Análise

ANÁLISE: A Renault aposta na Williams como equipe cliente na F1?

A montadora francesa não quer fornecer motores apenas para a Alpine, mas busca também uma equipe que vá além de ser apenas uma cliente

Daniel Ricciardo, Renault F1 Team R.S.20

Daniel Ricciardo, Renault F1 Team R.S.20

Mark Sutton / Motorsport Images

A Renault segue em busca de uma equipe cliente e parceira na Fórmula 1. E com a Alfa Romeo - Sauber mantida na órbita da Ferrari, a montadora francesa pode estar de olho em uma outra opção: a Williams, para ser também uma equipe júnior, dando espaço para jovens talentos de sua Academia. Mas essa não seria uma operação fácil, principalmente com a Williams estreitando a relação com a Mercedes a partir de 2022.

Na F1, há muito mais do que o aspecto puramente técnico por trás do fornecimento de uma unidade de potência. Para uma equipe oficial, que também desenvolve os motores híbridos, ter uma equipe cliente é também a garantia de apoio às suas políticas, especialmente nas discussões que definem os regulamentos técnicos e financeiros, além de ser uma oportunidade em potencial de garantir uma vaga aos seus pilotos juniores.

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As relações entre montadoras e clientes definem a geopolítica do paddock, determinando muitas escolhas que não têm nada a ver com a potência dos motores. Por isso as negociações sobre fornecimento são sempre objetos de grande interesse a todos.

Nas últimas semanas, foi finalizada a renovação entre a Alfa Romeo - Sauber e a Ferrari, iniciada em 2010, e que seguirá até pelo menos 2025. Apesar do anúncio oficial ainda não ter sido divulgado, informações de bastidores colocam o acordo como certo. Com isso, a equipe suíça seguirá usando componentes vindos de Maranello que incluem motor e caixa de câmbio.

Os rumores surgidos no ano passado de uma possível troca da equipe para os motores Renault acabam perdendo força com isso, e essa não é uma boa notícia para a montadora.

Depois de perder a McLaren no final do ano passado, a fábrica da Renault em Viry-Chatillon, onde os motores são produzidos, funciona apenas para a própria equipe e se em termos políticos isso não ajuda a montadora, no lado financeiro a situação acaba sendo similar.

Sem uma equipe satélite, a Renault está sozinha na perspectiva política da F1 e se vê sem um escoadouro para os vários pilotos de sua Academia. Três deles já estão na Fórmula 2, prontos para dar o último salto em suas carreiras: Christian Lundgaard, Guanyu Zhou e Oscar Piastri.

Com isso, o quadro parece ter uma única saída: tentar trazer a Williams para o seu lado, já que seria a única equipe que poderia avaliar uma troca do tipo, apesar do cenário não parecer estar do seu lado.

Mas três obstáculos separam essa possível parceria. A primeira é o tempo, já que os carros de 2022 se encontram em fase de projeto, e é fundamental que os projetistas conheçam as dimensões da unidade de potência que o carro usará.

Segundo, o estreitamento das relações entre a Williams e a Mercedes. A partir de 2022, a equipe britânica usará mais peças da montadora alemã para além do motor, incluindo a caixa de câmbio.

E o próprio câmbio é o terceiro motivo que representa um obstáculo. Até o ano passado, a montadora francesa garantiu sempre aos clientes o fornecimento da unidade de força, mas, recentemente, as equipes menores abandonaram o desenvolvimento de suas próprias caixas de câmbio devido aos altos valores. Atualmente, a Williams e a McLaren são as únicas equipes que seguem desenvolvendo seus próprios componentes aliados a um motor externo.

O quadro não é dos mais simples, e não é certo que isso possa acontecer para 2022. No entanto, a Renault vê isso como um caso que precisa ser resolvido rapidamente e, entre as várias prioridades do CEO Luca de Meo, garantir uma equipe cliente ocupa uma das primeiras posições da lista.

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