F1: Hamilton abre o jogo e relata como está enfrentando 'dura' realidade da Mercedes

Piloto britânico está tentando transformar sua decepção atual em um resultado positivo como parte de seus esforços para motivar a equipe

Lewis Hamilton, Mercedes W13

Foto de: Mark Sutton / Motorsport Images

Para Lewis Hamilton, a corrida sprint de Ímola no sábado deve ter sido uma das tardes mais frustrantes de sua carreira na Fórmula 1.

Tendo se classificado apenas em 13º depois de 'lutar' para obter temperatura em seus pneus na sexta-feira, esperava-se ver o heptacampeão progredir na sprint e entrar pelo menos no top 10 para o início da corrida de domingo.

Na verdade, ele perdeu algumas posições nos estágios iniciais e, no final das 21 voltas, só conseguiu terminar em 14º. Seu companheiro de equipe George Russell se saiu um pouco melhor, ficando com a 11ª colocação.

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A corrida sprint foi um verdadeiro alerta para a equipe alemã. Após a classificação,  o chefe de engenharia da Mercedes, Andrew Shovlin, reconheceu a falta de ritmo na pista fria e úmida, mas continuou confiante de que o W13 é o terceiro carro mais rápido no momento.

Hamilton e Russell certamente não tiveram a chance de mostrar isso na corrida sprint.

"Tão doloroso", disse Hamilton quando questionado pelo Motorsport.com o quão chocante foi a falta de progresso.

"É difícil, não há palavras para isso, realmente. Estávamos esperançosos de que poderíamos entrar no top 10 se não estivéssemos travados atrás."

"Acho que temos ritmo para estar no top 10. Mas, infelizmente, isso não foi possível hoje com o DRS e a velocidade que tivemos."

Algumas horas após a corrida sprint, Hamilton revelou o que pensava sobre a situação atual e procurou por pontos positivos.

Ele também respondeu a uma pergunta que lhe foi feita por um jornalista francês no início do teste de Barcelona em fevereiro:

P. Algum medo de que a equipe não seja capaz de lhe dar um carro que possa vencer e lutar pelo campeonato?

Hamilton: "Por que eu me sentiria assim? Por que eu pensaria isso? Ganhamos oito vezes consecutivas. Por que eu me sentiria assim?"

P. Eles podem cometer um erro ao construir o carro...

Hamilton: "Minha equipe não comete erros. Claro que há sempre um risco. Não cometemos erros. Temos muitas pessoas inteligentes na fábrica, confio 100% neles. E independente de como comecemos hoje, vamos trabalhar com isso. Sempre tivemos um grande plano de desenvolvimento para trabalhar."

Claramente, essa conversa ficou na cabeça de Hamilton e ele a resgatou na tarde de sábado, admitindo que estava errado na época.

"É difícil, com certeza", disse ele sobre a situação atual. "Mas, você sabe, eu não sou o único na equipe, certo? Estamos todos sentindo a dor. Estamos nisso juntos. Ganhamos e perdemos como equipe. Então estamos fazendo o melhor que podemos com o que temos."

"No início do ano, em Barcelona, uma pergunta foi feita para mim, o que acontece se você errar? E eu disse: 'Bem, não fazemos isso, não erramos. Somos campeões do mundo..'."

"Mas o fato é que, com todas as possibilidades que existem, pode acontecer. Mas o que continuamos fazendo é manter a cabeça focada, continuar trabalhando. Se uma pessoa está para baixo, contamos com nossos companheiros de equipe para levantar uns aos outros."

"E não estamos nem perto de onde queremos estar. Mas vamos continuar lutando, continuar trabalhando o máximo que pudermos e esperamos que, eventualmente, vejamos uma luz no fim do túnel."

Nos testes e nas primeiras corridas, era esperado que a Mercedes resolveria rapidamente seus problemas e logo entraria no ritmo dos líderes.

Isso não aconteceu, e a diferença de pontos para Ferrari e Red Bull está crescendo.

Ainda faltam 19 etapas para o fim da temporada, mas será que Hamilton já aceitou que sua chance de título acabou?

"Eu sei que há muitos pontos disponíveis", disse ele. "E teoricamente, sim, ainda é possível. Mas é preciso ser realista. E os problemas que temos não são pequenos: o carro em termos de pilotagem, os problemas que temos na maneira como ele se comporta...".

"Ainda não temos uma solução. Mesmo para projetar algo, se encontrarmos o que é a solução e tivermos que mudá-la, a equipe trabalhará o máximo que puder, mas as coisas podem levar um mês no design e na construção dessas coisas."

"Então, acho que mantemos focados, continuamos esperançosos. Continuamos indo atrás. Mas você só precisa ficar de olho na posição realista em que estamos e trabalhar duro para garantir que não estaremos nesta posição no próximo ano."

“Eu nunca estive tão longe, sabemos como esses campeonatos funcionam, e com essas duas equipes na frente, Ferrari e Red Bull, estão apresentando um desempenho bom, temos que encontrar pelo menos um segundo e meio pelo menos, estar à frente deles e terminar à frente deles todas as corridas pelo resto do ano, basicamente. Isso não vai ser fácil."

Hamilton está tentando transformar sua decepção atual em um resultado positivo como parte de seus esforços para motivar a equipe.

"Inicialmente é frustrante, porque você vê aqueles pontos que as pessoas estão buscando e você quer estar nessa luta. Mas quando você está lutando para chegar ao top 10, o quão antes você puder aceitar a realidade que você está enfrentando, quanto mais cedo você puder mover essa energia negativa ou essa tensão para um esforço positivo é melhor."

"E isso está ajudando as pessoas que estão trabalhando na fábrica, que estão realmente sentindo o peso dos resultados que estamos obtendo no momento, mas estão fazendo tudo o que podem."

"Nós aqui na pista, todo mundo está tentando dar o seu melhor, mas não parece estar obtendo os resultados que queremos ou merecemos."

"Mas dizem que essas coisas nos provam, isso só nos tornará mais fortes. Por mais doloroso que seja."

Inevitavelmente, as lutas atuais de Hamilton encorajaram perguntas sobre seu futuro. Ele está comprometido com a Mercedes até o final de 2023, mas com sete títulos e tendo completado 37 anos em janeiro, ele realmente quer guiar apenas para chegar aos pontos?

"Veja, estou com a Mercedes desde os 13 anos. Tivemos momentos incríveis juntos, passamos por altos e baixos juntos. Estou 100% comprometido com esta equipe. Não há outro lugar em que eu queira estar só porque passamos por uma fase difícil. Ainda somos campeões mundiais", disse Hamilton.

"E podemos consertar isso. Vai levar mais tempo, vai ser um ano doloroso, acho que, em última análise, será um ano doloroso em que teremos que correr juntos."

"E com a crença de que podemos corrigi-lo em algum momento, talvez ao longo do ano, ou até mesmo no pior cenário, pelo menos para o próximo ano", concluiu.

VÍDEO: Rosberg critica Hamilton após resultado em Ímola

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