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Entenda como a Ferrari vive seu lampejo mais fulminante da década

Escuderia italiana não vencia três corridas consecutivas desde a temporada 2008, com Felipe Massa e Kimi Raikkonen

Podium: race winner Kimi Raikkonen with Felipe Massa, Lewis Hamilton and Aldo Costa, Scuderia Ferrar

Foto de: XPB Images

Nas últimas três etapas da temporada 2019 da Fórmula 1, a Ferrari finalmente desencantou neste ano e conquistou três pole positions e três vitórias consecutivas.

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O monegasco Charles Leclerc largou em primeiro nos GPs de Bélgica, Itália e Singapura, vencendo as duas primeiras provas. Já o alemão Sebastian Vettel faturou a etapa asiática e pôs fim a longo jejum na categoria.

Os dois pilotos estão forjando uma rivalidade interna na escuderia italiana, mas o time de Maranello não tem do que reclamar. A atual sequência da equipe é a melhor desde 2008, quando o brasileiro Felipe Massa e o finlandês Kimi Raikkonen eram os donos dos carros vermelhos.

Naquele campeonato, a Ferrari emendou quatro triunfos nas etapas de Malásia, Bahrein, Espanha e Turquia, com duas vitórias para cada piloto (veja abaixo). Desde aquela época até agora, a escuderia da Itália não tinha passado de duas glórias consecutivas.

Felipe Massa venceu o GP da Turquia
Lewis Hamilton chegou em segundo com a McLaren
Kimi Raikkonen completou o pódio
Raikkonen venceu o GP da Espanha
Massa foi o segundo e Hamilton o terceiro
Dupla da Ferrari celebra
No Bahrein, Massa foi o vencedor
Raikkonen foi o segundo e o polonês Robert Kubica o terceiro com a BMW-Sauber
Festa de Massa em Sakhir
No GP da Malásia, quem venceu foi Raikkonen
Kubica ficou em segundo e o finlandês Heikki Kovalainen em terceiro com a McLaren
Festa do 'Homem de Gelo', campeão na temporada anterior
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Se considerarmos as poles, temos que voltar no tempo ainda mais. O polonês Robert Kubica levou a BMW-Sauber à pole da prova barenita de 2008, 'invalidando' a sequência ferrarista daquele ano. Assim, retornamos à temporada de 2004 para encontrarmos trinca tão boa como a de 2019.

Apesar do domínio da Ferrari com o alemão Michael Schumacher e o brasileiro Rubens Barrichello, houve 'só' duas trincas vermelhas com pole e vitória. A última delas foi entre Itália, China e Japão: Rubinho dominou em Monza e Xangai e Schumi reinou em Suzuka.

Michael Schumacher venceu o GP do Japão
O britânico Jenson Button chegou em segundo com a BAR
O alemão Ralf Schumacher completou o pódio com a Williams
Na China, Rubens Barrichello foi o grande vencedor
Button ficou em segundo e Raikkonen em terceiro com a McLaren
Festa de Rubinho
O brasileiro também reinou no GP da Itália
Schumacher chegou em segundo em Monza
E Button foi o terceiro
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A amostragem é pequena e a Mercedes ainda está sobrando na liderança dos construtores neste ano, mas os desempenhos de Spa, Monza e Marina Bay são fortes indícios de uma retomada italiana na atual temporada. Ainda mais considerando que o triunfo em Singapura não era esperado: a Ferrari, porém, mostrou inédita força de adaptação em 2019 e fez uma atualização aerodinâmica crucial para a glória na etapa asiática. Outro alento para os tifosi, já que houve mostras de que os carros vermelhos não são mais reféns apenas dos circuitos com longas retas.

Além disso, o momento pessoal dos competidores ferraristas deve ser um trunfo para o restante de 2019 em Maranello. Tetracampeão, Vettel pode se animar a sair do recente ostracismo, ao passo que Leclerc certamente está louco para tirar - de vez - do companheiro o status de piloto número 1 da escuderia. Ingredientes que vão demandar jogo de cintura por parte do chefe de equipe Mattia Binotto. Também vão, porém, elevar o nível da competitividade dentro de casa.

A rivalidade interna traz dificuldades, mas pode ser usada de forma positiva pela Ferrari. Já suas principais concorrentes não terão esse recurso: na Mercedes, o britânico Lewis Hamilton, líder isolado do campeonato, não sofre ameaça real do finlandês Valtteri Bottas. Além disso, as 'Flechas de Prata' passam por aparente estagnação. Já na Red Bull, o holandês Max Verstappen é soberano e está um patamar acima de seu novo companheiro, o novato tailandês Alexander Albon.

A Ferrari, por outro lado, tem a dicotomia Leclerc/Vettel e nunca esteve tão bem neste ano em termos de desenvolvimento do carro. O cenário, portanto, é melhor do que o visto na época do espanhol Fernando Alonso. O bicampeão tirava leite de pedra e ameaçou o título de Vettel nas temporadas 2010 e 2012. Na primeira delas, porém, a escuderia italiana sequer teve força para ser vice-campeã de construtores. Em 2019, o time de Maranello não deve ter tamanha dificuldade.

O atual momento, inclusive, faz com que os representantes da equipe vermelha inclusive pensem em título. A diferença entre pilotos é grande: Hamilton tem 296 pontos, contra 200 de Leclerc e 194 de Vettel. Entre os construtores, a margem também é larga: 527 para Mercedes e 394 para Ferrari. Mas Vettel tem esperanças. "Tivemos características opostas de pistas nas últimas três semanas e fomos rápidos nas duas. Foi uma grande surpresa ser rápido em uma pista como Singapura. É uma coisa boa e espero que seja um bom sinal para o futuro", disse ao Motorsport.com.

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