Análise

ANÁLISE: Por que Verstappen pode sair na frente na briga pelo título da F1 em 2020

Retrospecto do holandês nas primeiras provas da temporada 2020 podem ser fundamentais em uma disputa pelo título

Race winner Max Verstappen, Red Bull Racing and Lewis Hamilton, Mercedes AMG F1 celebrate on the podium

Race winner Max Verstappen, Red Bull Racing and Lewis Hamilton, Mercedes AMG F1 celebrate on the podium

Andy Hone / Motorsport Images

Chegamos à semana mais esperada do ano. Em poucos dias, vamos ter carros de Fórmula 1 na pista de modo oficial, com o início das atividades para o GP da Áustria, dando o pontapé inicial para a temporada de 2020. 

A primeira das duas provas no Red Bull Ring será apenas o início de uma maratona de corridas que promete ser exaustiva para pilotos e equipes, com oito GPs disputados em apenas dez semanas. E, caso os rumores de Mugello se confirmem, esse total aumenta para nove provas em 11 semanas.

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A grande expectativa para a temporada de 2020 recai novamente sobre Lewis Hamilton. O hexacampeão tem a chance de igualar dois dos maiores recordes de Michael Schumacher, que muitos achavam que seriam inalcançáveis: os sete títulos mundiais (falta um) e as 91 vitórias (faltam sete).

A impressão que ficou da pré-temporada, realizada em Barcelona no final de fevereiro, é que a Mercedes é novamente a equipe a ser batida. Hamilton e Bottas fizeram os melhores tempos dos treinos, liderando a maioria dos dias e apresentando uma inovação que surpreendeu o grid: o Sistema de Direção de Eixo Duplo (DED), que permite o ajuste do ângulo dos pneus dianteiros ao manejar o volante como um manche de avião, puxando ou empurrando-o.

Enquanto isso, a segunda colocada no mundial de construtores de 2019, Ferrari, teve uma pré-temporada bem abaixo do esperado, acendendo a luz amarela na garagem italiana. A equipe mexeu no carro buscando corrigir a falta de velocidade que tinha em curvas mas, não só não conseguiu isso, como parece ter perdido parte da velocidade de retas, o grande trufo da Ferrari em 2019, que conquistou nove poles na temporada passada, apenas uma a menos que a Mercedes.

Por outro lado, a Red Bull passou a impressão de estar próxima de uma temporada mais sólida que nos anos anteriores. Após anos complicados no relacionamento com a Renault, a equipe tomou a ousada decisão de passar a usar motores Honda, e a aposta rendeu bons resultados, com duas vitórias para Max Verstappen, além de uma improvável dobradinha no Brasil com Gasly em segundo.

E é na Red Bull que deve estar o principal desafiante de Hamilton em 2020, Max Verstappen, por dois motivos. O primeiro, já apresentado acima, é a melhora da Red Bull, que parece estar mais à vontade com os motores Honda e o relacionamento entre a equipe e a montadora parece ter melhorado ainda mais com as vitórias de Verstappen, que foram as primeiras da Honda desde 2006.

O segundo motivo tem a ver com o calendário. Apesar de ter apenas uma primeira parte divulgada, a F1 certamente terá um cronograma menor que o esperado para 2020, que contava inicialmente com 22 corridas, a maior temporada que a categoria teria em sua história. Com isso, cada GP passa a ter um peso maior. Provas com abandonos ou poucos pontos conquistados passam a pesar ainda mais em uma luta pelo título. E um bom começo pode ser essencial para colocar a mão no troféu.

Basta lembrar a campanha de Jenson Button em 2009. Em um ano com 17 etapas (a F1 planeja pelo menos 15 em 2020), o britânico teve um início arrasador, vencendo seis das sete primeiras corridas e conquistando um terceiro lugar na China, uma corrida vencida por Vettel. Apesar do crescimento da Red Bull, com Vettel vencendo outras três ao longo do ano, não foi possível para o piloto alcançar Button, que conquistou seu único mundial com uma prova de antecedência.

Por isso, é importante analisar o começo do campeonato para entender porque ele favorece Verstappen e como que isso pode ser jogado a seu favor no desenrolar do ano.

O holandês é um dos poucos pilotos na F1 a vencer provas consecutivas no GP da Áustria. Sem contar que essa é a pista de Verstappen. Ele está correndo na casa da Red Bull, e o público holandês adotou a pista como sua casa também, até a volta de Zandvoort, que ficou para 2021. 

Por conta dessa vantagem, ele vai querer tirar o máximo de proveito da pista. O fato dele ter vencido as duas últimas edições da prova, enquanto Hamilton acumula um quarto e quinto lugares e um abandono nos últimos três anos podem representar uma vantagem para Verstappen.

Para a Red Bull, também seria o melhor lugar possível para iniciar a temporada.

Para a terceira etapa, a F1 vai para a Hungria, um palco que normalmente Hamilton dá show, tendo vencido três das últimas quatro edições. Mas, com exceção do ano passado, o hexacampeão geralmente tem um início de campeonato mais discreto, e vai ganhando terreno ao longo do ano.

A alta temperatura presente nesse momento do ano também pode ser um diferencial para a Red Bull. A Mercedes tende a sofrer mais com temperaturas mais altas, diferente da rival.

No final, mesmo com todos esses dados, Hamilton continua sendo o absoluto favorito para o título e a Mercedes deve vir com tudo para conquistar seu sétimo mundial de construtores consecutivo.

Mas o histórico mostra que Hamilton pode sim se abalar em momentos de pressão, como visto em 2016 quando disputava o título com Nico Rosberg. Isso acontece com todo mundo, por que não com um dos melhores de todos os tempos? Quem garante que um bom início de Verstappen não pode mudar a cara de uma temporada que, desde o início, era vista como algo certo para o hexacampeão? Isso, só o tempo dirá. E estamos a poucos dias de ver o que acontece.

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