Entrevista

Igor Fraga revela que convite para Red Bull surgiu em locadora de automóveis

Mais novo representante do programa de jovens pilotos da Red Bull falou sobre convite feito pelo próprio consultor da equipe e se haverá alguma meta para se manter nos próximos anos

Igor Fraga assina com a Red Bull

Foto de: Arquivo pessoal

O ano de Igor Fraga está saindo melhor que o planejado. O brasileiro foi o grande campeão da temporada 2020 da Toyota Racing Series na Nova Zelândia, em fevereiro e, logo depois, foi anunciado como o mais novo integrante do Red Bull Junior Team, um dos programas mais desejados entre os iniciantes do esporte.

Falando com exclusividade ao Motorsport.com, Fraga comentou sobre o sentimento quanto à novidade e explicou como surgiu o convite da Red Bull, em uma ocasião inusitada na República Tcheca, país de sua equipe na FIA F3, a Charouz Racing System.

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“Estou muito feliz em poder fazer parte do Red Bull Junior Team e, para mim, é uma conquista muito grande, após todos esses anos de trabalho duro”, disse Fraga. “Venho me entregando ao automobilismo desde pequeno, sei que ainda tem muito chão pela frente, mas querendo ou não, venho me aproximando da realização de um sonho, tenho uma motivação adicional e vou continuar me empenhando ao máximo.”

“Retornando da Nova Zelândia, tínhamos acabado de chegar à República Tcheca, estávamos pegando um carro na locadora, e recebi um telefonema do Dr. [Helmut] Marko, me dando os parabéns pela temporada da Toyota Racing Series. Ele não deu muitos detalhes, mas foi agendada uma reunião na Áustria, tivemos que dar um pulo lá naquele fim de semana, conseguimos acertar tudo e assim foi minha entrada na Red Bull.”

O programa de jovens pilotos da Red Bull é um dos mais desejados, mas é um dos mais duros envolvendo as equipes que estão na F1. Grandes nomes já foram dispensados, mas conseguiram fazer sucesso em outros ares. Fraga também falou se foi colocada uma meta de resultados para a continuidade no programa.

“Não há uma meta. Quando a Red Bull me contatou, a equipe, patrocinadores e eu já tínhamos tudo definido para esse ano, mas será feita uma avaliação da Red Bull.”

“A equipe em que vou competir na F3, a Charouz Racing System, está na posição de desafiar os times grandes dentro da categoria. Creio que a motivação deles é alta em querer superar esses desafios. Isso é positivo, e da minha parte, vou me empenhar ao máximo para conquistar esses objetivos, além de somar grandes resultados durante a temporada.”

Fraga lamentou não poder entrar na pista no Bahrein, quando a F3 começaria sua temporada, adiada por causa da pandemia do coronavírus. Quanto à categoria em que vai competir esse ano, ele falou sobre a principal novidade que terá que encarar, após os testes no próprio local: os pneus.

“O teste da F3 no Bahrein foi de grande aprendizado. O composto da Pirelli é bem diferente, o desgaste é bastante acentuado. Ele piora bastante de uma volta para outra, você tem que mudar seu estilo de pilotagem para tentar poupar ao máximo sem ficar lento na pista. Para virar uma volta rápida, você tem apenas uma chance, é muito diferente de tudo que já experimentei no passado.”

GALERIA: Relembre todos os pilotos de Red Bull e Toro Rosso na F1

Pierre Gasly estreou na Red Bull em 2019, após boa temporada com a Toro Rosso.
Campeão da GP2 em 2016, o francês ficou a meio ponto de conquistar a Super Fórmula em 2017. Naquele ano, estreou pela Toro Rosso, substituindo Daniil Kvyat no GP da Malásia.
Depois de um bom 2018 com a Toro Rosso, Gasly foi promovido. Entretanto, o francês não convenceu na Red Bull e foi rebaixado para dar lugar a Alexander Albon a partir do GP da Bélgica. A troca é a última de uma histórica dança das cadeiras entre equipe principal e júnior na F1.
A primeira 'troca' do grupo aconteceu antes mesmo da criação da Toro Rosso. Foi em 2005, na primeira temporada da Red Bull. Companheiro do escocês David Coulthard, o austríaco Christian Klien foi substituído pelo italiano Vitantonio Liuzzi em quatro GPs na metade do ano.
Em 2006, na primeira temporada da Toro Rosso na F1, Liuzzi fez dupla com o norte-americano Scott Speed (direita). Na Red Bull, Coulthard seguiu tendo Klien como parceiro, mas o austríaco foi substituído pelo holandês Robert Doornbos a quatro provas do fim do ano.
No ano seguinte, o australiano Mark Webber foi contratado para correr ao lado de Coulthard na Red Bull.
2007 foi um ano cheio de mudanças na Toro Rosso. Speed deixou a equipe depois de um ano e meio, após discutir com o chefe da escuderia, Franz Tost, no GP da Europa.
Com a saída de Speed, um jovem chamado Sebastian Vettel assumiu a vaga. A então promessa alemã havia estreado pontuando com a BMW nos Estados Unidos. Vettel disputou as últimas sete corridas de 2007 com a STR, chegando em quarto na China, enquanto Liuzzi foi o sexto.
Na temporada seguinte, Coulthard e Webber seguiram como pilotos titulares da Red Bull.
Liuzzi deu lugar ao francês Sebastien Bourdais na Toro Rosso em 2008. Já Vettel conquistou sua primeira vitória, e a única da equipe, ao triunfar no GP da Itália.
Em 2009, Coulthard se aposentou e Vettel foi promovido.
Quem assumiu a vaga do alemão na Toro Rosso foi o suíço Sebastien Buemi, novo companheiro de Bourdais.
O francês, porém, não rendeu como o esperado e acabou substituído no meio da temporada. Quem assumiu foi o espanhol Jaime Alguersuari.
Alguersuari e Buemi foram companheiros por duas temporadas e meia, entre os anos de 2009 e 2011.
Para 2012, entretanto, a Toro Rosso dispensou a dupla. Os substitutos foram Daniel Ricciardo e Jean-Eric Vergne. Buemi seguiu como piloto de testes na Red Bull e mais tarde rumaria para a Fórmula E, na qual tem um título. Alguersuari largou o automobilismo e hoje se dedica à carreira de DJ.
Em 2014, Webber se aposentou e foi substituído por Ricciardo na Red Bull.
Com isso, Kvyat assumiu o posto de piloto da Toro Rosso ao lado de Vergne.
Em 2015, Vettel foi para a Ferrari e foi substituído por Kvyat. Já Vergne foi dispensado e também foi para a F-E, na qual é o atual bicampeão.
Com as saídas de Kvyat e Vergne, Max Verstappen e Carlos Sainz assumiram as vagas da Toro Rosso. Eles foram companheiros durante um ano e meio.
Em maio de 2016, Verstappen foi promovido para a Red Bull e venceu logo em sua primeira corrida, na Espanha. Kvyat, em má fase, foi rebaixado para a Toro Rosso.
Em 2017, Ricciardo e Verstappen seguiram na Red Bull. Eles foram companheiros até o fim de 2018.
Kvyat conseguiu manter sua vaga na Toro Rosso em 2017, mas foi amplamente batido por Sainz. Gasly, então, assumiu a vaga do russo. Sainz se transferiu para a Renault antes do fim do ano, sendo substituído pelo neozelandês Brendon Hartley.
Hartley e Gasly se mantiveram na equipe em 2018. No fim do ano passado, porém, o anúncio da ida de Ricciardo para a Renault provocou novas mudanças.
Gasly foi o escolhido para a vaga do australiano, enquanto Hartley foi dispensado e foi para a Ferrari como piloto de simulador, antes de assinar pela Dragon na F-E e correr no WEC. Em seus lugares, a Toro Rosso contratou Albon e Kvyat, que recebeu nova chance na F1.
Na terceira passagem pela Toro Rosso, o russo conquistou o segundo pódio da história da equipe. Ele terminou em terceiro no GP da Alemanha. Não foi o suficiente, porém, para se credenciar a um retorno para a Red Bull.
A contratação de Albon pela Toro Rosso também teve suas complicações. Ele tinha acabado de assinar com a Nissan na F-E, mas voltou atrás para aceitar a proposta da STR.
O novato tailandês tomou o posto de Gasly na Red Bull a partir do GP da Bélgica, ao passo que o francês retornou para sua ex-equipe após 12 provas fracas pelo time principal. Eles mantêm as posições em 2020.
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Fraga falou sobre a ida para o programa da Red Bull em nosso último podcast; ouça

 

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