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MP aponta relação do Rio Motorpark com chefe de corrupção do RJ

Ministério Público revela que o mandatário do consórcio que pretende levar a F1 à cidade tem ligação com chefe de corrupção da prefeitura

Proposed Rio de Janeiro circuit layout

Proposed Rio de Janeiro circuit layout

Uncredited

Idealizador do projeto para construir uma pista no Rio e realizar o GP do Brasil de Fórmula 1 na cidade, o consórcio Rio Motorpark, ex-Rio Motorsports, teria ligação com Rafael Alves, suposto chefe do 'QG da Propina' da prefeitura carioca, de acordo com o Ministério Público do estado.

A informação foi publicada pelo jornal O Dia e dá conta de que Alves, que seria o comandante de uma série de atividades corruptas na prefeitura carioca, teria apresentado o dono do Rio Motorpark, José Antonio Soares Pereira Jr, ou JR Pereira, às autoridades municipais.

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De acordo com a publicação, "diálogos de WhatsApp mostram que Alves validou a influência de JR na prefeitura. As conversas constam no pedido de busca e apreensão que o Ministério Público fez à Justiça para justificar a apreensão de celular e pendrive do prefeito Marcelo Crivella, na última quinta-feira. Os promotores investigam um suposto esquema de propina que envolve licitações direcionadas".

Após ser o único a concorrer, o Rio Motorpark foi declarado vencedor na licitação para a polêmica construção de um autódromo em Deodoro, zona oeste do Rio. O terreno fica na região da floresta do Camboatá, área de Mata Atlântica. 

Por isso, o projeto para fazer a pista vem rendendo um grande embate judicial. O Ministério Público, em âmbito estadual e federal, afirma que a obra é ilegal devido ao estudo de impacto ambiental da construção dentro da floresta, que comporta espécies em extinção. De todo modo, Crivella, do Republicanos, defende o empreendimento, alegando geração de empregos. A prefeitura atuaria fazendo o asfaltamento que dará acesso ao autódromo.

Investigações

Além disso, conforme informou O Dia, "as promotorias já investigam, desde 2019, suposto direcionamento na licitação do Autódromo. Isso porque, a Rio Motopark foi criada dias antes do certame, com capital social de R$ 100 mil, valor muito abaixo do necessário para a assinatura do contrato, orçado em R$697 milhões. E JR Pereira é sócio da consultoria que ajudou a fazer o edital".

Fora as 'suspeitas' em relação ao mandatário do consórcio, há o fato de que Rafael Alves é irmão de Marcelo Alves, que é presidente da Riotur. E ambos estão sendo investigados por suspeitas de irregularidades envolvendo empresas contratadas pela prefeitura carioca. As informações vêm de busca solicitada pelo MPRJ na casa do empresário — a mesma que rendeu a apreensão do celular e do pendrive de Crivella na última semana.

As conversas obtidas pela investigação mostram Marcello Faulhaber, marqueteiro responsável pela campanha de Crivella em 2016, pedindo para Rafael Alves receber JR Pereira. Tal diálogo ocorreu no dia 24 de janeiro de 2018. “Combinei de ir com o investidor do autódromo aí 16h30. Que horas posso levar o pessoal do autódromo para conversar com você e Marcelo [Crivella] amanhã à tarde?”, questiona Faulhaber.

O 'papo' continua no dia seguinte, 25 de janeiro, com o marqueteiro realizando novos pedidos. “O JR do autódromo vai te chamar. Faz uma força para recebê-lo. É meio urgente”. Ao que Alves responde de maneira breve: “Já marquei com ele”. Veja a conversa abaixo:

Conversa de WhatsApp que comprovaria relação de JR Pereira com Rafael Alves

Conversa de WhatsApp que comprovaria relação de JR Pereira com Rafael Alves

Photo by: Reprodução

Circuito no Rio

O autódromo é orçado em cerca de R$ 800 milhões – e visto pela prefeitura do Rio, pelo governo estadual e pelo presidente Jair Bolsonaro como trunfo para desbancar a concorrência de São Paulo e levar novamente a corrida da F1 à capital fluminense. A assinatura do contrato entre a prefeitura e o consórcio Rio Motorpark, responsável pela obra, depende da aprovação do estudo de impacto ambiental (EIA-Rima). 

A Floresta do Camboatá, cedida pelo Exército em Deodoro, na zona norte, é considerada o último lugar de Mata Atlântica de áreas planas na cidade e abriga mais de 200 mil árvores, em área equivalente a 120 campos de futebol. O Rio Motorpark pretende compensar o impacto ambiental causado pela construção da pista com uma série de ações, como o replantio de 700 mil árvores, a reutilização de água e políticas de neutralização de carbono.

Rio de Janeiro busca desbancar São Paulo como sede do GP do Brasil de F1

Desde antes do ano passado, as duas cidades travam disputa para receber a etapa brasileira da F1 no futuro. Embora a capital paulista já tenha um autódromo pronto e bastante popular (Interlagos), falta à 'candidatura' paulistana o aporte financeiro que os cariocas dizem ter. São Paulo tem o 'ônus' de ser uma das duas provas da F1, junto de Mônaco, que não pagam taxa para a categoria para sediar uma corrida.

Os promotores da etapa de Interlagos querem uma renovação com a F1. Porém, enfrentam a concorrência fluminense. O Rio teria oferecido cerca de US$ 65 milhões (R$ 353 milhões). Já São Paulo teria feito proposta de US$ 20 milhões (R$ 109 milhões). Segundo o Estadão, os cariocas estariam perto de desbancar os paulistas para ter a prova brasileira da categoria máxima do automobilismo. Entretanto, o Rio Motorpark deu calote recente na MotoGP.

Presidente Bolsonaro quer F1 no Rio

O projeto de levar a F1 para o Rio tem forte apoio político do presidente. O mandatário é paulista, mas fez sua carreira política no Rio e um de seus filhos, Flávio Bolsonaro, é senador pelo estado. Outro herdeiro de Jair, Carlos Bolsonaro é vereador na capital. Todos já defenderam publicamente a construção do autódromo em Deodoro. A iniciativa também tem contrato para receber a MotoGP em 2022, mas as obras parecem longe de começar.

De todo modo, a Secretaria de Esporte do Rio de Janeiro aprovou, em novembro, o projeto para a realização da prova por dez anos na na capital, autorizando captação de R$ 302 milhões em incentivos fiscais para o GP do Brasil de F1 em 2021 e 2022.

Seriam R$ 151 milhões por evento, mas, como o valor começará a ser pago antes, não haverá estouro do limite de R$ 138 milhões anuais previsto pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O valor será investido para pagar parte da taxa à Liberty Media para a realização da prova.

OUTRO LADO: A VERSÃO DO RIO MOTORPARK

A assessoria do consórcio Rio Motorpark argumenta que JR Pereira sequer foi citado pelo MP no processo. Leia a nota na íntegra: "O diretor-executivo JR Pereira refuta veementemente as afirmações contidas nessa reportagem e esclarece que não foi citado na peça do Ministério Público que embasou a operação do último dia 10 e nem tampouco foi alvo de busca e apreensão.

"A leitura da peça, que teve seu sigilo quebrado pela Justiça, deixa muito evidente que o Ministério Público não aponta a existência de qualquer influência na licitação para construção e operação do autódromo, assim como não afirma que quem quer que seja teria sido responsável por introduzir o diretor-executivo na administração pública municipal.

Além disso, os diálogos transcritos na peça mostram tão somente uma solicitação de agenda formal com o Sr. Marcelo Alves, à época Presidente da Riotur, para tratar de assuntos pertinentes ao projeto do autódromo e não há, portanto, elementos que possam resultar na afirmação de que 'Diálogos de Whatsapp mostram que Alves validou a influência de JR na prefeitura'.

JR Pereira não tem nem nunca teve qualquer influência na Prefeitura do Rio ou em qualquer outro órgão público. Como executivo à frente de um empreendimento no modelo Parceria Público-Privada, já mantinha, desde antes das datas que constam nas transcrições de mensagens, interlocuções em caráter profissional com representantes dos órgãos diretamente responsáveis pelo projeto do autódromo, inclusive com o Prefeito Marcelo Crivella, o que é um procedimento natural para quem está à frente de um empreendimento no modelo PPP."

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