Há 30 anos, Michael Schumacher estreava na F1 no GP da Bélgica

Entenda como uma mentira deu início a uma das trajetórias de maior sucesso da história do automobilismo

Michael Schumacher, Jordan

Michael Schumacher, Jordan

Rainer W. Schlegelmilch

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O magnífico circuito belga de Spa-Francorchamps é um dos mais adorados na Fórmula 1, sendo palco de diversos momentos memoráveis na história da categoria. E um deles ressoa até hoje: a estrondosa estreia de Michael Schumacher, que completa 30 anos nesta quarta (25).

Após brilhar na Fórmula Ford 1600, um jovem Michael Schumacher foi notado por um rico empresário, Willi Weber, que tinha uma equipe na F3 alemã, a WTS Motorsport. Após fazer com que ele andasse em um de seus carros, Weber sabia que tinha em mãos uma joia rara, concordando em financiar a carreira de seu protegido.

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O início

Poucos meses mais tarde, Jochen Neerpasch, diretor de competições da Mercedes, criou uma equipe júnior para provas de Endurace e, acima de tudo, para um possível programa de Fórmula 1. Em 1990, Schumacher também correu na Fórmula 3. Mas foi a bordo de um protótipo Sauber-Mercedes C11, com um motor V8 turbo de 5 litros e 370 cavalos de potência, que começou a se destacar, tendo um companheiro de equipe muito experiente no Mundial de Carros Esportivos: Jochen Mass.

Um ano depois, ele seguia concentrado nas provas de endurance. Após competir nas 24 Horas de Le Mans, Schumacher foi disputar uma prova de F3000 em Sugo, no Japão. Ele terminou em segundo e Weber recebeu ofertas da Footwork e Tyrell na Fórmula 1, mas educadamente recusou.

Mas a verdadeira chance surgiu para Weber em 15 de agosto de 1991, quando soube que Bertrand Gachot, piloto da jovem equipe de F1 Jordan, havia sido condenado a 18 meses de prisão por jogar spray de pimenta na cara de um taxista em Londres após uma briga.

Como isso era considerado ilegal no Reino Unido, Gachot foi parar atrás das grades e Eddie Jordan se viu à caça de um piloto para o GP da Bélgica, que seria realizado em Spa.

Se aproveitando da situação

Weber liga para Eddie Jordan e diz que tem o homem certo para pilotar seu carro. Jordan pergunta quem é e Weber orgulhosamente anuncia o nome de Michael Schumacher. "Não sei...", respondeu Jordan, sem rodeios, perguntado se ele já havia andado em Spa. "Cem vezes", mentiu Weber.

Jordan ainda exigiu uma boa soma de dinheiro para que o jovem Schumacher ocupasse o assento do carro verde. A Mercedes concorda em financiar a operação, mas não quer aparecer. O espaço publicitário reservado é, portanto, transferido para os outros patrocinadores de Schumacher, Dekra e Tic Tac.

Na semana anterior à corrida, o alemão de 22 anos foi apresentado à F1 em um teste em Silverstone, próximo da sede da Jordan. Schumacher não perdeu tempo e logo foi buscar os limites do carro, tanto que Trevor Foster, chefe da equipe, interrompeu a sessão para dar uma bronca.

"Michael, calma, vá devagar! Este é o carro que você vai pilotar neste fim de semana, então não o danifique!". Mas Schumacher ignorou a instrução, seguindo muito rápido, fazendo voltas voadoras, como se fosse algo normal para ele.

Uma palavra que mudou tudo

Na quinta-feira pela manhã, ele descobriu a montanha-russa de Spa, dando duas voltas no circuito de bicicleta. Isso parecia ser suficiente para ele. Jordan queria que Schumacher assinasse um contrato de três anos antes mesmo dos primeiros treinos livres, mas ele respondeu que não queria fazer nada antes do GP.

Ambos concordaram com a redação de uma carta de intenções. Neerpasch pede a Schumacher que envie o documento por fax e, algumas horas depois, devolve a carta, substituindo "o contrato será assinado" por "um contrato será assinado", que não especifica que será especificamente o de Eddie Jordan.

Nos treinos livres de sexta, Schumacher ficou a apenas meio segundo de seu companheiro de equipe, Andrea de Cesaris. Na classificação, superou o italiano, colocando a Jordan-Ford em sétimo contra a 11ª posição do parceiro. Um feito que chamou a atenção de todos.

No entanto, a corrida de Schumacher, que marcou sua estreia na F1, durou apenas 300 metros. No início, sua Jordan saltou para a frente e ele lutou por posições na Source. Mas, alguns metros adiante, a embreagem o deixa na mão.

A caminho da Benetton

Dias depois, Schumacher teria outra sessão com a Jordan, em preparação para o GP da Itália. Mas foi aí que a situação complicou para Eddie Jordan. O alemão não aparece como era esperado para assinar seu contrato e, pior, fica sabendo através dos advogados da Mercedes que sua carta de intenção não era válida.

Nesse meio tempo, Tom Walkinshaw e Flavio Briatore negociam com Neerpasch para colocar o prodígio a caminho da Benetton.

Com isso, Schumacher disputou o GP da Itália em Monza a bordo de uma Benetton-Ford e, mais uma vez, eclipsou totalmente seu companheiro de equipe, o tricampeão mundial Nelson Piquet. A lenda Michael Schumacher iniciava sua trajetória vitoriosa na categoria que o consagrou para o mundo.

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