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Liberty promete lidar com queixas sobre regras de 2021

Ross Brawn esclarece que conversará com todas as fabricantes, mas garante que atuais unidades de potência não permanecerão além de 2021

Chase Carey, Chairman, Formula One, Ross Brawn, Managing Director of Motorsports, FOM

Foto de: Charles Coates / Motorsport Images

Ross Brawn afirmou que os dirigentes da F1 estão prontos para abordar as preocupações das fabricantes a respeito das novas propostas de motores para 2021, mas insiste que a decisão de se livrar das atuais estruturas V6 turbo híbridas não terá volta.

Após uma recente reunião entre equipes, fabricantes, FIA e o Liberty Media para discutir as propostas de motor em longo prazo, houve uma reação negativa por parte de Mercedes, Renault e Ferrari.

Houve preocupações acerca de um aumento dramático de custos, aliado a temores de que as peças padronizadas poderiam acabar com a individualidade das fabricantes, o que provocou críticas acerca da direção que FIA e o Liberty Media querem dar à F1.

O presidente da Ferrari, Sergio Marchionne, sugeriu que a equipe italiana poderia sair da F1 se percebesse que as regras não se encaixam com aquilo que ela espera da categoria.

Brawn minimizou a possibilidade de qualquer conflito e deixou claro que a FIA e o Liberty estão prontos para abordar qualquer preocupação que pode ter surgido nas reuniões.

Ao comentar as declarações de Marchionne, Brawn disse: “Vamos dizer que a Ferrari é uma parte muito importante da F1. Eu trabalhei lá por 10 anos, sei o que a Ferrari representa. Queremos encontrar soluções para que não percamos a Ferrari o futuro. E tenho certeza de que conseguiremos.”

“Talvez nós poderíamos ter apresentado as regras de uma forma diferente a fim de evitar conflito. E eu admito se isso for algo em que nós falhamos. Mas, talvez, eu pensei demais como um engenheiro e menos como um diplomata.

Preocupações das fabricantes

Sebastian Vettel, Ferrari SF70H, Valtteri Bottas, Mercedes AMG F1 W08, Kimi Raikkonen, Ferrari SF70H, Max Verstappen, Red Bull Racing RB13, Fernando Alonso, McLaren MCL32, the rest of the field at the start
Photo by: Steve Etherington / LAT Images

Brawn está ciente das razões pelas quais as fabricantes ficaram irritadas com alguns planos apresentados, mas acredita que os temores sobre custos e peças padronizadas podem ser resolvidos.

Um cronograma foi proposto para garantir que as fabricantes existentes não sejam forçadas a gastar demais por ter de realizar dois programas de desenvolvimento paralelos.

“Se eles estão preocupados com custos, poderíamos dizer que o atual motor seja congelado neste período”, disse Brawn.

“Há soluções se todos quiserem trabalhar nisso. O que não queremos é dar a largada agora e, em um período de 12 meses, descobrir que as atuais equipes estão gastando mais dinheiro.”

“Porque, se isso acontecer mesmo com as equipes existentes, algumas delas não possuem os recursos para seguir em frente.”

Quanto ao problema sobre padronização de peças, ele acredita que haverá uma forma de reduzir os custos em áreas que dão gastos pesados, o que não impedirá que as fabricantes tenham suas próprias identidades.

“Eu entendo que é importante manter a identidade de um motor Ferrari ou Mercedes. A Ferrari precisa poder dizer ‘esse é o nosso motor’. Entendo isso completamente e não queremos estragar isso”, acrescentou.

“Então, estamos muito felizes em encontrar uma solução em que Sergio se sinta confortável para dizer que tem um motor Ferrari na traseira de seu carro.”

“Precisamos entender das fabricantes, em detalhe, quais são as tecnologias que elas querem manter e quais elas sentem ser relevantes para os carros de rua. Não acho que tenhamos cruzado essa linha.”

“Mas, agora que a proposta está na mesa, precisamos nos encontrar com as pessoas e entender com o que elas estão confortáveis e com o que não estão.”

Atuais motores com dias contados

Nico Hulkenberg, Renault Sport F1 Team RS17, Brendon Hartley, Scuderia Toro Rosso STR12, Carlos Sainz Jr., Renault Sport F1 Team RS17, Marcus Ericsson, Sauber C36, Esteban Ocon, Sahara Force India F1 VJM10, queue to leave the pits at the start of Qualifying
Photo by: Andrew Hone / LAT Images

Após extensas análises dos atuais custos e implicações técnicas dos atuais V6 turbo híbridos, a FIA e o Liberty estão convencidas de que não poderá aceitar que o atual regulamento fique além de 2020.

Eles acreditam que a discrepância de performance entre os motores não seja boa para a F1, e que os custos são altos demais – além das punições em grid de largada que causam irritações no público.

“O atual motor é muito caro, não faz barulho e tem um componente que, para garantir o número de peças usadas, criam punições de grid que transformam a F1 numa farsa”, disse Brawn.

“Há grande diferença de performance entre os competidores e nunca teremos ninguém entrando e fabricando motores. Temos quatro fabricantes agora e, talvez, iremos perder uma ou duas se as coisas continuarem como estão. Então, não podemos deixar tudo como está.”

Brawn não vê nenhum problema que torne impossível um acordo sobre mudanças específicas que foram propostas para 2021 – e diz que está aberto a ouvir as fabricantes para ver se elas possuem melhores ideias que não tenham sidos postas à mesa.

“Se uma fabricante mostrar que há um caminho melhor do que foi proposto – por exemplo, é mais barato, mais apelativo aos fãs –, então, por que não? Não estamos presos a soluções específicas.”

“Achamos que, com o conhecimento que temos e o trabalho que fizemos, essas soluções podem funcionar. Se alguém sugerir uma outra solução que alcançará o mesmo objetivo, não iremos dizer não.”

Contudo, um ponto de discórdia será sobre a permanência do MGU-H, sendo que Brawn acredita que o componente não tem espaço em uma F1 que faz mais barulho, reduz os custos e que seja mais simples.

“Acho que isso é difícil, porque não vejo como isso alcança os objetivos. É um ponto de discussão, mas acho que teremos que convencer. Se você olhar para os objetivos com relação aos quais concordamos, é difícil ver como isso [o MGU-H] casa com esses objetivos. E acredito que ele não seja mais relevante para as ruas.”

Ross Brawn, Managing Director of Motorsports, FOM
Ross Brawn, Managing Director of Motorsports, FOM

Photo by: Sutton Images

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