Em meio ao interesse da Audi pela Sauber, por que Alfa Romeo não quer um acordo de longo prazo na F1?

Marca italiana acredita no potencial do modelo de negócio construído com a Sauber e defende caminho tomado pela F1 com a neutralização das emissões de carbono

Zhou Guanyu, Alfa Romeo C42

Foto de: Antonin Vincent / DPPI

A Alfa Romeo pode estar feliz com o progresso de 'sua' equipe na Fórmula 1, contente com a busca da categoria para neutralizar as emissões de carbono, mas um aspecto chave do seu envolvimento não deve mudar.

Desde o início da parceria com a Sauber em 2018, a Alfa Romeo tem deixado claro que a continuidade do relacionamento seria decidida de forma anual. Apesar do valor e do interesse ao redor da Alfa Romeo e da F1 ser maior que nunca, e com outras montadoras à porta (inclusive a Audi com a Sauber), não há evidências de que a marca italiana fugirá de seu plano.

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Jean-Philippe Imparato, CEO da Alfa Romeo, disse que enquanto a parceria está entregando grandes valores para a marca, ele ainda está feliz por manter um certo grau de flexibilidade.

"Eu decidirei sobre 2023 com nossos colegas nas próximas semanas", disse ao Motorsport.com. "A questão para nós é não pensarmos nos próximos cinco anos hoje. Estamos, eu acho, com esse projeto de 2023 e, como vocês sabem, temos com nossos colegas uma avaliação anual da parceria a longo prazo de forma clara, transparente. Então estou confortável com isso".

"A cada ano analisaremos e decidiremos sobre o ano seguinte. Não faço parte de nenhum compromisso a longo prazo ou algo do tipo, de cinco anos. Então, para deixar claro, qualquer negociação sobre motores, parcerias, é liderada por Fred Vasseur e a Sauber, considerando os melhores interesses da Sauber".

"Os melhores interesses da Alfa Romeo é ter o retorno de investimento a cada ano, e o progresso em termos de performance a cada ano. É isso. O resto é completamente separado".

Jean Philippe Imparato, Brand CEO, Alfa Romeo

Jean Philippe Imparato, Brand CEO, Alfa Romeo

Photo by: Jean Philippe Imparato

O posicionamento de Imparato não casa com o de outras montadoras, que se comprometem com a presença na F1 a longo prazo. Mas vale lembrar que ele não está acostumado a fazer coisas convencionais, já que representa a única montadora na F1 feliz em ter os naming rights de uma equipe em vez de uma equipe própria, ou construir seu próprio motor.

"Acho que temos o melhor retorno de investimento do planeta. Isso pode ser uma surpresa, mas inventamos com nossos colegas de Sauber um novo modelo de negócios que cria uma governança dual entre nós".

A busca da F1 pela neutralização das emissões de carbono

Todas as montadoras de carros enfrentam momentos desafiadores em meio às trocas para carros elétricos, o que é muito caro. E enquanto a F1 promete um futuro de emissões neutras de carbono, a categoria ainda vê um futuro nos motores de combustão interna, mas com combustíveis sustentáveis.

Imparato não vê um choque de filosofias entre carros de rua elétricos e motores emissão zero na F1, achando que ambos podem andar lado a lado. Ele acredita que há muito a se ganhar na F1 ao liderar a busca por emissões neutras.

"O combustível, e respeitar o meio ambiente, está no centro da transformação da Fórmula 1, tenho certeza disso. Depois, não sei qual será o ritmo, as razões, o evento, mas sei que eles estão trabalhando nisso".

"Então toda vez que alguém trabalha em algo positivo em termos de reduzir as emissões de carbono, é uma boa notícia para mim".

Zhou Guanyu, Alfa Romeo C42, Mick Schumacher, Haas VF-22

Zhou Guanyu, Alfa Romeo C42, Mick Schumacher, Haas VF-22

Photo by: DPPI

"O esporte a motor sempre foi de vanguarda, e vocês verão que o automobilismo liderará essa mudança, possivelmente mais rápido que todos, como sempre. Podemos discutir, gritar, mas no final somos corredores. O objetivo é claro: todos correm para ser primeiros, e esse também é o caso aqui".

Mas enquanto os caminhos da F1 para os combustíveis sustentáveis levantaram a possibilidade da mudança para o elétrico perder força, Imparato defende que, para sua empresa, nada muda.

"As decisões foram tomadas. A indústria passa para o elétrico em 2035 e quando você determina isso, significa que você tem que parar de investir agora e parar com os motores de combustão interna em 2030 mais ou menos. Então será uma corrida pra ver quem chega primeiro lá".

"Não há um comprometimento e, para mim, não há um plano B. Porque nossos filhos não aceitarão que levemos adiante as emissões de CO2. É uma questão de ética".

 

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