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ANÁLISE: Qual pode ser o próximo passo de Pérez na F1 caso ele não fique na Aston Martin?

Caso a sua saída da Racing Point / Aston Martin seja confirmada, para onde Pérez pode ir? Haas, Alfa Romeo e até Red Bull podem ser opções; entenda

Sergio Perez, Racing Point

Foto de: Glenn Dunbar / Motorsport Images

Qual será o próximo passo para Sergio Pérez caso a Aston Martin opte por Sebastian Vettel para correr na Fórmula 1 no próximo ano? Essa é uma das principais questões que surgiram nas últimas semanas após a notícia da negociação do alemão com a equipe.

Há vários cenários possíveis. Vettel pode decidir não aceitar a oferta da Aston, ou ele pode assinar para 2022, tirando o próximo ano como sabático, deixando Pérez com mais um ano para encontrar uma nova casa.

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E aí temos que considerar a possibilidade, por mais improvável que seja, de que Lance Stroll não seja parte da dupla da Aston de 2021 - seja passando ele para reserva ou com o canadense assinando com outra equipe, sob a promessa de retornar em um ou dois anos.

Pérez e seus apoiadores certamente têm a intenção de continuar com a equipe em 2021, e estão trabalhando duro para fazer com que isso aconteça. Porém, se ele for liberado, com base no contrato, que permite o chefe da equipe, Lawrence Stroll, mude de opinião e pague uma compensação substancial, ele terá que buscar outro lugar.

Não há dúvidas sobre o talento de Pérez e que ele seria uma ótima adição para qualquer equipe. Porém, inevitavelmente, qualquer discussão sobre seu futuro envolve marketing, e o grande patrocínio mexicano que vem com ele. Concluir um acordo com o piloto, mesmo apenas uma extensão de contrato, é um processo incrivelmente complexo.

É claro também que ele não tem muitas opções após as movimentações recentes no mercado. Porém, o suporte de Carlos Slim e da Telmex significa que duas oportunidades óbvias ainda estão abertas a ele: Haas e Alfa Romeo, e, em ambos os casos, as condições são propícias.

É fácil esquecer que Pérez já foi parte da Academia da Ferrari, em 2011 e 2012. E o timing pode ser ideal, já que a Telmex anunciou recentemente uma volta às origens, com um novo acordo com a Academia da equipe italiana.

A ideia geral do relacionamento é "identificar talentos jovens e promissores do automobilismo no México e na América Latina, dando a eles um caminho para se tornar parte do programa de talentos da equipe de Maranello".

Assim, um relacionamento entre Slim e a Ferrari já existe, e estendê-la para encaixar Pérez não seria algo difícil. E isso significa colocá-lo na Alfa Romeo ou na Haas - e ambas já têm histórico com patrocinadores mexicanos.

Sergio Perez, BMW Sauber C31 Ferrari

Sergio Perez, BMW Sauber C31 Ferrari

Photo by: Motorsport Images

O acordo mais direto seria com a Alfa Romeo. Pérez já é bem conhecido em Hinwil, tendo corrido pela Sauber em 2011 e 2012, e com algum sucesso naquele períod. Assim como Kimi Raikkonen, seria uma volta às origens.

A direção mudou, mas renovar a ligação com a Telmex e outros patrocinadores mexicanos não seria difícil. Não esqueçamos que Esteban Gutiérrez pilotou pela ART na F3 e na GP2, e o chefe atual da Alfa, Frédéric Vasseur, conhece muito bem Slim e a Telmex.

Então, quem ele substituiria na Alfa? Uma vaga é reservada para um piloto da Ferrari, e é ocupada por Antonio Giovinazzi, e, pela lista de talentos da Academia, não faltam nomes esperando para dar aquele passo adiante. A lógica sugere que Pérez ocuparia a vaga de Raikkonen - mas resta saber se o finlandês está pronto para se aposentar ou não, e só ele sabe a resposta.

A outra opção, a Haas, é um pouco mais complicada. Como Romain Grosjean fez questão de deixar claro na semana passada, com seu comentário sobre o "climão", o futuro da equipe continua em xeque.

No ano passado, Gene Haas deixou clara sua frustração sob o aumento constante nos gastos da categoria e retorno cada vez menor em termos de resultados. Além disso, sua imagem foi manchada pelo fiasco envolvendo o patrocínio da Rich Energy e agora está preso não apenas com o motor e caixa de câmbio medíocres da Ferrari SF1000, como também outros elementos, mais até que a Alfa Romeo.

Todas essas questões dão a ele boas razões para não se comprometer a assinar o Pacto de Concórdia, encerrando as operações da Haas no final de 2020.

As demais alternativas são vender a equipe, arrumar um parceiro ou investidor, ou encontrar um grande apoiador, o que diminuiria sua presença na equipe, tornando menos doloroso seguir com a bandeira Haas.

Slim e a Telmex podem, em teoria, ocupar todos esses campos, e não esqueçamos que eles já tiveram um relacionamento com a Haas, quando Gutierrez correu pela equipe em seu primeiro anos, em 2016, apesar do relacionamento não ter terminado em bom tom.

Se a história puder ser superada e o relacionamento entre as partes conseguir ser renovado, Slim pode ser o salvador ideal para a Haas.

Uma venda é possível, mas improvável. Slim pode ter acesso a fundos enormes, mas ele sempre gastou com sabedoria no automobilismo nos últimos anos, sempre com bons acordos. Ele é conhecido por entender que ser dono de equipe pode significar infinitos gastos e, apesar desse ser um caso de "fazer uma pequena fortuna no automobilismo começa com uma grande fortuna", isso não se aplica ao caso da Telmex, já que o empresário é conhecido por não jogar dinheiro fora.

Porém, esse pode ser o momento certo para investir. O teto orçamentário e as mudanças no regulamento devem nivelar um pouco o grid a partir de 2022, e há uma luz no fim do túnel para uma equipe como a Haas.

Obviamente, para a Haas, isso também depende da Ferrari conseguir acertar sua situação, melhorando o motor, e essa é uma aposta que Slim teria que aceitar (do mesmo jeito que a Alfa).

Kevin Magnussen, Haas VF-20, battles with Sergio Perez, Racing Point RP20

Kevin Magnussen, Haas VF-20, battles with Sergio Perez, Racing Point RP20

Photo by: Mark Sutton / Motorsport Images

Se uma venda de fato acontecer, poderíamos ver a Haas se transformar na "Escudería Telmex F1", com Pérez correndo ao lado de um piloto da Academia da Ferrari. Isso pode ser interessante para a Ferrari, já que a Haas escolhe seus pilotos de modo independente.

Isso encorajaria a formar uma relação técnica mais próxima da que a Haas tem atualmente com a equipe de Maranello, tornando a equipe da Telmex uma equipe B, do mesmo modo que a AlphaTauri é para a Red Bull.

A Williams também está a venda, e há argumentos suficientes para a Telmex fazer algo similar com a equipe britânica, fortalecendo a ligação com a Mercedes. Porém, George Russell e Nicholas Latifi já estão garantidos para 2021, e a equipe já visa rotas alternativas em termos de investimento.

A frustração de Pérez é que tanto Alfa quanto Haas representam um passo abaixo em comparação com onde ele estaria com a Aston. Nenhuma das duas teve um bom início de temporada, e a queda de performance da Ferrari e parte da razão.

A vaga mais atraente para Pérez é a que corre por fora: Red Bull. Christian Horner e Helmut Marko sempre expressam seu apoio a Alex Albon e já fecharam as portas para Vettel, mas, no fundo de suas mentes, eles possivelmente esperam que o tetracampeão ainda esteja disponível em setembro / outubro, caso se decidam por uma mudança.

Se ele não estiver, quem colocariam no lugar do tailandês: Daniil Kvyat ou Pierre Gasly para uma segunda chance? Obviamente é possível, mas se eles optarem por olhar para fora do seu programa, Pérez pode ser uma ótima opção para correr ao lado de Verstappen em 2021.

Ele está constantemente na zona de pontos, que é exatamente o que a Red Bull e a Honda buscam para conseguir lutar pelo mundial de construtores. E eles também precisam de um segundo carro constantemente na frente, para ter opções estratégicas na luta contra a Mercedes.

E ainda há a questão financeira. Já que a Red Bull irá perder seu apoio financeiro substancial da Aston Martin no final do ano (a montadora é patrocinadora master da equipe), haverá um espaço considerável no carro, então um acordo com Pérez pode ser atrativo.

O que complica é o momento. A equipe quer, e deve, dar a Albon uma chance. Mas com as corridas vindo rapidamente, logo estaremos em setembro, e concluir um acordo com Pérez e seus patrocinadores não será algo de dias - e eles podem estar avançados nas negociações com Haas ou Alfa até lá. Então, em qual momento Marko e Horner poderiam começar a avançar?

É um cenário fascinante. E se o prazo de 31 de julho para a execução da cláusula for real, as coisas podem começar a acontecer logo...

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