Análise técnica: os esforços da McLaren no Japão

Giorgio Piola e Matt Somerfield analisam os principais assuntos dos carros do meio do grid no GP do Japão, incluindo o sucesso da asa dianteira da Haas e o fim de semana ruim da McLaren

McLaren MP4/31 new front wing, Japanese GP

Foto de: Giorgio Piola

Análise técnica de Giorgio Piola

Análise técnica de Giorgio Piola

McLaren

A McLaren e a Honda têm feito grandes avanços nesta temporada, mas não esperavam ter um fim de semana tão difícil no Japão, corrida na casa da fabricante.

O MP4-31 é conceitualmente muito semelhante aos carros atuais e anteriores da Red Bull, tal a influência de Peter Prodromou na direção.

Isto não significa uma coisa ruim, com o RB12 sendo ainda como um dos chassis mais fortes do grid.

No entanto, o casamento de curvas e fortes zonas de frenagem de Suzuka não foi feliz para o time, colocando sua filosofia de aerodinâmica fora dos eixos.

Jenson Button chegou a comentar em entrevista: "estamos muito fortes em curvas travadas ​​e de baixa velocidade, mas não naquelas em que você não está freando fortemente. O assoalho não está perto do chão, isso não está funcionando."

O piloto da McLaren claramente se referiu ao ângulo de inclinação em que o MP4-31 foi executado e na maneira em que o carro fez o downforce da asa dianteira.

McLaren MP4/31 new front wing vs other specifications, Japanese GP
Foto: Giorgio Piola

A McLaren tem consistentemente alterado sua asa dianteira durante toda a temporada, na busca de desempenho extra. Uma das principais áreas focadas foram as pontas, que agora têm ranhuras na metade de sua superfície para dobrar o número de entradas que podem influenciar no fluxo de ar.

Cada parte lança o fluxo, que é criado a partir do mainplane na parte de baixo. Inicialmente estas ranhuras estavam apenas aplicadas nas bordas da asa. No entanto, recentemente este conceito evoluiu, com as ranhuras na sequência da curvatura do flap.

Você também pode notar como o footplate no interior da placa foi aumentado em largura (linha azul), mudando a maneira em que o fluxo de ar se move por meio do arco e depois derrama para o lado de fora perto do pneu dianteiro.

Haas

A Haas surpreendeu na classificação, tirando a dupla da Williams do top-10 do grid. No Japão, a equipe mostrou pela primeira vez uma asa dianteira atualizada, depois de ter sofrido com setup nos últimos GPs.

Visto pela primeira vez em Cingapura, a nova asa é uma evolução do conceito usado pela equipe desde o início da temporada e apresenta vários novos elementos que outras equipes usam.

Embora não tivesse havido melhor avaliação das peças em Cingapura e na Malásia, a equipe rapidamente percebeu que a asa não estava se apresentando como deveria e colocou a novidade em prática antes do terceiro treino livre e na classificação no Japão.

Haas F1 Team VF-16, front wing detail
Foto: Giorgio Piola

A nova asa possui um slot que ocupa toda  sua extensão (em amarelo), enquanto os divisores verticais são colocados entre as abas para evitar uma instabilidade no fluxo de ar. Estes divisores também impedem "bolhas" entre os espaços.

A cascata 'r' foi substituída por uma cascata "c" (destaque em vermelho) que está na parte lateral da cascata principal.

Por último, a nova aba superior contém uma ranhura na parte superior (destacado em verde).

Sauber

Ao longo das últimas corridas vimos a Sauber adotar inúmeras peças novas, e enquanto não há nada de revolucionário, pelo menos, é bom ver que a equipe esteja melhorando com conceitos conhecidos.

No Japão, o time de Felipe Nasr testou mais algumas peças, melhorando o desempenho.

Sauber C35 splitter detail
Foto: Giorgio Piola

O splitter foi revisto, seguindo a tendência que já apareceu entre outras equipes. Apresenta aletas verticais na borda principal. Essas barbatanas são usadas para enquadrar e controlar o fluxo de ar que se aproxima, melhorando a forma como opera.

Sauber C35 bargeboards and floor detail
Foto: Giorgio Piola

 

A lateral foi completamente remodelada. Além disso, o slot que anteriormente só cruzava na superfície, foi significativamente aumentado na sua altura e foge um pouco mais da ponta do que antes.

As mudanças fazem o ângulo de inclinação superar a superfície em que a lateral é projetada (em amarelo), como a equipe visando maximizar o desempenho desta área do carro.

A mudança segue outra tendência, acrescentando um piso de rolagem destacado para a área externa do C35 (seta).

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