F1: Por que a Ferrari foi mais rápida que a Red Bull na Áustria e o que esperar de batalha das rivais na França

Entenda como a situação mudou radicalmente entre a sprint e o GP do domingo

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Foto de: Mark Sutton / Motorsport Images

Carro da Ferrari na temporada 2022 da Fórmula 1, o F1-75 conseguiu ser imediatamente competitivo no domingo do GP da Áustria, explorando inicialmente a tração dos pneus traseiros, nas primeiras voltas - especialmente enquanto os dianteiros não atingissem a temperatura ideal da janela de operação em Spielberg.

Além disso, o bólido vermelho conseguiu tirar vantagem de uma vida útil mais longa de seus pneus, em comparação com o modelo RB18 do time de energéticos, carro que havia conquistado a pole position e vencido a corrida sprint com o holandês Max Verstappen. Neste artigo, vamos analisar por que o time de Maranello se deu bem e se foi um episódio restrito à Áustria ou algo que também será visto em Paul Ricard, no GP da França.

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De todo modo, o fim de semana da Áustria começou 'pra valer' com a sessão de qualificação de sexta-feira, que confirmou um grande equilíbrio. Naquela tarde, em Spielberg, os milésimos foram decisivos para definir as hierarquias, com Max Verstappen na pole graças a 29 milésimos de vantagem sobre o monegasco Charles Leclerc e 82 sobre o espanhol Carlos Sainz, representantes da Ferrari.

No sábado, a corrida sprint, nos estágios iniciais, confirmou a ligeira vantagem inicial da Red Bull, mas na segunda parte da 'corridinha' a escuderia (especialmente com Leclerc) mostrou um progresso considerável graças ao excelente gerenciamento de pneus que levou o monegasco a terminar as vinte e três voltas em um ritmo mais rápido do que o do vencedor Verstappen.

Max Verstappen, Red Bull Racing RB18, Charles Leclerc, Ferrari F1-75

Max Verstappen, Red Bull Racing RB18, Charles Leclerc, Ferrari F1-75

Photo by: Red Bull Content Pool

Inicialmente, isso ficou em segundo plano, mas, vinte e quatro horas depois, esse aspecto surgiu como o elemento que definiu a vitória na Áustria. Com poucos treinos livres disponíveis, as equipes não tiveram muito tempo para definir as configurações com as quais enfrentariam qualificação, sprint e corrida, situação nada fácil.

O desempenho na volta de classificação confirmou que os times estavam de fato muito equilibrados. E foi precisamente esse equilíbrio, em termos de desempenho absoluto, que permitiu à Ferrari focar num 'talento' específico do F1-75: ou seja, o de ter pouco desgaste nos pneus, o que é absolutamente fundamental.

Em alguns momentos do fim de semana, um carro que coloca muita carga nos pneus é um trunfo que os pilotos apreciam muito. Por exemplo, não há problemas de aquecimento tendo em vista a volta de qualificação e, nas etapas iniciais da corrida (assim como nas relargadas), é uma 'carta na manga' muito importante.

Charles Leclerc, Ferrari

Charles Leclerc, Ferrari

Photo by: Ferrari

Porém, após o ponto em que se atinge a janela de uso correta dos pneus, a situação fica mais equilibrada. Se você olhar para o fim de semana austríaco como um todo, surge uma Red Bull que otimizou o comportamento de seu carro nas primeiras voltas, como na qualificação. Entretanto, a causa por trás disso se virou contra o time de energéticos na corrida de domingo.

Diante de margens tão pequenas de diferença, nem mesmo o trabalho usual de análise é fácil, e serão as próximas corridas, acima de tudo, que vão confirmar se a Ferrari pode ou não contar 'permanentemente' com uma vantagem na corrida, como aconteceu na Áustria, ou se o que vimos está restrito a um episódio.

Há, obviamente, a questão pista (layout e asfalto), bem como compostos e temperatura ambientes: um 'coquetel' complexo. Mas, também, há um carro em constante evolução -- assim como o RB18 --, num trabalho profundo que, no entanto, em condições particulares, também pode ter seus limites.

A Ferrari vista em Spielberg confirmou um melhor ritmo tanto com pneus médios como duros, mas deve-se considerar que, no fim de semana austríaco, os compostos foram respectivamente o C4 e o C3, muito semelhantes em comportamento e duração, como já visto flagrantemente em outras ocasiões.

Os dois compostos também estarão presentes nas próximas etapas da França e da Hungria, mas serão, nestas ocasiões, os pneus macios e médios, então, na corrida, provavelmente, serão o composto de largada, que posteriormente darão lugar nos quatro horas às borrachas do tipo chamado C2.

De todo modo, quando o número de voltas consecutivas de um modelo de goma chega a dois dígitos, a Ferrari cresce. Na primeira metade da temporada, praticamente todas as equipes reclamaram de uma tendência de subviragem dos monopostos, devido a uma das características da nova geração da Pirelli: ou seja, uma traseira 'muito forte' que, de certa forma, empurra o carro, especialmente com pneus frios.

A expectativa é também do chefe da Red Bull, Christian Horner. “Será interessante ver o que acontecerá nas próximas duas pistas. Em Spielberg, a Ferrari foi melhor do que nós em termos de degradação, mas em Silverstone não estávamos em má forma. Estamos aguardando a confirmação para verificar se foi ou não um episódio", disse o britânico. Aguardemos os próximos capítulos.

 

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