Análise técnica: como a Ferrari apresentou um novo campo de investigação aerodinâmica em Abu Dhabi

Inovação vista no carro de Vettel durante o TL1 abre um novo caminho, com conhecimento da indústria aeronáutica aplicada à F1

Sebastian Vettel, Ferrari SF1000 with rear sensors

Sebastian Vettel, Ferrari SF1000 with rear sensors

Giorgio Piola

Análise técnica de Giorgio Piola

Análise técnica de Giorgio Piola

No treino livre de sexta da Fórmula 1 em Abu Dhabi, a Ferrari colocou no carro de Vettel uma grade inédita cheia de sensores: isso é uma nova ferramenta de investigação aerodinâmica que não limita a coleta de dados a um plano, como tem sido até hoje, mas sim em volume, com sensores orientados para a propagação do fluxo gerado pelo difusor traseiro. Pode parecer estranho, mas essa é a maior inovação técnica apresentada pela equipe italiana neste ano.

Inicialmente passou como algo normal e não se deu muita atenção à ferramenta montada pela Ferrari na parte de trás da SF1000 de Vettel durante o TL1 em Yas Marina.

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Isso não despertou muita atenção porque estamos acostumados a ver verdadeiros "castelos" montados nos carros nos primeiros minutos do treino de sexta, com sensores úteis para coletar dados de pista, com a intenção de verificar se há uma correlação perfeita com o que foi visto no túnel de vento.

A cada ano que passa as equipe se dotam de ferramentas cada vez mais avançadas para coletar informações úteis para o desenvolvimento dos carros. Cada equipe cria soluções próprias para investigar o comportamento de seus modelos em velocidade constante e em nível aerodinâmico.

Até agora vimos o surgimento de grades cada vez maiores, cheios de sensores e tubos para medir a velocidade nos pontos mais cruciais de um F1, ou seja, atrás das rodas dianteiras e na frente e atrás das rodas traseiras.

Em Yas Marina, a Ferrari usou pela primeira vez esse novo sistema de detecção que não define uma grade de sensores, mas sim investiga a quantidade de fluxo através de uma superfície muito grande.

A forma como os dados são detectados mudou, orientando os tubos de Pitot e as sondas, que são sensores de pressão, de acordo com qual deveria ser a tendência dos fluxos individuais que saem do difusor traseiro. Os técnicos da Ferrari utilizaram soluções da indústria aeronáutica montadas em uma estrutura muito complexa.

Os quatro elementos que sustentam a estrutura (presumivelmente feita em liga de alumínio) em casa lado são torcidos com formas aerodinâmicas de modo a oferecer a menor resistência ao avanço. Cada suporte é oco e passa por dentro de conexões que transmitem os sinais às caixas pretas que, por sua vez, transmitem a informação à telemetria das caixas e a garagem.

Por trás dessa engenhosidade existe um estudo incrível e uma despesa que deve ser alucinante mas, quando é necessário recuperar algum terreno em termos de competitividade, é normal que todas as oportunidades sejam exploradas, especialmente antes que o teto orçamentário entre em vigor em 2021, limitando as despesas a R$740 milhões.

Um fato impressiona: não vimos surgir nenhuma ideia inovadora da Ferrari que justificasse um salto de performance no SF1000. Porém, a grade que surgiu em Abu Dhabi representa algo inédito na F1 e atraiu a atenção de todos os engenheiros presentes no paddock, por representar um novo estado da arte.

Porque se alguém questionava a possibilidade da Ferrari ser a equipe que buscasse um novo limite no campo aerodinâmico, outros se perguntam, no entanto, se a pesquisa iniciada pelos engenheiros de Maranello pode render resultados tangíveis. Podemos esperar no futuro uma Ferrari capaz de produzir carros realmente de ponta?

É um sinal de que uma revolução silenciosa está começando na gestão esportiva, com a adaptação não apenas da fábrica (o novo simulador deve estar entre os mais inovadores da F1) mas também das ferramentas para a competitividade.

Se for assim, o carro deve ser apenas o último elemento a se beneficiar dessa cadeia de inovações, mas talvez você pode começar a entender porque defendem em Maranello que a volta por cima da Ferrari começará apenas em 2022, quando o novo sistema estiver em vigor, com a introdução de carros com efeito solo, redefinindo o modelo atual.

Sebastian Vettel, Ferrari SF1000 con i sensori posteriori

Sebastian Vettel, Ferrari SF1000 con i sensori posteriori

Foto de: Giorgio Piola

Sebastian Vettel, Ferrari SF1000 con i sensori posteriori

Sebastian Vettel, Ferrari SF1000 con i sensori posteriori

Foto de: Giorgio Piola

Sebastian Vettel, Ferrari SF1000 con i sensori posteriori

Sebastian Vettel, Ferrari SF1000 con i sensori posteriori

Foto de: Giorgio Piola

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