Entrevista

Pizzonia lembra relação com Lauda, que até demitiu piloto para contratá-lo na F1

Antônio Pizzonia pilotou pela Jaguar, onde Niki Lauda era diretor técnico, em 2003 e relembrou a relação com o tricampeão morto na segunda-feira

Antonio Pizzonia

Foto de: Jaguar Cars and Wieck Media Services, Inc.

Bem antes de trabalhar na Mercedes ao lado da pista, o tricampeão Niki Lauda foi consultor na Ferrari e no começo deste século era diretor técnico da antiga Jaguar na Fórmula 1.

O austríaco, que morreu nesta segunda-feira aos 70 anos de idade, foi responsável pelo início da carreira de Antonio Pizzonia na categoria, tendo contratado o brasileiro para ser piloto da equipe Jaguar na temporada de 2003.

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"O Niki fez um papel importantíssimo na minha carreira na F1 porque ele me deu a 1º oportunidade de fazer a primeira corrida oficial. Ele confiou no meu trabalho, potencial, e me deu essa oportunidade incrível. Na época eu era piloto de teste da Williams e ele (Lauda) fez um contato na época, me ofereceu um teste e eu fiz um único teste antes de assinar com a equipe", disse Pizzonia, ao Motorsport.com.

A oportunidade de trabalhar com o tricampeão durou pouco para Pizzonia, já que Niki Lauda seria demitido da equipe, que passava por problemas políticos internos, cerca de três semanas depois.

"Lembro das palavras dele. Ele me falou que estava indo contra muita coisa porque ele acreditava em mim. O (Pedro) De la Rosa tinha contrato para 2003 e ele quebrou o contrato para poder me colocar. E depois que ele saiu a gente continuou o contato. Muito antes de eu ser mandado embora ele já vinha me alertando de coisas", relembrou Pizzonia, que está sem competir desde que deixou a Stock Car no fim do ano passado.

Antonio Pizzonia
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Antonio Pizzonia e Mark Webber com Kristanna Loken e Arnold Schwarzenegger
Antonio Pizzonia
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"Por algum motivo a Ford e o novo grupo que era dono da equipe achavam que ele tinha algum envolvimento financeiro com a equipe além do contrato, então ele me falou para ficar de olho aberto, que a ordem era cortar todo mundo que ele tinha contratado. E foi dito e feito. Eram umas 30, 40, 50 pessoas e foram cortando de um por um. Eu fui o último. Eu estava num fogo cruzado", completou.

Pizzonia fez 11 corridas pela Jaguar em 2003 antes de ser substituído pelo inglês Justin Wilson. Ele regressou para a Williams como piloto de teste e pilotou como reserva em GP's nos dois anos seguintes pelo time de Sir Frank Williams.

O manauara também relembrou os problemas financeiros pelos quais a Jaguar passou antes de ser vendida para o grupo que a transformou na Red Bull, de 2006 em diante.

Antonio Pizzonia

Antonio Pizzonia

Photo by: Jaguar Cars and Wieck Media Services, Inc.

"Para desenvolver o carro, eu pegava coisa que o Mark Webber já tinha usado nas duas corridas anteriores. Não tinha dinheiro pra fazer duas peças. E quando batia era um 'Deus nos acuda', porque não dava para continuar produzindo, desenvolvendo".

Pizzonia disse que depois que saiu da F1 perdeu o contato com Lauda, mas lamentou a morte do tricampeão. 

"Eu gostava muito dele, me recebia muito bem quando a gente se encontrava, e agora fica esse amargo no coração".

 

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