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Cureca e Forfete: Entenda o idioma falado nos ralis

O Dakar, maior rali do mundo, começa neste sábado. Conheça termos utilizados na comunicação entre pilotos e navegadores

Cristina Gutiérrez, Mitsubishi Montero

Foto de: Cristina Gutiérrez

Lomba, 300 metros, três curecas. Duas lombas, agora juntas, duas curecas. Se você não acompanha ralis, ou qualquer prova off road, provavelmente não entendeu essas informações. A frase, geralmente falada em um diálogo entre piloto e navegador, quer dizer que em 300 metros existe um salto (lomba) com alto grau de perigo (três curecas) e na sequência outros dois, com grau de perigo intermediário (duas curecas).

A cureca, que indica o quão perigoso é um trecho ou obstáculo, possui graduação que vai de 1 a 3 e na planilha do navegador é simbolizada pelo número de pontos de exclamação. Um ponto de exclamação, baixo perigo, dois, risco intermediário e três, risco elevado.

Estes são apenas alguns termos utilizados no mundo do rali, que tem um vocabulário próprio para designar situações, lugares, obstáculos e equipamentos.

O membro da organização de um rali como o Sertões ou o Dakar, que sai três dias antes da largada, para checar se há imprevistos, como uma ponte caída, uma nova cerca, um novo buraco com grandes dimensões, ou qualquer mudança no roteiro, é chamado de “Coelho”.

O percurso que antecede o trecho cronometrado de uma etapa, chamado de “Especial”, e o trajeto final, recebem o nome de “Deslocamento” inicial e final. Por exemplo, a etapa deste sábado, primeira do Rally Dakar, entre Lima e Pisco, no Peru, tem um total de 272 quilômetros, 241 de deslocamento e 31 de especial (trecho cronometrado).

Depois de cada etapa, os competidores de um rali como o Dakar, vão para o “Parque de Apoio”. Ao contrário do que o nome sugere, não é um lugar onde eles se encontram com psicólogos para receberem palavras de motivação, mas sim onde eles dormem entre uma etapa e outra e onde os carros passam por manutenção antes da próxima etapa.

Se por um acaso, um competidor não conseguir terminar uma etapa dentro do período máximo estipulado pela organização do rali, ele vai “Forfetar”. Se o “Forfete” acontecer, o competidor será penalizado com a perda do resultado conquistado naquele dia e perderá posições na classificação da competição.

A palavra “Forfete” é originária do francês forfait, que significa retirar um cavalo do páreo antes da corrida (ou faltar a um compromisso).

Confira o dicionário do rali:

Coelho: Membro da organização de um rali que sai com três dias antes da largada para checar possíveis imprevistos e mudanças no roteiro, como uma ponte caída, uma nova cerca ou buraco de grandes dimensões;

Costela: Pequenas irregularidades no piso ou mini lombadas que, quando o carro passa em alta velocidade, dão a sensação de se estar trafegando por "costelas" gigantes;

Cureca: É a palavra para perigo. Possui graduação, indicada nas planilhas de navegação, e vai de 1 a 3 curecas. Antes, a graduação era indicada por caveiras (de 1 a 3), mas atualmente usam-se pontos de exclamação;

Deslocamento: Trechos do rali entre uma especial e outra;

DEPS: Indica "depressão de poças secas", resultado da ação da água da chuva em piso de terra que, quando seca, deixa deformidades no piso;

Especial: Trecho de alta velocidade, cronometrado, ou partes do roteiro onde a corrida é realmente disputada;

Facão: Sulcos no solo formados pela passagem de diversos veículos, que acabam influenciando o rendimento dos competidores que vierem depois naquele trecho. São chamados facões tanto os sulcos quando a porção de terra, saliente, que se acumula entre eles;

Lombas: Elevações no solo que podem causar saltos violentos e quebra de elementos da suspensão;

Quebradeira: Trecho formado por piso com muitas pedras e buracos, geralmente em descida;

Parque de apoio: Local nas cidades onde o rali "estaciona", depois da etapa daquele dia;

Piçarra: Tipo de solo formado pela mistura de fragmentos de rocha e areia, mas que conserva, ainda vestígios da textura original da rocha. Também chamado de tapururuca;

Prólogo: Espécie de corrida disputada entre os pilotos, que saem de dois em dois e que define a ordem de largada do rali;

Sentinel: Sistema que sinaliza eletronicamente ao carro da frente que há outro mais rápido solicitando ultrapassagem. O dispositivo aciona uma luz no painel e um alarme sonoro. É usado geralmente em trechos poeirentos e de pouca visibilidade;

Spy: Equipamento que indica infrações, como excesso de velocidade em zonas de radar. Fornece dados sobre o percurso e indicações do comportamento do veículo naquele dia;

Zona de Radar: Área de velocidade controlada através do Spy, geralmente em vilarejos e trechos perigosos, onde a velocidade precisa ser controlada;

Way Point: Coordenada geográfica para utilização no GPS. Indica pontos da rota de passagem obigatória pelo competidor.

 

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