F1: Mercedes deve ter atualização no Bahrein em busca de resolver 'quicadas' de carro; entenda fenômeno

Mais cedo na semana, a Ferrari havia afirmando que as equipes haviam subestimado a potência desse efeito nos novos carros

Mercedes W13 stiffened floor

Foto de: Giorgio Piola

A Mercedes deve chegar aos testes de pré-temporada da Fórmula 1 2022 no Bahrein em duas semanas com novidades aerodinâmicas, com o objetivo de encontrar uma solução permanente a um problema que afetou todas as equipes em Barcelona: as "quicadas" do carro em alta velocidade, um fenômeno chamado porpoising em inglês.

A equipe alemã foi uma das afetadas nesta semana pelo fenômeno, que envolve o retorno do efeito solo à F1 após décadas afastado. E como mostra a foto exclusiva do Motorsport.com acima, o único modo de superar o problema é adicionar alguns reforços ao assoalho, ajudando a gerenciar melhor a flexão sob alta velocidade que contribuía ao problema.

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Rico Penteado, engenheiro de motores que trabalhou na F1 por mais de duas décadas, explicou como funciona esse fenômeno.

"Esse efeito, que vem do movimento do boto, acontece porque o assoalho tem um efeito de aspiração muito forte", disse. "Então ele começa a abaixar cada vez mais o carro, e quanto mais alta a velocidade, mais ar vai passando por baixo. E como isso representa um 'atraso' na velocidade, você acaba aumentando muito o efeito de downforce, de aspiração".

"No caso, o carro vai abaixando até ele tocar no chão ou ficar em uma forma geométrica tão estrenha que acaba estolando, subindo de volta para começar de novo. Então sempre que o carro estiver em alta velocidade e tiver o efeito do assoalho, o efeito solo funcionando, ele vai chupar o carro para baixo, até bater no chão ou fechar demais impedindo a entrada do ar".

A equipe sabe que esse reforço não é uma solução que pode ser levada adiante, então boa parte do foco nas próximas duas semanas será em uma revisão do carro em busca de uma solução a longo prazo.

Mas enquanto Lewis Hamilton confessou abertamente que a equipe havia enfrentado alguns obstáculos em Barcelona, surgiu a informação de que a performance da Mercedes no Bahrein deve ser incrementada por uma grande atualização de partes aerodinâmicas.

Havia inclusive uma especulação no paddock de que isso poderia incluir uma área de sidepods fortemente revisada, ajudando a reduzir ainda mais o arrasto do carro nas retas, com gerenciamento melhor do fluxo de ar.

George Russell disse que trazer atualizações será algo comum nessa primeira fase do campeonato, com as equipes passando a entender melhor o novo regulamento.

"Acho que veremos isso com todas as equipes. Tivemos essa mudança enorme no regulamento. Todos chegamos em Barcelona com uma estimativa de onde precisávamos estar com o carro. Mas obviamente há muitas coisas na pista que foram diferentes do que alguns esperavam. Então precisamos tentar otimizar com as limitações que temos".

"Acho que veremos algumas mudanças no Bahrein e ao longo da temporada. Tenho certeza de que a curva de desenvolvimento será rápida para todos. Quem conseguir fazer isso mais rápido e efetivamente ficará na frente no fim do ano".

George Russell, Mercedes W13

George Russell, Mercedes W13

Photo by: Mark Sutton / Motorsport Images

Não seria a primeira vez que a Mercedes teria um carro-base no primeiro teste, introduzindo uma versão mais definitiva na segunda sessão. Em 2019, a equipe trouxe um modelo bem básico nos primeiros dias antes de apresentar uma versão bem mais completa, a caminho da conquista dos dois títulos pelo sexto ano consecutivo.

Apesar da Mercedes ter terminado os testes de Barcelona com uma dobradinha, Russell defende que os tempos de volta não significam nada em termos de potencial do carro.

"Tem sido muito intrigante para todos nós e tivemos vários problemas inesperados, que foram bem visíveis. Algumas equipes têm a situação controlada e outras não. Em termos de tempos de volta, não acho que seja representativo".

"Obviamente estávamos com os pneus mais macios, e o C5 é bem forte nessa pista. Então mesmo que estejamos na ponta, não analisaria isso demais. Vejo McLaren e Ferrari muito fortes. E acho que temos algumas coisas para melhorar, já que não estamos 100% felizes com o equilíbrio do carro".

"Mas, no fim do dia, é apenas testes. Estamos aqui para aprender. E acho que tivemos boas experiências nesta semana e uma boa indicação do caminho que devemos seguir".

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