Análise

ANÁLISE: Hamilton realmente pode estar fora da Mercedes e da F1 em 2021?

Editor internacional de F1 do Motorsport.com, o repórter britânico Jonathan Noble analisa a possibilidade que agita a categoria

Lewis Hamilton, Mercedes-AMG F1

Lewis Hamilton, Mercedes-AMG F1

Steve Etherington / Motorsport Images

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Piloto britânico da Mercedes, Lewis Hamilton adicionou mais ‘lenha’ ao louco mercado de pilotos da Fórmula 1 em 2020 ao sugerir em Ímola, no fim de semana passado, que não é certo que ele correrá no próximo ano.

Em um momento em que há dúvidas sobre o papel que o chefe da equipe Mercedes, Toto Wolff, assumirá em 2021 enquanto procura um plano sucessor, Hamilton sugeriu que não é realmente certo que ele permanecerá.

O editor recomenda:

"Sinto que gostaria de estar aqui no próximo ano, mas não há garantia disso, com certeza", disse o piloto à mídia após a corrida de domingo. "Há muita coisa que me excita na vida, então o tempo dirá.”

Os comentários de Hamilton alimentaram especulações de que talvez a parceria mais dominante da história da F1 esteja prestes a terminar. Mas é realista pensar que o piloto de maior sucesso da F1 possa sair no topo de seu desempenho? O Motorsport.com examina o pano de fundo para tentar descobrir o que realmente está por trás dos comentários do hexacampeão.

Aposentadoria de campeões da F1

Race winner Nico Rosberg, Mercedes AMG

Race winner Nico Rosberg, Mercedes AMG

Photo by: Charles Coates / Motorsport Images

Enquanto alguns pilotos são bastante ponderados quando se trata de tomar uma decisão sobre quando encerrar a carreira, não é incomum que até mesmo os campeões mundiais tomem decisões ‘instantâneas’ ao decidir que querem sair.

Alguns fizeram isso após uma campanha triunfante, como foi com o ex-companheiro de Hamilton, Nico Rosberg. O alemão anunciou em 2016 que estava abandonando a F1 poucos dias após conquistar o título do campeonato mundial em Abu Dhabi. Também houve momentos em que os campeões desistiram imediatamente da F1 quando as coisas não estavam indo como deveriam.

O britânico James Hunt, campeão mundial de 1976 com a McLaren, anunciou sua aposentadoria no meio da temporada de 1979, após um início de campanha decepcionante com a equipe Wolf.

Em 1979, o austríaco Niki Lauda, ​​então bicampeão mundial com dois títulos pela Ferrari, informou a Brabham, após treino para o GP do Canadá, que havia perdido o interesse em correr e se aposentou pela primeira vez.

Entretanto, a situação de Hamilton parece ser bem diferente, pois ele parece feliz com seu sucesso na pista e está se deliciando com a atmosfera de equipe que foi construída em torno dele próprio na Mercedes.

Além disso, o britânico acaba de quebrar o recorde de mais vitórias em GPs da história e parece pronto para conquistar o sétimo título mundial nesta temporada - igualando o recorde estabelecido pelo alemão Michael Schumacher.

Com as regras para os carros da F1 permanecendo bastante parecidas entre este ano e a próxima temporada, ficar com a Mercedes automaticamente o tornaria o favorito para conseguir uma inédita oitava coroa - com potencial para conseguir ainda mais.

A conexão Wolff

Toto Wolff, Executive Director (Business), Mercedes AMG, Valtteri Bottas, Mercedes-AMG F1, and Lewis Hamilton, Mercedes-AMG F1

Toto Wolff, Executive Director (Business), Mercedes AMG, Valtteri Bottas, Mercedes-AMG F1, and Lewis Hamilton, Mercedes-AMG F1

Photo by: Steve Etherington / Motorsport Images

Parte das dúvidas de Hamilton foi causada pela situação incerta em relação à posição de Wolff na Mercedes. Piloto e chefe de equipe formaram um vínculo muito forte nos últimos anos e seus futuros parecem estar intimamente ligados.

Em Ímola, Hamilton destacou que a 'mentalidade de Wolff e seu equilíbrio de energia, compaixão, compreensão e ego o tornaram o melhor chefe de equipe que se poderia ter na F1. Porém, o dirigente austríaco admitiu nos últimos meses ter ficado exausto com a intensidade necessária para ajudar a transformar a Mercedes no time de maior sucesso da história da categoria.

Tendo desempenhado um papel fundamental na reestruturação do time nos primeiros anos após a compra da Brawn GP, Wolff aproveitou a oportunidade oferecida pelos regulamentos da era turbo-híbrida para levar as Flechas de Prata a sete títulos de 2014 em diante.

Mas a constante corrida em busca do sucesso o afetou e ele quer ‘recuar’ um pouco. Tendo ponderado a ideia de potencialmente assumir outro papel - já foi até especulado como CEO da F1 -, Wolff sente que tem mais a oferecer à Mercedes. Por outro lado, sabe que não pode manter sua carga de trabalho no nível que tem estado nos últimos anos, então quer preparar um plano de sucessão.

Para ele, o ideal seria assumir uma função mais sênior na Mercedes, como CEO ou presidente executivo, na qual ainda possa influenciar a equipe e oferecer sua expertise, mas sem a necessidade de participar de 23 corridas por ano e viajar pelo mundo.

Para que isso aconteça, porém, ele precisará encontrar um substituto e Wolff não quer se afastar até saber que há alguém que pode assumir e fazer um trabalho tão bom quanto o dele. Isso pode levar alguns anos.

Negociações de contrato atrasadas

Lewis Hamilton, Mercedes-AMG F1, sits on a tyre in the pit lane

Lewis Hamilton, Mercedes-AMG F1, sits on a tyre in the pit lane

Photo by: Steve Etherington / Motorsport Images

Wolff manteve Hamilton informado sobre seus pensamentos e planos, além de ser transparente em relação ao fato de que seu próprio futuro com a Mercedes não será resolvido até que o campeonato mundial de 2020 seja concluído. Portanto, a demora de Wolff também desencadeou o atraso na resolução do contrato de Hamilton, cujo vínculo atual com as Flechas de Prata se encerra no fim da atual temporada.

Nem o chefe da equipe nem o piloto queriam que as conversas se tornassem uma distração enquanto avançam em uma campanha para conquistar os títulos do campeonato mundial de construtores e pilotos.

De todo modo, a Mercedes conquistou o sétimo título consecutivo de construtores já em Ímola. Além disso, Hamilton tem tudo encaminhado para conquistar seu heptacampeonato em breve, talvez já no GP da Turquia.

E embora não ter o seu piloto principal contratado possa parecer um cenário estranho para uma equipe vencedora, as negociações entre Hamilton e Wolff são bastante diretas, então não devem tomar muito tempo para serem resolvidas.

O contrato mais recente de Hamilton, assinado em meados de 2018, foi feito em uma sessão de 10 horas com Wolff. Depois que o negócio foi ‘sacramentado’, eles saíram para comer uma pizza. Desta vez, a situação provavelmente será semelhante.

Assim, os comentários de Hamilton sobre não haver 'nenhuma garantia' de que ele permanecerá na F1 parecem apenas mais uma aceitação de que a natureza verdadeiramente imprevisível que o mundo enfrentou em 2020 significa que não há certeza para todos.

Mas seu brilho contínuo nos GPs, sua sequência de vitórias, seu amor por fazer parte de uma equipe como a Mercedes e sua estreita aliança com Wolff apontam para um homem que busca quebrar mais recordes.

Apesar de toda a satisfação que obteve com sua campanha Black Lives Matter, da alegria que tem com sua coleção de roupas Tommy Hilfiger, de seu interesse pela música e seu desejo de ajudar o meio ambiente, ele ainda é um homem que ama a F1 e prospera no esporte.

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