Mazepin não vê F1 como "capítulo encerrado" e não buscará vagas em outras categorias

Piloto russo diz que mira retorno à F1 no futuro mas, no momento, focará apenas na criação de sua fundação

Nikita Mazepin, Haas F1 Team, is interviewed

Foto de: Carl Bingham / Motorsport Images

O russo Nikita Mazepin se manifestou publicamente pela primeira vez desde o lançamento de um breve comunicado em suas redes sociais sobre o término de seu contrato com a Haas na Fórmula 1 no último sábado. O piloto, que agora se encontra sem equipe, diz que não vê seu capítulo na categoria como encerrado e falou sobre a decisão de sua agora ex-equipe.

A Haas anunciou no sábado que havia encerrado o contrato com Mazepin e com a Uralkali, empresa de seu pai que era patrocinadora máster da equipe. E enquanto ele sente que as ações da Haas são injustas, afirmando que estava pronto para competir sob uma bandeira neutra como determinado pela FIA, ele jurou que fará de tudo para ajudar aqueles que enfrentam uma situação similar à sua.

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Falando com a imprensa em uma coletiva virtual nesta quarta, Mazepin disse que sua fundação, We Compete as One (Competimos como um, em alusão ao slogan da F1) será financiado pelo dinheiro de patrocínio que originalmente seria da Haas.

"A decisão da Haas não foi baseada em nenhuma diretiva de autoridades do esporte, ou ditada por sanções colocadas contra mim, meu pai ou sua empresa. E não sinto que isso seja justo. Mas há algo mais importante aqui. Eu pergunto: não há lugar para neutralidade no esporte?".

"Um atleta não tem o direito de não apenas ter uma opinião, mas também de mantê-la fora do espaço público? Um atleta deveria ser punido por isso? E queremos que o esporte se torne apenas mais uma praça pública para o debate político".

"Todos sabemos de casos em que um país é contra competir contra outro nas Olimpíadas por discordâncias políticas. Vimos nos anos 1980 que uma geração de atletas perderam seus sonhos e a chance de competir no nível mais alto quando os países começaram a boicotar uns aos outros".

"É esse o esporte que queremos? Ou seria o esporte uma forma de unir as pessoas, mesmo nos momentos mais difíceis, especialmente nos mais difíceis. Minha experiência nos últimos dias me fez pensar nessas questões".

Nikita Mazepin, Haas F1 Team

Nikita Mazepin, Haas F1 Team

Photo by: Carl Bingham / Motorsport Images

Mazepin explicou que a fundação dará apoio, financeiro e não-financeiro, a atletas impedidos de competir. Isso pode incluir auxílio legal ou até mesmo psicológico.

"Todos sabemos que atletas têm carreiras curtas e que é necessário anos de sacrifício intenso para entregar o nível mais alto de performance. Quando a recompensa final é retirada, é devastador. E ninguém está pensando no que acontecerá a seguir com esses atletas. Eu vou lidar com isso".

Mazepin não desistiu de um potencial retorno à F1 no futuro, mas diz que, neste momento, seu foco estará na fundação.

"Eu absolutamente não vejo a F1 como um capítulo encerrado para mim. Me manterei em forma para correr. E estarei pronto para a oportunidade caso ela apareça. E, no momento, estou olhando apenas para a F1 e não outras categorias".

"Não planejo participar de diferentes categorias e campeonatos. No momento, focarei toda minha atenção e tempo para trabalhar nesta fundação".

O russo revelou ainda que recebeu mensagens de apoio de vários pilotos sobre sua situação: "Eu agradeço muito o pequeno número de pilotos que vieram falar comigo, como Sergio [Pérez], Valtteri [Bottas], Charles [Leclerc] e George [Russell]".

"Também gostaria de dizer que agraço o apoio deles, porque na minha longa jornada a caminho da F1, todos eles me apoiaram neste momento em que perdi meu sonho, arriscando perder suas vagas".

Nikita Mazepin, Haas F1 Team

Nikita Mazepin, Haas F1 Team

Photo by: Carl Bingham / Motorsport Images

Mazepin diz que não quer comentar muito sobre a guerra na Ucrânia, mas admitiu que é um momento doloroso para todos.

"Quero dizer, em primeiro lugar, que entendo que o mundo não é o mesmo de duas semanas atrás. E eu entendo. Para mim, assim como todos vocês, tenho certeza de que esse é um momento extremamente doloroso. Para quem não vive nesse lado do mundo ou não nasceu aqui, vocês veem apenas uma parte disso. Nós, na Rússia e na Ucrânia, vemos isso com muitas camadas".

"Assim como todos nós, tenho amigou ou parentes que, por força ou destino, se encontraram em lados opostos do conflito. O que estamos discutindo hoje é importante em seu próprio modo, mas nada em comparação ao que está acontecendo em escala maior".

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