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Correa relata perda de seis centímetros de osso e recuperação com rapidez acima do normal

Piloto que esteve envolvido em acidente fatal de Anthoine Hubert falou sobre o processo de recuperação após corrida na Bélgica

Juan Manuel Correa, Sauber Junior Team by Charouz

Foto de: FIA Formula 2

Juan Manuel Correa foi um dos envolvidos no acidente que tirou a vida de Anthoine Hubert, durante a corrida 1 da etapa de Spa-Francorchamps da Fórmula 2, no final de agosto.

O piloto norte-americano passou por hospitais na Bélgica e Inglaterra, com problemas respiratórios, ficando em coma induzido, e na perna direita e voltou para casa dois meses depois do acidente.

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Falando ao site Mundo Sport, Correa relatou como foi o período de recuperação e do que pode acontecer no futuro.

“Basicamente, os médicos reconstruíram minha perna direita, a esquerda sofreu lesões muito mais leves, uma única cirurgia foi suficiente”, disse Correa. “O processo durará um ano com mais cirurgias por vir, recuperação e reabilitação. Infelizmente, é mais provável que nunca faça uma recuperação completa na minha perna. Mas lutarei para recuperá-la o suficiente para acelerar novamente.”

“Perdi seis centímetros de osso na parte inferior da tíbia, está crescendo novamente com um dispositivo especial, é por isso que tenho todos esses pedaços de metais em volta da minha perna. O osso cresce um milímetro por dia. No dia 23 de dezembro, faço a próxima cirurgia em que o osso alcançará o pé. Então, o processo chegará aonde o novo osso se fortalecerá com força para suportar peso. Depois disso, os metais serão removidos para recuperar o máximo possível e avaliar quanta dor ou mobilidade eu tenho e ver quais outras operações se seguem.”

Correa também relata que o processo de recuperação está superando as expectativas iniciais.

“No começo, os médicos esperavam dois anos para fazer a recuperação, mas meu corpo está fazendo tudo mais rápido, recupera e regenera os ossos mais rapidamente do que o normal. Sendo otimistas, em um ano poderemos ter uma ideia completa de quanto mais eu posso recuperar ou se chegarei lá.”

“Ser atleta profissional foi uma grande ajuda, não só por causa dos ossos e do corpo, mas também pela parada pulmonar que sofri, por isso passei duas semanas em coma. Eu não teria sobrevivido sem estar nessa condição.”

Um detalhe relatado por Correa durante o acidente surpreendeu todos os médicos que conversaram com ele após a batida.

"É estranho que eu não perdi a consciência no acidente, foi um impacto de 70G. Quando disse aos médicos que não havia perdido a consciência, eles não acreditaram em mim. Antes de bater, eu segurei meus músculos e fui firme, o que também me ajudou. Eu mesmo queria sair do carro, estava consciente durante todo o acidente.”

O lado psicológico

Correa demonstra grande força psicológica, estando ao lado de pessoas que ama e que o ajudam no processo de recuperação. O piloto também avaliou a possibilidade de não voltar a correr.

"Estou com as mesmas pessoas que me cercavam antes, com muito trabalho físico e mental. Eles eram minha base, ao lado da minha família. Quando acordei do coma, percebi que podia ficar na cama me sentindo mal e deprimido ou lutar para me levantar e voltar, e é isso que faço. Estou motivado pelo sonho de retornar à F2 e alcançar a F1 no futuro.”

“Foi um acidente que mudou minha vida, não apenas fisicamente, mas mentalmente. Quando você tem uma experiência tão perto da morte e sai vivo, seus olhos se abrem além do automobilismo.”

“Houve momentos no hospital em que eu não tinha certeza se queria correr novamente. Percebi que correr não é a coisa mais importante, é minha paixão, mas esse acidente mostra as prioridades, e minha prioridade era minha saúde e minha família.”

“Saindo disso, tive tempo para refletir. Minha paixão ainda está acelerada. Um amigo me perguntou se isso afasta meu sonho da F1. Disse a ele que um acidente não desliga o sonho, isso faz você pensar se você quer correr o risco para esse sonho. E decidi que quero continuar fazendo isso, porque é o meu sonho.”

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Correa e Hubert na Fórmula 2:

Juan Manuel Correa é 12º no campeonato da F2 e tem feito uma temporada impressionante como estreante. Ele teve bons resultados em Baku e Paul Ricard neste ano.

Hubert venceu duas vezes, na França e em Mônaco. A Federação Internacional de Automobilismo investiga o acidente que tirou sua vida. Relembre a carreira do francês abaixo:

Anthoine Hubert nasceu em 22 de setembro de 1996, em Lyon, na França.
Ele começou a correr em monopostos em 2013, quando foi campeão da Fórmula 4 francesa.
No ano seguinte, o jovem para a F-Renault.
Após uma temporada de adaptação, o francês terminou em quinto lugar no campeonato, com duas vitórias em sete pódios, além de duas poles, em 2015.
Em 2016, Hubert deu mais um passo e foi para a Fórmula 3 europeia.
Contra pilotos como George Russell, Lance Stroll — que ficou com o título — e Callum Ilott, o francês venceu uma corrida e ficou em oitavo no campeonato.
No ano seguinte, em 2017, o piloto foi para a antiga GP3, hoje F3.
Na temporada de estreia, pela ART Grand Prix, Hubert terminou em quarto, com quatro pódios. A consagração viria no seu segundo ano na categoria.
Em 2018, o francês foi campeão da GP3.
Numa temporada contundente, o jovem somou duas vitórias e um total de 11 pódios.
Na foto, ele comemora o título ao lado de Alain Prost.
Anthoine Hubert em foto com Pedro Piquet.
Em 2019, Hubert subiu para a F2 com a equipe BWT Arden.
Ele conquistou duas vitórias na temporada. Uma delas foi na França, em Paul Ricard.
E outra no mítico circuito de rua de Mônaco.
Capacete de Anthoine Hubert.
Capacete de Anthoine Hubert de lado.
Neste sábado, porém, a promessa acabou falecendo após o grave acidente na curva Eau Rouge.
Hubert era piloto do programa de talentos da Renault.
Anthoine Hubert, 1996-2019. RIP.
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