F1: Williams é processada em R$750 milhões pela ex-patrocinadora ROKiT

Empresa americana diz ter sido enganada pela equipe ao alegar que teria um carro competitivo na temporada 2019

Nicholas Latifi, Williams FW42

Foto de: Mark Sutton / Motorsport Images

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Ex-patrocinadora da Williams na Fórmula 1, a ROKiT, está processando a equipe de Grove em R$750 milhões em compensações por danos à sua reputação. A ação, que corre na Flórida, nos EUA, alega que a equipe fez "declarações fraudulentas" quando assinou o contrato com a empresa de telefonia móvel, algo rejeitado por Williams.

A ROKiT afirma que a Williams prometeu que teria um carro competitivo em 2019, enquanto sabia que não teria fundos para levar isso adiante. Além da própria equipe, a ação nomeia como réus a ex-chefe Claire Williams, e os ex-executivos Mike O'Driscoll (CEO) e Doug Lafferty (diretor financeiro).

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Os três deixaram a equipe no meio de 2020 após a compra da Williams pela Dorilton Capital. A ação foi lançada em nome da ROKiT World Inc e a ROKiT World Limited por Larry Klayman, um renomado advogado americano envolvido em vários casos de grande repercussão, que incluem nomes como os ex-presidentes Bill Clinton e Barack Obama,

Jonathan Kendrick, chefe da ROKiT, assinou um acordo de três anos com a Williams em janeiro de 2019, e sua empresa foi a patrocinadora máster da equipe a temporada toda. Ainda em 2019, o contrato ganhou uma extensão de dois anos, junto de uma negociação adicional com uma empresa-irmã da ROKiT, do ramo de bebidas.

A ROKiT cumpriu seu lado do acordo em 2019, e a logo da empresa estava no carro no que seria o início da temporada 2020 antes do cancelamento devido à Covid-19. Mas, durante a pausa, teve início a disputa entre as partes.

A ROKiT alega não ter recebido os direitos previstos em contrato devido ao cancelamento das provas, enquanto a Williams afirmava que o valor era referente ao pagamento tardio de taxas de patrocínio.

George Russell, Williams Racing FW42

George Russell, Williams Racing FW42

Photo by: Mark Sutton / Motorsport Images

Quando um calendário limitado foi anunciado pela F1 para a retomada da temporada 2020, a ROKiT disse ter oferecido o pagamento percentual das taxas acordadas. Mas o acordo de patronício foi cancelado pela Williams em maio, antes do início do campeonato, com a equipe já negociando a sua venda.

A disputa sobre as taxas não pagas de 2020 foi parar na Corte Londrina de Arbitragem Internacional, com a Williams levando a melhor.

Mas a nova submissão afirma que "a arbitragem não estava ciente da ocultação fraudulenta de declarações de fatos relevantes pelos réus que não foram descobertos até após a conclusão do caso", e que a ROKiT "descobriu que o carro nunca foi capaz de executar o padrão que os réus haviam garantido aos queixosos, e que os réus estavam cientes disso, mas ocultaram este fato".

Além disso, o documento diz que "os réus esconderam intencional e fraudulentamente o fato de que a Williams Engineering simplesmente não tinha dinheiro suficiente para desenvolver o carro de F1".

O processo diz que "como resultado direto e próximo das declarações fraudulentas feitas pelos réus, os demandantes sofreram perdas financeiras significativas e danos à sua boa vontade e reputação comercial", pedindo compensação por "uma quantia superior a 149.528.500 dólares" (aproximadamente R$750 milhões).

Questionado pelo Motorsport.com sobre a ação, a equipe disse: "A Williams Racing está ciente desta alegação hipotética. Tendo vencido uma arbitragem contra a ROKiT no Reino Unido, e peticionado com sucesso para que a sentença arbitral seja confirmada por um tribunal federal nos Estados Unidos, a Williams continua a confiar nos processos judiciais acerca deste infeliz assunto".

Robert Kubica, Williams FW42

Robert Kubica, Williams FW42

Photo by: Mark Sutton / Motorsport Images

Porém, Kendrick segue certo de que tem um caso em mãos.

"Não quero fazer isso, mas sinto que fomos enganads", disse ao Motorsport.com. "Por que isso surgiu com o aparecimento da Covid e a temporada 2020 foi cancelada. É por isso que não pagamos".

"E, se vocês se lembram, a temporada teria 50% das corridas. Então oferecemos por escrito 50%. E eles recusaram isso imediatamente, cancelando todo nosso contrato, nos processando pelo valor total, mesmo que não tivéssemos nada no carro".

"Tenho e-mails dizendo que pagaríamos metade para eles, e aí eles cancelaram tudo via Instagram, sem sequer nos avisar".

Kendrick disse ainda que, no começo de 2019, recebeu uma garantia verbal da Williams de que a equipe teria um carro competitivo.

"Antes de assinarmos, perguntamos exatamente essas perguntas na frente da minha diretoria. Qual o estado do carro? E do desenvolvimento? Nos disseram X, Y e Z, e nunca isso foi real. E é isso que acredito que podemos provar, especialmente quando entrarmos no tribunal".

"As garantias e compromissos feitos pela diretoria para nós nunca foram cumpridas. Elas simplesmente não eram verdade. Se vocês lembrarem, eles chegaram atrasados à pré-temporada de Barcelona [em 2019] porque eles não tinham dinheiro".

Kendrick disse que ele pode convocar testemunhas que tinham conhecimento da situação da equipe à época.

"Algumas pessoas que trabalhavam na Williams se apresentaram e nos deram informações importantes. Eu realmente não queria fazer isso. De verdade. Mas como eles vieram pra cima de nós, não tenho outra alternativa. Não é justo como isso foi feito".

A ROKiT não está envolvida com a F1 desde o fim do acordo com a Williams, mas segue presente no esporte a motor através da Fórmula E, a F4 Britânica e superbikes.

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