ANÁLISE F1: Por que Verstappen não conseguiu replicar estratégia de Hamilton no GP de Abu Dhabi de 2016?
A estratégia da McLaren teve um papel fundamental para evitar que Verstappen adotasse uma tática similar à de Hamilton na briga contra Rosberg
A vitória dominante de Max Verstappen no GP de Abu Dhabi não foi suficiente para que ele levasse o quinto título consecutivo na Fórmula 1. Líder do campeonato, Lando Norris chegou à última etapa com 12 pontos a mais que o rival da Red Bull, terminando a corrida em terceiro para ser campeão com dois tentos de vantagem. Mas, será que Verstappen poderia ter feito algo diferente para mudar o resultado final?
A situação lembrava um pouco o confronto de 2016 em Yas Marina, no qual Lewis Hamilton entrou com um déficit de 12 pontos em relação ao companheiro de equipe da Mercedes, Nico Rosberg - exatamente a mesma diferença de 2025.
Hamilton dominou aquela corrida desde o quali, mas precisava que Rosberg ficasse fora do pódio para conquistar o título. O britânico diminuiu a velocidade nas últimas voltas para atrapalhar o alemão, permitindo que ele fosse atacado por Sebastian Vettel e Verstappen atrás - uma tática delicada, já que o então tricampeão também precisava manter a ponta da corrida.
A ordem acabou não mudando, com os quatro pilotos cruzando a linha de chegada separados por apenas 1s7 de diferença. Rosberg foi campeão por cinco pontos.
Lewis Hamilton, Mercedes F1 W07 Hybrid, lidera Nico Rosberg, Mercedes F1 W07 Hybrid, Kimi Raikkonen, Ferrari SF16-H, e Daniel Ricciardo, Red Bull Racing RB12
Foto de: Andrew Hone / Motorsport Images
Nove anos depois, Verstappen também não conseguiu superar a vantagem de Norris, já que nenhum outro carro além do de Piastri atrapalhou a busca do piloto da McLaren pelo título.
"Não foi o suficiente, e foi uma Red Bull contra duas McLarens", comentou o conselheiro da Red Bull, Helmut Marko. "E, infelizmente, esperávamos que Leclerc e Russell tivessem mais velocidade, mas não foi o caso." Leclerc terminou sete segundos atrás de Norris. "O problema foi que a Ferrari e a Mercedes não estavam fortes o suficiente. Vimos a Ferrari apenas cinco, seis voltas, e depois os pneus acabaram".
Quando perguntado se a Red Bull pensou em dividir o pelotão como Hamilton fez em 2016, Marko explicou: "Eles fizeram uma manobra inteligente para colocar Piastri nos pneus duros. É por isso que não pudemos juntar todo o pelotão, porque o benefício teria ficado do lado de Piastri".
Oscar Piastri, McLaren, Max Verstappen, Red Bull Racing
Foto de: Sam Bloxham / LAT Images via Getty Images
Marko não está errado, mas seu argumento merece uma análise mais aprofundada.
Nas 23 voltas que antecederam seu primeiro pit stop, não havia motivo para Verstappen segurar o pelotão porque muita coisa poderia acontecer no caminho, tornando o processo irrelevante. Então, enquanto Piastri fazia um primeiro stint longo com pneus duros, Verstappen atrasando Norris apenas tornaria o australiano um vencedor quase certo - o que ele não podia permitir, pois bater o rival era um pré-requisito para o título.
O único momento em que a tática de apoio teria sido viável foi nas últimas 17 voltas, mas Verstappen precisaria perder toda sua vantagem para Leclerc, o quarto colocado, que estava 35 segundos atrás. Isso implicaria em uma redução de velocidade de cerca de dois segundos por volta. Portanto, era preferível manter o ritmo e esperar que algo acontecesse com Norris atrás.
"Eu tinha muitos cenários em minha cabeça, mas é claro que eu sabia que, com os pneus que Oscar tinha no carro, isso seria muito difícil", admitiu Verstappen.
Max Verstappen, Red Bull Racing
Foto de: Zak Mauger / LAT Images via Getty Images
"Provavelmente estávamos um pouco rápidos demais na frente, os outros não conseguiram acompanhar tão bem; Charles se esforçou muito hoje para tentar subir ao pódio, então também foi impressionante ver isso, mas é claro que eles fizeram duas paradas. Isso tornou as coisas ainda mais complicadas, porque se você ficar em uma única parada, apoiando tudo, é difícil".
"De qualquer forma, esse novo layout aqui torna ainda mais difícil fazer isso em comparação com 2016 ou algo assim", concluiu ele, referindo-se à pista sem chicane, introduzida na etapa de 2021.
Max MATADOR, Norris na VANTAGEM e Piastri SEM NADA A PERDER: Tudo da DECISÃO da F1! Com FELIPE MOTTA
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