F1-Alonso: "Se estou liderando com melhor carro, não vou perder"

Um inspirado Fernando Alonso falou sobre vários tópicos na coletiva de imprensa pré-GP dos Estados Unidos de Fórmula 1 nesta quinta-feira, analisando a temporada decepcionante que vive com a Aston Martin, mas também aproveitando para cutucar a dupla da McLaren, Lando Norris e Oscar Piastri, sobre a aproximação de Max Verstappen na briga pelo título.

COTA, uma pista difícil para a Aston nos últimos anos

O COTA (Circuito das Américas), local do GP dos EUA, historicamente não tem sido bom para Alonso e a Aston Martin.

"Tivemos desafios nas últimas temporadas aqui no COTA. Em 2023, o carro estava indo muito bem e nós tivemos dificuldades. Portanto, temos que fazer algo diferente dos últimos dois anos para realmente conseguir marcar pontos", disse o espanhol, ciente de que o desempenho dependerá em grande parte da pista e da capacidade da equipe de se adaptar rapidamente.

O retorno do fim de semana sprint é outro fator importante em Austin. Alonso está confiante em sua experiência para tirar proveito disso: "Estamos em um fim de semana com sprint e isso é uma vantagem para nós, porque saímos para a pista na sexta-feira e imediatamente temos a primeira classificação, e estou pronto para arriscar".

Para o espanhol, que gosta da adrenalina e da velocidade das sprints, esses fins de semana são um lugar onde a experiência pode fazer a diferença, embora ele admita que, para a Aston Martin, uma equipe de meio de tabela, as sprints são mais um teste do que uma oportunidade de marcar grandes pontos.

A luta pelo Mundial

Quanto à luta pelo título, que ainda está em aberto, com Oscar Piastri na liderança e Lando Norris 22 pontos atrás, Alonso preferiu não escolher um favorito: "Os carros da McLaren F1 têm um pouco de vantagem, pelo menos em pontos, então eu diria entre as duas McLarens, mas Max é um piloto incrível e se há alguém que pode superar esse déficit é ele".

Faltando seis corridas e 173 pontos em jogo, a experiência do espanhol permite que ele analise a pressão e os riscos dessa reta final:

"A abordagem do piloto muda um pouco no final da temporada, você aborda cada fim de semana se preocupando com cada detalhe, não que você não faça isso todo fim de semana, mas no final não há margem para erros, porque o líder pode mudar, e há mais pressão. O mesmo acontece se você estiver liderando o campeonato, mesmo que tenha uma margem, você não quer perdê-la e a atmosfera é diferente, mas é um bom lugar para se estar".

O piloto espanhol não hesita em reconhecer sua preferência, aproveitando para cutucar a dupla da McLaren:

"Eu prefiro liderar o campeonato, se eu liderar o campeonato com o melhor carro, não vou perdê-lo, e não há mais pressão se você liderar. Se você não estiver na liderança no momento, é porque não tinha o melhor carro e precisa esperar por algo inesperado, um pequeno milagre".

Uma mensagem que resume perfeitamente seu pragmatismo: enquanto luta para marcar grandes pontos em 2025, ele já está pensando em um Aston Martin ambicioso para 2026, com uma mudança de regra que poderia colocar a equipe e o piloto de volta na disputa por vitórias e pódios.

O fim do ano para a Aston Martin

Alonso também abordou a importância de olhar para o futuro: "Nos fins de semana, temos que continuar a ter um desempenho de alto nível, a motivação tem que permanecer alta, temos que melhorar algumas operações dentro da equipe, temos que usar essas seis corridas como uma espécie de teste, e também ter um olho no calendário do próximo ano para economizar alguma energia, mesmo que estejamos correndo muito e viajando durante os últimos meses, mas temos que pensar em poder descansar logo neste último trecho, para começar em janeiro com as baterias carregadas até o topo".