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F1: Há 30 anos, Senna conquistava o tricampeonato em Suzuka

Erro de Mansell ajudou brasileiro a garantir terceiro título no meio do GP do Japão

Ayrton Senna, McLaren MP4-6 Honda

Foto de: Ercole Colombo

Em 20 de outubro de 1991, o público celebrava aquele que segue sendo o último título de um piloto brasileiro na Fórmula 1. No GP do Japão daquele ano, Ayrton Senna viu o erro de Nigel Mansell no início da etapa de Suzuka para fazer uma prova controlada, terminar em segundo após ceder a vitória ao companheiro de McLaren Gerhard Berger, e conquistar seu tricampeonato.

Com seis vitórias no ano, incluindo uma sequência impressionante de quatro triunfos nas quatro primeiras corridas do ano (Phoenix, Interlagos, Ímola e Mônaco), Senna chegava à Suzuka com folga na liderança do Mundial, tendo 85 pontos contra 69 de seu único rival no ano, Nigel Mansell.

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Mesmo com o britânico acordando na segunda metade da temporada e anotando cinco vitórias nas oito corridas que antecederam Suzuka, incluindo na etapa anterior em Barcelona, Senna vinha em boas condições para garantir o título com uma prova de antecedência. Era o embrião do que viria a ser a Williams ‘de outro mundo’ que o esporte viu em 1992 e 1993, com os títulos do próprio Mansell e o tetracampeonato de Alain Prost.

Isso ficava visível na tabela do Mundial de Construtores. Enquanto Senna dominava entre os pilotos, a dupla Mansell e Riccardo Patrese apresentava uma consistência maior, deixando a Williams à frente da McLaren por um ponto: 117 a 116.

Na classificação, a McLaren já mostrou sua força, com Berger fazendo a pole, quase dois décimos à frente de Senna, enquanto Mansell saía logo atrás, na terceira posição com a Williams.

Berger seguiu mostrando sua força no domingo. Com uma boa largada, o austríaco rapidamente começou a abrir, deixando Senna para bloquear Mansell. Para manter suas chances de título vivas, o britânico precisava vencer a qualquer custo.

Vendo Berger disparar, Mansell começou a pressionar Senna, contando que o brasileiro cometeria um erro. Mas o que aconteceu foi exatamente o contrário. Foi o ‘Leão’ que acabou rodando no início da décima volta em meio a problemas com seu freio. Sem ter condições de voltar, Senna garantia o tricampeonato, mesmo com muita corrida ainda pela frente.

Para garantir de vez o título, a McLaren adotou as ordens de equipe, pedindo a Berger que deixasse Senna passar com a promessa de que, caso os dois seguissem em primeiro e segundo na volta final, o brasileiro cederia a vitória ao companheiro de equipe.

Ayrton Senna, McLaren, Gerhard Berger, McLaren

Ayrton Senna, McLaren, Gerhard Berger, McLaren

Photo by: Motorsport Images

Senna e Berger fizeram uma prova dominante do início ao fim e, na volta final, o brasileiro cumpriu sua promessa, abrindo caminho para que o austríaco passasse para conquistar sua primeira vitória pela McLaren, terminando apenas 0s3 à frente de Senna.

 “É a última volta da prova. 5.864 metros para que Ayrton Senna vença mais uma vez na F1”, disse Galvão Bueno, na transmissão da Rede Globo. “Para que ele conquiste sua 33ª vitória. Ergue o punho e comemora Senna! Ele vem na última volta, para comemorar o tricampeonato!”.

Mas a narração de Galvão é lembrada principalmente pelos metros finais: “Berger se aproxima. A McLaren prepara a festa. A Honda prepara a festa. O Brasil prepara a festa de Senna. Berger se aproxima muito. Ele faz o sinal para Berger. Eu sabia! Senna deixa Berger passar! Gerhard Berger vence e Ayrton Senna é tricampeão mundial de Fórmula 1!”.

Reveja a narração de Galvão Bueno da última volta:

Apesar da vitória em plena madrugada, a celebração no Brasil foi enorme. Em um momento em que o país sofria de um jejum de mais de duas décadas no futebol, as conquistas de Senna ajudavam ainda a aliviar outros problemas que o país vivia, como a crise econômica.

Entre os Construtores, a situação foi resolvida apenas na etapa final, o GP da Austrália em Adelaide. E apesar do equilíbrio maior de Mansell e Patrese, a força de Senna e Berger nas duas últimas provas garantiram que a McLaren levasse a melhor, com 139 pontos contra 125 do time de Sir Frank Williams.

A vitória de Senna em Adelaide seria a última do brasileiro por vários meses. Com o crescimento e domínio da Williams na sequência, o tricampeão voltou a vencer apenas no GP de Mônaco de 1992, triunfando apenas mais duas vezes naquele ano, na Hungria e na Itália para terminar em quarto no Mundial, com menos da metade dos pontos do campeão, Mansell.

Senna sempre considerou o título de 1991 um dos mais memoráveis de sua carreira, considerando o único conquistado de forma limpa, sem influências extrapista, em menção ao então presidente da FIA, Jean-Marie Ballestre. Em comparação, ele dizia que o primeiro foi fantástico, por ser o primeiro, enquanto o de 1990 ele considerava “triste”, por ser uma ‘revanche’ do que havia acontecido no ano anterior com Prost.

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