótipos, o Can-Am. No entanto, mesmo sem ter conquistado nenhuma vitória, a novidade foi banida da categoria.
1978 - Lotus

1978 - Lotus

Foto de: Rainer W. Schlegelmilch

A equipe chegou a experimentar o efeito solo em 1977, mas foi no ano seguinte que implementou a tecnologia em definitivo. O time venceu oito corridas naquele ano e conquistou o mundial de construtores e o mundial de pilotos com Mario Andretti.
1978 - Lotus

1978 - Lotus

Foto de: LAT Images

Andretti venceu seis provas e somou 64 pontos, 13 a mais que seu companheiro de equipe, Ronnie Peterson. A Lotus só não venceu todas as etapas do mundial porque seu carro tinha problema de confiabilidade, algo comum na antiga F1.
Colin Chapman: o criador, mas nem tanto

Colin Chapman: o criador, mas nem tanto

Foto de: Sutton Motorsport Images

Colin Chapman, o projetista chefe e proprietário da Lotus, colhe até hoje os louros pelo sucesso do efeito solo na F1. No entanto, apesar de ser o idealizador do carro vencedor, os responsáveis por trazer o efeito solo para a equipe foram Tony Rudd e Peter Wright, que já tinham tentado algo similar na BRM no final dos anos 60.
1978 - Brabham BT46B Alfa Romeo

1978 - Brabham BT46B Alfa Romeo

Foto de: LAT Images

Além da Lotus, outras equipes de várias categorias já estavam perseguindo ideias semelhantes desde o começo da década de 70. A Brabham foi quem mais se aproximou de bater a Lotus em 1978.
1978 - Brabham BT46B

1978 - Brabham BT46B

Foto de: Sutton Motorsport Images

Niki Lauda venceu a etapa da Suécia da F1 com um carro que usava um ventilador para "chupar" o ar debaixo do carro e forçar o efeito solo. No entanto, a tecnologia do time foi banida antes do fim da temporada.
1978 - Jody Scheckter, Ferrari 312T4

1978 - Jody Scheckter, Ferrari 312T4

Foto de: LAT Images

Apesar de não usar o efeito solo em 1978, a equipe italiana foi vice-campeã em 1978, graças à confiabilidade do carro que venceu todas as vezes que a Lotus teve problemas. Em 1979, a Ferrari reuniu o que tinha de melhor do carro do ano anterior com uma versão própria do efeito solo, e com isso dominou o campeonato. Jody Scheckter venceu e Gilles Villeneuve foi vice.
1980 - Williams FW07B Ford Cosworth

1980 - Williams FW07B Ford Cosworth

Foto de: LAT Images

A Williams resolveu dois problemas do efeito solo e faturou a temporada de 1980 com Alan Jones. A equipe conseguiu reduzir os custos da solução e fazer com que as peças se ajustassem às curvas, evitando a perda do efeito fora das retas.
1980 - Nelson Piquet, Brabham BT49-Ford Cosworth

1980 - Nelson Piquet, Brabham BT49-Ford Cosworth

Foto de: LAT Images

Nelson Piquet venceu suas primeiras corridas a bordo de uma Brabham naquele mesmo ano e fez frente à Alan Jones no campeonato mundial.
1980 - Brabham BT49

1980 - Brabham BT49

Foto de: Sutton Motorsport Images

O brasileiro triunfou três vezes na temporada e chegou a liderar o campeonato.
1980 - Nelson Piquet (Brabham) e Alan Jones (Williams)

1980 - Nelson Piquet (Brabham) e Alan Jones (Williams)

Foto de: Jean-Philippe Legrand

No entanto, a falta de confiabilidade do carro acabou impedindo Piquet de pontuar nas duas últimas etapas, enquanto Jones vencia as provas e superava o brasileiro, sagrando-se campeão mundial.
1981 - Nelson Piquet, Brabham BT49C

1981 - Nelson Piquet, Brabham BT49C

Foto de: LAT Images

O ano foi um dos mais disputados da história da categoria, com sete pilotos de seis equipes diferentes vencendo corridas.
1981 - Nelson Piquet, Brabham

1981 - Nelson Piquet, Brabham

Foto de: Sutton Motorsport Images

Nelson Piquet brilhou no carro da Brabham, que era capaz de se ajustar às curvas para manter o efeito solo e vencer a concorrência. O brasileiro conquistava ali o primeiro título mundial de sua galeria.
1982 - Keke Rosberg, Williams FW08

1982 - Keke Rosberg, Williams FW08

Foto de: Sutton Motorsport Images

No último ano do efeito solo na categoria, Rosberg se valeu da regularidade para ser campeão mundial.
1982 - Keke Rosberg, Williams

1982 - Keke Rosberg, Williams

Foto de: Williams F1

Naquele ano, 11 pilotos diferentes venceram corridas, mas o finlandês, que venceu apenas uma, chegou mais vezes nos pontos do que todos os rivais e levou o caneco.
1982 - Excesso de acidentes pôs fim ao efeito solo

1982 - Excesso de acidentes pôs fim ao efeito solo

Foto de: LAT Images

Os acidentes se tornaram frequentes com o avanço do efeito solo, pois bastava o carro tocar no chão para o efeito ser totalmente cancelado, fazendo com que os pilotos perdessem o controle do carro. Dois dos acidentes foram fatais. Na imagem acima, o acidente que tirou a vida de Gilles Villeneuve.
1982 - Excesso de acidentes pôs fim ao efeito solo

1982 - Excesso de acidentes pôs fim ao efeito solo

Foto de: LAT Images

O último acidente fatal daquele ano foi o de Riccardo Paletti, no Canadá. Logo em seguida, a FIA decidiu eliminar totalmente o efeito solo. Depois do acidente de Paletti, as próximas mortes durante em um fim de semana de GP foram as de Ratzenberger e Senna em Imola, 12 anos depois.
2021 - O retorno do efeito solo

2021 - O retorno do efeito solo

Foto de: Giorgio Piola

Em 2019, a F1 está decidindo os rumos que tomará no futuro. Buscando aumentar as ultrapassagens e o espetáculo, a categoria decidiu reintroduzir a tecnologia a partir de 2021.
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