F1: Pilotos apoiam penalizações a quem causar bandeiras amarelas ou vermelhas na classificação

Assunto voltou à tona após problemas em Mônaco e Baku

Fernando Alonso, Alpine A522, George Russell, Mercedes W13

Foto de: Simon Galloway / Motorsport Images

Após duas classificações consecutivas atrapalhadas por bandeiras amarelas ou vermelhas, os pilotos da Fórmula 1 se mostraram a favor de uma iniciativa em potencial da FIA para penalizar quem causar tal tipo de interrupção nas sessões que definem o grid de largada, por arruinar as voltas dos demais.

No Azerbaijão, esse assunto voltou à tona após Fernando Alonso ir parar na área de escape no fim do Q1, causando uma bandeira amarela e atrapalhando as voltas de quem vinha atrás dele, podendo potencialmente batê-lo.

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Alex Albon, que era o primeiro atrás do piloto da Alpine, não fez questão de esconder sua opinião de que o espanhol teria feito isso deliberadamente. Mas esse assunto não é algo novo na F1, ganhando as manchetes em 2006, no GP de Mônaco.

Naquela ocasião, Michael Schumacher foi excluído da classificação após os comissários determinarem que ele havia parado deliberadamente o carro na Rascasse, encerrando a sessão mais cedo para garantir a pole position.

Um incidente similar aconteceu em 2014, quando Nico Rosberg foi parar na área de escape da Mirabeau, minando o esforço do companheiro de Mercedes Lewis Hamilton, mas o alemão sobreviveu sem sanções a uma investigação.

No ano passado, Charles Leclerc fez um tempo que o colocou na primeira posição no quali em Mônaco e foi parar no muro logo em seguida, garantindo a pole já que os demais não puderam melhorar suas voltas.

E, neste ano, Max Verstappen sugeriu que penalizações deveriam ser impostas àqueles que causarem bandeiras vermelhas após perder sua volta final no Q3 devido ao incidente entre Sergio Pérez e Carlos Sainz.

Apesar de não haver uma documentação oficial associada a esta investigação, foi apurado que os comissários da FIA conduziram uma análise informal do incidente de Alonso em Baku, com o espanhol e o diretor esportivo da Alpine, Alan Permane, sendo flagrados deixando a sala da direção de prova no domingo. O chefe da equipe francesa, Otmar Szafnauer, também esteve presente.

Apesar dos comissários não terem tomado nenhuma ação, suas suspeitas foram suficientes para criar uma discussão sobre uma possível solução ao problema.

O regulamento desportivo da F1 já contém um artigo que pode ser aplicado a qualquer um que use uma área de escape ou algo do tipo, que diz: "Os pilotos devem utilizar todo e qualquer efeito razoável para usar a pista a todo tempo, sem poder sair da pista sem uma razão justificável".

O Apêndice L do Código Desportivo Internacional da FIA, que se refere à conduta de pilotagem, contém uma cláusula similar: "Os pilotos devem usar a pista o tempo todo, e não podem sair da pista sem uma razão justificável".

Os comissários têm o poder de deletar uma ou todas as voltas de um piloto caso seja julgado que ele tenha cometido uma ofensa que entre nesta descrição. Se for acordado entre os comissários e a direção de prova que tal caminho será tomado, uma manobra como a de Alonso pode causar sanções já no GP do Canadá, com a notificação vindo nas notas do diretor para a etapa ou na reunião regular de sexta com os pilotos.

Distribuir penalizações por um acidente de fato que encerra a sessão mais cedo, como a de Leclerc no GP de Mônaco de 2021 e de Pérez neste ano, provavelmente necessita maiores discussões. Questionado pelo Motorsport.com sobre a FIA potencialmente pegar mais pesado em situações do tipo, Alonso disse apoiar a ideia.

Fernando Alonso, Alpine

Fernando Alonso, Alpine

Photo by: Alpine

"Sim, acho que sim. Sempre haverão dificuldades, como a de Baku, que ou você bate em uma curva ou estaciona - como a Haas estacionada na curva 15 [Kevin Magnussen]. Se você estaciona dez metros depois, precisa do safety car. E então vamos penalizar o piloto da Haas por uma escolha errada?".

"Então precisamos ser cuidadosos sobre como vamos fazer essas coisas. Mas sim, concordo. Especialmente na classificação, precisa ser diferente. Estamos lidando com problemas de voltas lentas, delta de tempo a ser respeitado, tráfego nas últimas curvas, vácuo. Acho que precisamos pensar de outra forma na classificação".

Lando Norris, que se envolveu em um incidente com bandeira em Baku, também apoia a ideia.

"Sim, claro. Acho que foi um dos caras que causou a amarela ontem, mas apenas para sair da frente de Vettel. Acho que há uma diferença entre fazer isso por acidente e pessoas que fazem para sair da frente das pessoas para não causar bandeira azul ou algo do tipo em classificações, versus quem faz isso de propósito. Especialmente quando você está baixando seu tempo na volta!".

Daniel Ricciardo também concordou que uma movimentação do tipo seria algo positivo.

"É difícil, porque todo incidente é diferente. Mas a menos que você tenha destruído o caro, sendo apenas uma fritada ou escapada, então acho que se você causou algo talvez seja bom pensar em penalização ou algo assim. Talvez deletar o tempo possa ser uma boa saída".

Questionado sobre a alegação de inocência de Alonso após o incidente em Baku, Ricciardo acrescentou: "Sua convicção é impressionante! É a experiência, é por isso que amo ele. Mas Alex falou sobre isso ontem".

"Todos sabemos, meio que estamos jogando, e sei que Lewis tentou não nos dar o DRS com Lando. É um pouco de tática e estratégia. Mas há também o outro lado, como o que Fernando fez. Talvez deletar voltas pode ser o caminho adiante. Veremos".

VÍDEO: Como explicar carro de Mick Schumacher partido ao meio em Mônaco?

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