Entrevista

Montezemolo diz que saberia resolver problemas da Ferrari mas despista rumores de volta como novo CEO

O ex-presidente da marca ainda fez uma análise sobre a situação atual da equipe e o que esperar para o futuro

Scuderia Ferrari logo

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Alessio Morgese/Alex Galli

O 2020 da Ferrari na Fórmula 1 foi, sem dúvidas, decepcionante. Três pódios, nenhuma vitória e o sexto lugar entre os construtores são o resultado de um ano caracterizado pela falta de competitividade do SF1000, prejudicado não somente pelo motor que perdeu potência de um ano para o outro como também defeitos de chassi e aerodinâmica.

E a situação em Maranello ficou ainda mais complexa com a renúncia de Louis Camilleri do cargo de CEO na semana passada por motivos pessoais. Com isso, a marca italiana se vê obrigada a buscar um substituto capaz de guiar a empresa para um renascimento esportivo e confirmação no mercado.

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Um nome que escreveu páginas importantes da história da Ferrari é Luca di Montezemolo, que foi presidente da empresa entre 1991 e 2014. Sob sua liderança, a equipe da F1 conquistou seis títulos de pilotos e oito de construtores.

Em um momento particularmente complexo como o atual, os tifosi veriam com bons olhos sua volta ao cargo. Mas durante uma entrevista para o programa La Politica nel Pallone, Montezemolo não correspondeu às expectativas, apesar de falar que acredita ter as respostas aos problemas da montadora.

"Possibilidade de retorno à Ferrari? A pergunta não deveria ser feita a mim. Ninguém me perguntou nada. Eu coloco meu conhecimento de Fórmula 1 à disposição fazendo outras coisas".

O ex-presidente não se escondeu na hora de analisar a situação atual e expressar preocupação com o futuro.

 

"Acho que sei quais são os problemas e posso resolvê-los, sei o que precisa ser resolvido a tempo. Mas vejo com grande pesar uma Ferrari fraca, sair das primeiras posições me preocupa porque é um momento difícil para a equipe".

"Em momentos como este, difíceis, quero evitar mais polêmicas. Estou preocupado porque os resultados deste ano, com a Ferrari sem liderar uma volta, vêm de longe e criam questões importantes sobre o futuro".

"Isso vem de uma organização horizontal que não se sustenta na F1. E para vencer você precisa de um elemento que faça a diferença. Esta é uma Ferrari muito diferente da minha. Dá muita atenção ao mercado de ações, aumentou a produção de carros mas, pela primeira vez, tem uma liderança que não conhece a F1".

"Após a renúncia de Camilleri, espero que eles escolham bem o novo CEO porque há uma equipe a ser fortalecida. Lamento dizer, mas teria havido uma pessoa perfeita para liderar a Ferrari: estou falando de Stefano Domenicali, que tenho certeza de que ele se sairá bem em seu novo papel na Liberty Media".

Na sequência, Montezemolo fez uma análise sobre a situação interna da equipe e os papeis-chave na estrutura, manifestando dúvidas sobre o retorno ao topo com o novo regulamento de 2022.

"Binotto? Eu o vejo muito solitário. Em 2021 as mudanças no regulamento são mínimas, então tudo indica que Mercedes e Red Bull seguirão na frente. Em 2022 teremos um novo regulamento, que precisa ser muito bem interpretado desde já. Vejo um futuro de muitas incógnitas". 

O ex-presidente ainda elogiou a contratação de Carlos Sainz para 2021, mas mandou um alerta a Binotto. Segundo Montezemolo, não será nada fácil gerenciar dois pilotos talentosos.

"Leclerc? Um grande talento, com um carro competitivo pode ir muito rápido e trazer resultados importantes. E vejo como adequado trazer um piloto como Sainz. Acho que a gestão dos dois pilotos, no entanto, pode ser mais complicada do que tudo indica agora".

Por mim, Montezemolo terminou falando sobre Mick Schumacher, que fará sua estreia na F1 no ano que vem. O ex-presidente, muito próximo do heptacampeão, disse estar feliz com a volta do sobrenome à categoria.

"Não tenho novidades sobre Michael, mas estou sempre pensando nele. Quando vejo imagens dessas vitórias, fico com um nó na garganta. Mick é um cara sério, que vem melhorando a cada dia que passa, porque ele não era tão forte há um ou dois anos".

"Estou muito satisfeito ao ver um Schumacher novamente na pista, mesmo que o nome não seja uma garantia de que ele será campeão um dia. Ele terá muita pressão em cima dele. Acho que fez a escolha certa ao ir para a Haas. Tenho fé nele".

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