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Sem corridas, F1 relata perda de renda de mais de R$ 1 bi no primeiro trimestre de 2020

Os dados financeiros da Liberty Media do primeiro trimestre mostram o tamanho do impacto da crise da Covid na F1

A scenic view of the Barcelona pit straight

Foto de: Mark Sutton / Motorsport Images

Que a pandemia da Covid-19 teria um impacto econômico no esporte a motor, todo mundo já sabia. Mas, com a divulgação dos números financeiros do primeiro trimestre de 2020 da Liberty Media, foi possível entender melhor o quão afetada a Fórmula 1 foi atingida pela crise.

A renda de janeiro a março do mesmo período do ano passado, que foi de 246 milhões de dólares (cerca de 1,44 bilhão de reais) caiu para apenas 39 milhões de dólares (230 milhões de reais) no primeiro trimestre desse ano, sendo que essa fase contou apenas com as perdas das provas na Austrália e no Bahrein.

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Apesar desses eventos terem pago as taxas de recebimento da prova adiantado, a F1 deixou claro que não reconhece esses pagamentos como renda, e fez o mesmo com acordos de televisão e contratos de patrocínio.

A renda primária, que inclui as taxas de provas e contratos de transmissão e patrocínio teve uma queda brusca, de 198 milhões de dólares (1,16 bilhão de reais) para apenas 13 milhões (76 milhões), com apenas alguns elementos de patrocínio contando para esse valor. Outras fontes de renda caíram de 48 milhões (281 milhões) para 26 (152).

O lucro operacional geral passou de uma perda de 47 milhões de dólares (275 milhões de reais) no primeiro trimestre do ano passado para 137 milhões (803 milhões).

A Liberty Media observou: "Como não houve eventos realizados durante o primeiro trimestre de 2020, a receita primária da F1 consistiu apenas de elementos de contratos de patrocínios não relacionados às corridas que foram reconhecidos durante o período, e nenhuma taxa de promoção de corrida nem de transmissão foram contabilizadas".

"Da mesma forma, outras receitas da F1 diminuíram devido à receita zero contabilizada pelo Paddock Club e outras atividades realizadas nos eventos e de produções de televisão. Atualmente, não contamos com a realização de corridas no segundo trimestre de 2020".

Empty seats in a grandstand on Thursday

Empty seats in a grandstand on Thursday

Photo by: Andrew Hone / Motorsport Images

A F1 conseguiu reduzir seus custos operacionais durante o primeiro trimestre, de 52 milhões de dólares (304 milhões) para 43 (252). Isso ocorreu apesar dos custos de transporte de todo o aparato da F1 para a Austrália, e do fato de as dispensas subsidiadas pelo governo não terem começado até abril, impactando o segundo trimestre.

Oficialmente, nenhum pagamento foi feito às equipes, já que a prática contábil da F1 os aloca como e quando as corridas acontecem. No ano passado, as equipes receberam 93 milhões de dólares (545 milhões de reais) no período de janeiro a março.

A Liberty observou: "Não houve despesas de pagamento de equipe registradas, pois esses pagamentos são reconhecidos de acordo com a realização das corridas no calendário. Outros gastos da receita da F1 são de natureza bastante variável e estão diretamente relacionados às oportunidades de receita".

"Estes gastos diminuíram principalmente devido à não realização de corridas e ao diferimento de despesas não críticas. Certos custos foram incorridos durante o primeiro trimestre, mas antes do início da temporada de 2020, incluindo frete, viagens e custos técnicos relacionados ao GP da Austrália, que foi cancelado às vésperas do evento".

A empresa acrescentou: "A F1 implementou certas medidas de corte de gastos, incluindo reduções salariais e dispensas apoiadas pelo governo do Reino Unido, afetando aproximadamente 50% de sua base de funcionários, a partir de 03 de abril de 2020, não afetando os resultados do primeiro trimestre, mas afetando no segundo".

No mês passado, a Liberty trocou ativos entre suas divisões para dar à F1 1,4 bilhão de dólares (8,1 bilhões de reais) em dinheiro extra para enfrentar a crise, e a empresa continua otimista.

"Somos gratos à FIA, equipes, promotores, nossos funcionários e outros parceiros importantes por seu apoio e esforços durante esse período desafiador", disse Chase Carey, CEO da F1.

"Estamos avançando com nossos planos para 2020, enquanto trabalhamos para fortalecer o futuro a longo prazo da Fórmula 1 por meio dos novos regulamentos técnico, esportivo e financeiro, que melhorarão ainda mais a competição e a ação na pista, tornando-a um negócio mais saudável para todos os envolvidos".

Veja como o coronavírus tem afetado o esporte a motor pelo mundo

Uma das primeiras aparições do coronavírus no esporte a motor veio com o adiamento da etapa de Sanya, da Fórmula E.
A Fórmula 1 adiou o GP da China pelo mesmo motivo.
Com o crescente aumento de casos do Covid-19, o GP do Bahrein chegou a ser confirmado, mas sem presença de público.
A MotoGP, a maior categoria das duas rodas do mundo, chegou a realizar a primeira etapa no Catar, mas apenas com a Moto2 e Moto3.
Mais tarde, as etapas da Tailândia, Estados Unidos, Argentina, Espanha e França também foram suspensas, com adiamento
No início de abril, a MotoGP confirmou também o adiamento dos GPs da Itália e da Catalunha, dois dos países mais afetados pela pandemia, além do GP da Alemanha
A MotoGP também precisou adiar os GPs da Holanda e da Finlândia, devido às restrições do governo local e pela falta de homologação da pista do país escandinavo. A visão mais otimista da Dorna Sports coloca o início da temporada na República Tcheca em agosto
A MotoGP cancelou oficialmente os GPs da Alemanha, Holanda e Finlândia. Para a Holanda, significa que o GP não fará parte do calendário da MotoGP pela primeira vez nos 71 anos de história do mundial
A Fórmula E anunciou a suspensão da temporada por dois meses: os ePrix de Paris e Seul foram adiados.
Em abril, a Fórmula E confirmou a extensão da paralisação do campeonato até o final de junho e o adiamento do ePrix de Berlim. As provas de Nova York e Londres também foram canceladas no dia 1º de maio.
O GP da Austrália de F1 estava previsto para acontecer, com presença de público e tudo.
Um funcionário da McLaren testou positivo para o Covid-19 e a equipe decidiu não participar do evento.
Lewis Hamilton criticou a decisão da categoria, dizendo que era chocante todos estarem ali para fazer uma corrida em meio à crise do coronavírus.
Após braço de ferro político entre equipes e categoria, a decisão de cancelar o GP da Austrália veio faltando cerca de três horas para a entrada do primeiro carro na pista para o primeiro treino livre.
Pouco tempo depois, os GPs do Bahrein e Vietnã também foram adiados.
Os GPs da Holanda e Espanha também foram postergados.
Uma das jóias da Tríplice Coroa, o GP de Mônaco, foi cancelado. Poucos dias depois, o GP do Azerbaijão também foi adiado
O GP do Canadá também teve seu adiamento confirmado no início de abril. Agora, o GP da França é o primeiro do calendário, e está marcado para 28 de junho
Em busca de garantir a realização da prova em 2020, a direção de Silverstone confirmou que o GP será realizado com portões fechados. No mesmo dia, a organização do GP da França anunciou o cancelamento da prova, se juntando à Mônaco
Para atenuar os efeitos de tantas mudanças no calendário, a F1 decidiu antecipar e aumentar, as férias de verão, indo de 14 para 35 dias
Além disso, FIA e F1 concordaram em introduzir o novo pacote de regulamentos que entrariam no próximo ano, a partir de 2022. Mas, segundo Christian Horner, há um movimento para adiar em mais um ano, para 2023, em preparação ao impacto que o Covid-19 terá na economia mundial
Acompanhando a F1, a F2 e F3 também anunciaram suas primeiras provas como adiadas.
Outras categorias e provas nobres do calendário do automobilismo mundial também foram prejudicadas pelo coronavírus.
As 24 Horas de Le Mans foi adiada para 19 de setembro.
A etapa conjunta entre WEC e IMSA em Sebring foi cancelada e o WEC revisou seu calendário, jogando o final da temporada para novembro de 2020, com a próxima temporada iniciando apenas a partir de março de 2021
O tradicional TT da Ilha de Man foi cancelado.
A Indy suspendeu as primeiras corridas em St Pete, Alabama, Long Beach e Austin.
Na teoria, o campeonato começa no dia 6 de junho, no Texas. O circuito misto do Indianápolis Motor Speedway abrigará duas corridas, a primeira no dia 4 de julho e a segunda em 3 de outubro. Laguna Seca também ganhou uma rodada dupla e St. Pete deve fechar a temporada, ainda sem data
As 500 Milhas de Indianápolis será no dia 23 de agosto.
Na NASCAR, a maior categoria do automobilismo dos EUA, foram realizadas as primeiras quatro provas, mas a categoria espera retomar as atividades no final de maio
No Brasil, a CBA suspendeu as atividades no país por tempo indeterminado.
A Stock teve que adiar a abertura do campeonato, com a Corrida de Duplas, bem como as etapas do Velopark, Londrina e Interlagos. O campeonato deve começar no Velo-Città no início de julho.
A Porsche Cup realizou apenas sua primeira etapa em Interlagos e pode voltar no final de maio.
Endurance Brasil, Copa Truck, entre outras competições, também estão paralisadas.
Uma saída encontrada pelos campeonatos durante esse período de paralisações foi a realização de eventos virtuais. Fórmula 1, Indy, NASCAR, MotoGP, entre outros, estão organizando campeonatos para animar os fãs nesse período de quarentena
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