F1: Entenda por que formato do GP em Ímola "trava" grandes atualizações das equipes

Com apenas uma sessão de treinos livres antes da classificação, equipes preferem focar nos ajustes para o fim de semana, devido ao tempo limitado para testes

Charles Leclerc, Ferrari F1-75, Max Verstappen, Red Bull Racing RB18, battle for the lead

Foto de: Zak Mauger / Motorsport Images

Tradicionalmente, a primeira corrida europeia da Fórmula 1 no ano é marcada por uma enxurrada de atualizações das equipes, em busca de melhorar a performance. Mas, apesar de novidades esperadas, nem todas seguirão esse caminho no fim de semana do GP da Emilia Romagna em Ímola, e o principal motivo para isso tem a ver com o formato da etapa.

Por ser a primeira etapa do ano com a presença da corrida sprint ao sábado, a programação do fim de semana muda, assim como visto em 2021: na sexta temos um treino livre e a classificação, mais um treino livre e a sprint no sábado e a corrida no domingo.

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Por isso, muitas equipes, especialmente as ponteiras Ferrari e Red Bull, optaram por segurar mais um pouco a introdução dos primeiros pacotes de atualização, preferindo focar nos ajustes do carro pensando na classificação, já que os modelos serão congelados para o fim de semana ainda na sexta. Mas isso não impede as equipes de trazerem pequenas novidades.

Não há nada de inédito ou surpreendente nisso. A introdução da sprint segue objetivos comerciais, buscando aumentar o interesse das sextas e sábado em benefício dos promotores das provas e das emissoras parceiras.

Mas, para dizer a verdade, as três corridas sprint do ano passado não mexeram muito no interesse do público por si só, com o duelo entre Lewis Hamilton e Max Verstappen cumprindo esse papel em maior escala.

Christian Horner, team principal Red Bull Racing

Christian Horner, team principal Red Bull Racing

Photo by: Red Bull Content Pool

Em 2021, a introdução das sprint foi 'indolor', já que as equipes usavam os carros de 2020 com pequenas atualizações e já muito bem testados. Ter apenas 60 minutos de treinos antes da classificação foi um obstáculo facilmente superado.

Porém, este ano temos um cenário diferente, com as equipes no início de um novo ciclo técnico e, entre atualizações e correções, a atividade nas fábricas rola 24 horas por dia. 

Após os testes de pré-temporada e três corridas fora da Europa, chega a hora das equipes trazerem para a pista as primeiras inovações substanciais, resultados de pesquisas nas etapas iniciais. Mas com a primeira corrida no Velho Continente carregando a sprint, isso desencorajou os times a trazerem grandes novidades para Ímola.

Não está claro o motivo que levou a FIA e a Liberty Media a incluírem uma sprint tão cedo no ano, já que a necessidade das equipes de adquirirem quilometragem para testes e verificação era facilmente previsível.

Sem a possibilidade de realização de testes, a única possibilidade de avaliar novos componentes na pista são os três treinos livres nos fins de semana, mas a sprint reduz isso para apenas 60 minutos do TL1, um tempo que não é suficiente para verificar as configurações.

"Não teremos grandes novidades em Ímola", disse Mattia Binotto em Melbourne. "Não é o lugar certo. Nos treinos livres da sexta-feira vamos nos concentrar na preparação para a classificação. Não há tempo de fazer mais nada".

Christian Horner, da Red Bull, foi na mesma linha: "Não há tempo para avaliar uma possível novidade no carro, então você precisa ter certeza do que está colocando. Teremos pequenas evoluções, não um pacote importante, que virá depois".

Os testes 'virtuais' feitos pelas equipes nas fábricas é confiável, mas é sempre necessário fazer a correlação na pista, tal como comprovado neste ano com o porpoising, ausente nos testes de túnel de vento, mas claramente perceptível nas retas reais.

Mesmo assim, algumas equipes prometem atualizações consideráveis para a etapa, preferindo arriscar, como Alpine, Alfa Romeo e AlphaTauri, que trarão versões revisadas de seus assoalhos. Mas, mesmo assim, ainda são menores que os pacotes tradicionalmente levados na primeira corrida europeia do ano. Quem traz as mais consideráveis são as equipes que buscam recuperar o atraso.

O grande problema é que isso cria dúvidas sobre quando veremos os primeiros pacotes, já que a corrida seguinte à Ímola é novamente fora da Europa, sendo ainda em uma pista estreante: Miami. O foco na prova da Flórida deve ficar com o reconhecimento da pista. Assim, devemos ter as grandes atualizações surgindo apenas na sequência, em Barcelona, a sexta etapa do ano.

Mattia Binotto, team principal Ferrari

Mattia Binotto, team principal Ferrari

Photo by: Ferrari

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