F1: Saída de Binotto cria problema duplo para Ferrari na busca por sucessor; entenda

Estrutura organizacional da Ferrari na era Binotto não se repetia em nenhuma outra equipe do paddock

Mattia Binotto, Team Principal, Ferrari

Foto de: Mark Sutton / Motorsport Images

O anúncio da última terça-feira (29) sobre a saída de Mattia Binotto de seu papel de chefe de equipe da Ferrari na Fórmula 1 confirmou o que já se previa há semanas. E com a poeira começando a baixar, Maranello enfrenta um problema duplo na busca do sucessor do italiano, que deixa a montadora após 28 anos.

A Ferrari disse no comunicado que o processo para encontrar o novo chefe de equipe já está em andamento, com "a expectativa de ser finalizado até o fim do ano". Frédéric Vasseur, chefe da Alfa Romeo, é o favorito, com as ligações sendo feitas há semanas pelo rumores no paddock.

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Mas substituir a pessoa no topo de suas operações de F1 não é o único desafio que John Elkann, presidente-executivo, e Benedetto Vigna, CEO, terão que enfrentar: eles também precisam correr atrás de um novo diretor técnico.

Ao assumir a Ferrari em 2019, Binotto assumiu um papel duplo, de forma pouco convencional no paddock, já que não houve a escolha de um substituto para o cargo de diretor técnico após isso.

Binotto foi crescendo em Maranello após começar como engenheiro, tornando-se o diretor do departamento de motores da Ferrari antes de assumir como chefe do departamento técnico em 2016, após a saída de James Allison.

Como resultado, Binotto se manteve envolvido com o departamento técnico da Ferrari nos últimos quatro anos, delegando algumas responsabilidades mas mantendo supervisão e a operação da equipe.

Com isso, a Ferrari terá que encarar o desafio de preencher não somente uma, mas duas das principais funções em uma equipe de F1. E os primeiros indicativos mostram que a montadora dificilmente terá nomes da casa prontos para assumir o desafio.

No lado do chefe de equipe, a prova vem do fato da Ferrari não ter um sucessor pronto para anunciar junto com a saída de Binotto, precisando olhar para fora.

Mattia Binotto, Ferrari Team Principal, Charles Leclerc, Ferrari, Laurent Mekies, Ferrari Racing Director

Mattia Binotto, Ferrari Team Principal, Charles Leclerc, Ferrari, Laurent Mekies, Ferrari Racing Director

Photo by: Ferrari

A não ser que a Ferrari consiga encontrar alguém com uma experiência similar à de Binotto, sendo capaz de ocupar um papel duplo como chefe de equipe e diretor técnico, é bem provável que sua estrutura interna precisará mudar, potencialmente retornando a uma abordagem mais convencional, com os dois cargos separados.

Mas o desafio acrescido nesta frente é que muitos nomes de ponta, estabelecidos na F1, ficariam sujeitos a longos períodos de quarentena. Quando a Aston Martin 'roubou' Dan Fallows da Red Bull para esta mesma função de diretor técnico, precisou esperar 10 meses até que ele pudesse iniciar o trabalho, e isso só aconteceu porque as equipes chegaram a um acordo para reduzir esse período.

Seria pedir muito à Ferrari conseguir alguém de fora para a equipe a tempo da temporada 2023, o que indica que uma promoção interna é o caminho mais provável, apesar disso também levar a uma reformulação do departamento técnico.

Por mais importante que seja para a Ferrari encontrar a pessoa certa para liderar a equipe daqui em diante após a saída de Binotto, garantir um diretor técnico forte é a outra batalha-chave que a marca enfrenta agora, particularmente devido à força desses departamentos na Red Bull e na Mercedes.

A saída de Binotto cria um efeito dominó mais complexo do que simplesmente trazer um sucessor igual, se é que exista alguém assim. Isso significa que não há tempo a se perder caso a Ferrari queira estabelecer a liderança em vigor, para tentar montar um desafio sólido para os títulos de 2023.

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