Lucas di Grassi, o brasileiro da década no esporte a motor

Neste fim de semana Lucas di Grassi luta pelo bicampeonato da Fórmula E e pode se consolidar como o maior brasileiro das pistas na última década (veja mais detalhes na galeria abaixo). Para ser campeão, o paulistano depende de  uma combinação de resultados no eprix de Nova Iorque. No entanto, di Grassi está acostumado a viradas, pois conquistou seu primeiro título dessa maneira em 2017.

O Brasil, que teve grande destaque na Fórmula 1 desde os anos 70, vive seu pior momento na categoria, sem conquistar vitórias desde 2009 e sem nenhum piloto no grid há dois anos. Os brasileiros também perderam o protagonismo em outras categorias nos últimos anos.

No entanto, Lucas di Grassi protagonizou grandes momentos para o país no Campeonato Mundial de Endurance (WEC) e na Fórmula E ao longo da década, após um começo apagado na F1 em 2010, quando correu pela fraca Virgin Racing.

"Cheguei na F1 em uma situação que era a única possível, ou seja, eu tinha que aceitar o que estava dado naquele momento", disse o piloto ao Motorsport.com. "O carro era ruim, a equipe não tinha todo o orçamento, havia muita pressão para um novato em um ambiente muito competitivo. Mas era o que existia e eu topei"

Depois disso, di Grassi se reinventou como piloto, partindo dos carros movidos à combustão para ser um dos pioneiros dos carros híbridos e elétricos, assumindo um papel de destaque na implementação de novas tecnologias.

"A última década, para mim, foi cheia de momentos marcantes", disse Lucas di Grassi. "Acho que tive muita sorte na minha carreira por ter vivido, nestes dez anos, mais transformações no esporte do que aconteceu em um século inteiro de indústria e automobilismo esportivo. Pilotei carros a combustão, híbridos e agora totalmente elétricos. E estou desenvolvendo os primeiros carros de corrida com Inteligência artificial, com a Roborace". 

O paulistano conquistou duas vitórias no WEC e subiu três vezes ao pódio da lendária prova das 24h de Le Mans. Paralelamente, disputou a Fórmula E, terminando entre os três primeiros em todas as temporadas da categoria, e sendo campeão mundial em 2017. O brasileiro teve ainda uma boa passagem pela Stock Car Brasil em 2018, onde conquistou três vitórias.

Perguntado sobre os momentos de maior alegria ao longo da carreira, di Grassi destacou vários momentos marcantes.

"Gosto sempre de lembrar do Mundial de F-3 que conquistei em Macau, da assinatura do meu primeiro contrato na F-1, da temporada com a Audi no WEC e, claro, do título da Fórmula E, na qual tive vitórias memoráveis, como a que conquistei este ano no México, passando o líder da prova nos últimos quatro metros de pista, por fora do traçado. Há várias coisas assim para lembrar, felizmente".

Quando abordado sobre qual a maior dificuldade, di Grassi revela que quase abandonou a carreira nas pistas e que uma oportunidade inesperada lhe devolveu a chance de lutar por vitórias.

"Tive vários momentos difíceis também. Um dos piores foi em 2012. Eu tinha acabado de sair da Fórmula 1 e não tinha um emprego. Estava decidindo se voltaria a estudar no Brasil, tentaria uma faculdade e ficaria perto da família. Mas então apareceu a oportunidade de pilotar para a Audi nas 6 Horas de Interlagos, do WEC, e aí tudo mudou. Eu estava no jogo novamente. É por isso que hoje estamos aqui, disputando mais um título".

Siga o Motorsport.com no Twitter, Facebook, Instagram e Youtube.

Veja a carreira de Lucas di Grassi em imagens:

44