F1: Novo carro e pista tornam GP de Mônaco de 2022 ainda mais intrigante

Ainda lidando com o novo carro da categoria, competidores e dirigentes dizem que este pode ser a corrida mais desafiadora em anos

Lewis Hamilton, Mercedes W12, Sebastian Vettel, Aston Martin AMR21, Esteban Ocon, Alpine A521, Sergio Perez, Red Bull Racing RB16B, Antonio Giovinazzi, Alfa Romeo Racing C41, Lance Stroll, Aston Martin AMR21, and the remainder of the field at the start

Foto de: Jerry Andre / Motorsport Images

O GP de Mônaco é sempre o maior desafio que pilotos e equipes de Fórmula 1 enfrentam e respira aliviado quem passa o fim de semana sem danos. No entanto, há aspectos dos carros de 2022 que adicionam uma camada extra de complexidade ao evento deste ano, que colocarão um pouco mais de pressão sobre todos.

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“Será interessante ver como as coisas serão”, disse Pierre Gasly, perguntado acerca do final de semana pelo Motorsport.com. “Mesmo em pistas suaves ou normais, em termos de dirigibilidade em relação ao ano passado, é bem pior. É a primeira vez que entramos em uma pista de rua de fato nesse ano, então pode se tornar bastante complicado. Mas será a mesma coisa para todo mundo e cabe aos pilotos e equipes encontrarem o melhor caminho”, completou.

Os carros atuais são grandes e pesados. Como Martin Brundle observou no seu comentário na Sky no GP da Espanha, os bólidos têm tendência a agir como um pêndulo quando os pilotos perdem a traseira, afinal, agora correm com um perfil de pneus que permitem menos erros e com suspensões muito mais rígidas. Isso, por sua vez, se relaciona com a altura do carro, um parâmetro a que são incrivelmente sensíveis.

Os pilotos deverão ser mais cautelosos com a abordagem às zebras de Mônaco, especialmente na chicane após a Piscina, que tantas vezes fez pilotos irem ao muro. Também tem a questão do porpoising, se as velocidades serão altas o suficiente para que ele não ocorra.

Os competidores se sentem desconfortáveis com as quicadas quando descem uma reta, mas já consideram que este efeito deverá ocorrer à medida em que chegarem à St. Devote, subindo até a Praça do Cassino ou no túnel, chegando à Chicane. Mesmo que de forma moderada, o porpoising vai requerer um pouco de atenção.

Enquanto as equipes que naturalmente sofrem mais com as quicadas tentarão elevar a altura do carro, algo que geralmente é um caminho em Mônaco, mas que custará downforce, impactando desempenho e deixa os bólidos mais difíceis de guiar.

Lembrando que não é só isso. Não podemos nos esquecer dos problemas de visibilidade que os pilotos destacaram no início da temporada, visto que os pneus dianteiros são mais altos e possuem dispositivos aerodinâmicos ao redor deles.

Não foi mencionado muito ultimamente, mas pode se tornar um problema neste fim de semana. Em Jeddah e Miami, haviam curvas em que o apex era em uma parede de concreto, o que complicou um pouco as coisas. Em Mônaco, com as barreiras próximas, é necessário precisão enorme. Basta pensar nos acidentes ao longo dos anos na chicane da Piscina, com os pilotos acertando o muro na entrada e quebrando a suspensão dianteira.

Todos os desafios descritos acima também dificultam a vida das equipes, pois tentam encontrar uma configuração rápida, mas também confortável e segura para os pilotos. Na maioria dos casos, eles estão fazendo isso com novos pacotes aerodinâmicos usados na Espanha, os quais eles ainda estão aprendendo. Como há um suprimento limitado de barras laterais, alguns acidentes em treinos com seus competidores e pode surgir um novo problema.

A novidade na programação do final de semana mudaram algumas coisas. Antes, as equipes e pilotos tinham a sexta para recuperar o fôlego. Havia tempo de sobra para reconstruir os carros acidentados, receber peças de reposição e mergulhar nos dados coletados, tanto na pista quanto na fábrica. Os pilotos poderiam andar o dia todo em simuladores se necessário, tentando novos ajustes. Isso tudo acabou!

Diretor técnico da Aston Martin, Andrew Green concorda que uma batida com o novo pacote apresentado em Barcelona pode ser mais custoso, mas que estas novidades permitem um AMR22 um pouco mais alto.

“Vamos ficar no pé com relação às peças de reposição. Vamos ser suaves e gentis no começo das atividades, reconhecendo como abordar essas questões em Mônaco. Mas acho que um dos pontos positivos das mudanças que fizemos é que temos espaço para adaptar nossa configuração a lugares como Monte Carlo”, declarou Green.

"Isso é uma das coisas que o carro lançado no início do ano não seria capaz de nos dar. Então, estamos bastante otimistas de que agora podemos ir em uma direção com uma configuração mais simpática a um circuito de rua como Mônaco”, completou.

Mike Krack, chefe de equipe da Aston Martin, apoia a avaliação de Green. “Uma das razões pelas quais mudamos nossa direção e chegamos aonde chegamos é pelo fato de que tínhamos de correr duros, super duros”, disse o dirigente, indicando que havia poucas opções de mudança de regulagem.

“Nós não poderíamos correr com o carro solto, com outra abordagem. Agora nós podemos. Então, Mônaco não nos assusta mais como assustava semana atrás”, completou.

Diretor técnico da Alpine, Pat Fry reconhece que o ajuste das suspensões será fundamental neste final de semana. “Certamente será um desafio interessante. Quero dizer, a rigidez que você corre lá – Barcelona é bastante suave para que você possa ir bem e Mônaco vai ser um grande desafio”, declarou.

“Você tem várias ferramentas para trabalhar na suspensão, tentar suavizar em curvas de baixa. Precisa trabalhar e tentar. Eu acho que teremos uma rigidez de quatro a cinco vezes do que era em Mônaco no passado”, completou.

Para o chefe de performance da Williams, Dave Robson, Mônaco sempre será “um desafio único no ano”. “Agora vai ser um pouco diferente, pois os carros requerem coisas um pouco diferentes. Conforme você andar na pista, passar pelos bumps e zebras, a coisa mais importante é deixar o piloto confiante de que ele poderá contornar as curvas e poderá atacar toda volta”, destacou o dirigente.

“Se você tiver de abrir mão do downforce para subir um pouco o carro e obter equilíbrio e confiança, acho que isso é perfeitamente válido em Mônaco. Algo que faríamos em outros anos também”, completou.

Para a maioria das equipes, discutir o porpoising vai ser o foco. “Os saltos ou a altura do carro estará correlacionada ao downforce. Ninguém quer subir o bólido, pois você perde carga aerodinâmica. Teremos algum trabalho na sexta-feira e no simulador para ver o quão baixo poderemos deixar o carro sem causar as quicada”, declarou Otmar Szafnauer, chefe da Alpine.

Ainda em Barcelona, os pilotos foram questionados sobre as dificuldades que teriam em Mônaco e reconheceram que deve ser maior do que em anos anteriores. “Acho que será um dos maiores desafios até aqui, como vamos precisar guiar o carro, mas estamos todos no mesmo barco”, apontou Lando Norris.

“Eu acho que essa será uma das pistas em que estaremos bem mais lentos do que em anos anteriores, eu imagino”, disse Alex Albon. “Mas será interessante. Eu acho que vamos precisar saber mais sobre andar nas zebras, buscar mais ritmo e descobrir onde estarão os bumps. Isso vai adicionar mais personalidade ao circuito”, completou.

Os pilotos tiveram seis corridas para se acostumar com as peculiaridades na questão da visibilidade desses carros, mas ainda pode se tornar um problema quando eles estiverem no limite neste fim de semana. É apenas mais um desafio com o qual eles terão que lidar.

"Acho que é comparável com a sensação que foi em Jeddah foi uma sensação comparável a isso. Lá foi complicado, não é fácil, especialmente quando você começa a quicar em certos lugares. Mas estamos nos acostumando agora, acho que como pilotos, e não é um problema tão grande”, revelou Albon.

“A visibilidade é pior do que nos carros dos anos anterior, mas não acho que isso será um grande problema. Será difícil enxergar o apex certinho, mas que também será ok”, opinou Kevin Magnussen.

"A visibilidade é definitivamente pior", disse Lance Stroll. "É uma daquelas coisas com as quais você se acostuma. Então, com certeza, será um pouco mais desafiador do que nos anos anteriores."

Os favoritos de sempre estarão na frente à medida em que avançar o final de semana? Ou os desafios de configuração e, possivelmente, o contratempo de algum dos pilotos que andam à frente, ajudarão outros pilotos a entrar no pelotão da frente? Perguntas que indicam um final de semana intrigante, de uma maneira ou outra.

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