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Chefe da Alfa sobre Covid-19: "Podemos ter abandono de equipes"

Para Vasseur, a F1 deve estar ciente da crise global que está ocorrendo para tomar decisões importantes ou "não haverá futuro para muitas equipes"

Kimi Raikkonen, Alfa Romeo Racing C39

Foto de: Andy Hone / Motorsport Images

Com a pandemia do Covid-19 ainda em alta pelo mundo, a Fórmula 1 está atualmente parada, esperando uma melhora do panorama para começar a repensar o calendário de 2020. Enquanto isso, as equipes estão paradas, devido ao isolamento instituído pelos governos europeus. Entre elas, a preocupação maior é a manutenção financeira neste período e a garantia de que conseguirão continuar na categoria, independente dos rumos da economia.

Entre elas está a Alfa Romeo, cujo chefe, Frédéric Vasseur, comentou sobre as preocupações das equipes sobre o impacto que o Covid-19 terá nas estruturas da F1. Em entrevista ao canal de televisão francês Canal +, ele traçou um panorama da situação atual e o que pode acontecer no futuro.

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Vasseur acredita que a categoria está vivendo um momento sem precedentes, que deve levar todos a ir mais longe na busca de soluções para garantir a sustentabilidade do esporte. Em um momento em que os oito primeiros GPs da temporada foram adiados ou cancelados, algo inédito na história da F1, o diretor da Alfa Romeo alerta para uma crise que pode ter consequências ainda mais desastrosas que a de 2008.

"Esta é a maior crise que a F1 passou nos últimos anos, pelo menos desde que me integrei ao campeonato", disse Vasseur. "É uma crise que já adiou meia temporada, e nunca tivemos isso. Financeiramente, isso afetará as equipes de maneira muito pesada. É hora de reagir".

"Tivemos algumas crises no passado: a financeira de 2008, quando três ou quatro fabricantes deixaram a F1 ao mesmo tempo. Pode acontecer a mesma coisa neste ano, podemos ter abandono de equipes porque, quando cancelamos corridas, não recebemos a parte dos direitos de TV que possuímos, por isso precisamos encontrar soluções. Se não conseguirmos reagir e propor uma solução, teremos dificuldades para seguir".

Antes de enfrentar a pandemia do Covid, a F1 já estava sendo questionada pelas equipes menores sobre como ficaria a categoria com as mudanças de 2021 e a chance das equipes maiores conseguirem vantagem no desenvolvimento do carro do próximo ano. Isso, em particular, foi um dos motivos que levou à revisão do regulamento técnico, adiado para 2022, mas com a manutenção do teto orçamentário e a melhor redistribuição de verbas para o próximo ano.

"Todos devem perceber que estamos no mesmo barco", insistiu. "Há alguns no leme, outros no remo, mas, se um dos dois estiver ausente, ele não vai funcionar. As coisas estão saindo porque tivemos um acordo quase unânime na semana passada sobre as mudanças, e, no final, todos concordaram".

"As decisões que não fomos capazes de tomar há três meses nos parecem óbvias hoje, e precisamos fazer o mesmo agora, porque, caso contrário, não haverá futuro para muitas equipes. Essa é a realidade".

GALERIA: Veja como o coronavírus tem afetado o calendário do esporte a motor

Uma das primeiras aparições do coronavírus no esporte a motor veio com o adiamento da etapa de Sanya, da Fórmula E.
A Fórmula 1 adiou o GP da China pelo mesmo motivo.
Com o crescente aumento de casos do Covid-19, o GP do Bahrein chegou a ser confirmado, mas sem presença de público.
A MotoGP, a maior categoria das duas rodas do mundo, chegou a realizar a primeira etapa no Catar, mas apenas com a Moto2 e Moto3.
Mais tarde, as etapas da Tailândia, Estados Unidos e Argentina também foram suspensas, com adiamento.
A Fórmula E anunciou a suspensão da temporada por dois meses: os ePrix de Paris e Seul foram suspensos.
O GP da Austrália de F1 estava previsto para acontecer, com presença de público e tudo.
Um funcionário da McLaren testou positivo para o Covid-19 e a equipe decidiu não participar do evento.
Lewis Hamilton criticou a decisão da categoria, dizendo que era chocante todos estarem ali para fazer uma corrida em meio à crise do coronavírus.
Após braço de ferro político entre equipes e categoria, a decisão de cancelar o GP da Austrália veio faltando cerca de três horas para a entrada do primeiro carro na pista para o primeiro treino livre.
Pouco tempo depois, os GPs do Bahrein e Vietnã também foram adiados.
Os GPs da Holanda e Espanha também foram postergados.
Uma das jóias da Tríplice Coroa, o GP de Mônaco, foi cancelado. Poucos dias depois, o GP do Azerbaijão também foi adiado. No momento, o GP do Canadá está marcado para ser o primeiro da temporada, no meio de junho
Para atenuar os efeitos de tantas mudanças no calendário, a F1 decidiu antecipar as férias de verão.
Além disso, FIA e F1 concordaram em introduzir o novo pacote de regulamentos que entrariam no próximo ano, a partir de 2022
Acompanhando a F1, a F2 e F3 também anunciaram suas primeiras provas como adiadas.
Outras categorias e provas nobres do calendário do automobilismo mundial também foram prejudicadas pelo coronavírus.
As 24 Horas de Le Mans foi adiada para 19 de setembro.
A etapa conjunta entre WEC e IMSA em Sebring foi cancelada.
O tradicional TT da Ilha de Man foi cancelado.
A Indy suspendeu as primeiras corridas em St Pete, Alabama, Long Beach e Austin.
Na teoria, o campeonato de 2020 começa com o GP de Indianápolis, no circuito misto do Indianapolis Motor Speedway.
Ainda não há nada definido sobre as 500 Milhas de Indianápolis.
Na NASCAR, a maior categoria do automobilismo dos EUA, foram realizadas as primeiras quatro provas, mas as atividades só voltarão a partir de 3 de maio, com a etapa de Martinsville no dia 9.
No Brasil, a CBA suspendeu as atividades no país por tempo indeterminado.
A Stock teve que adiar a abertura do campeonato, com a Corrida de Duplas. Etapas do Velopark e Londrina também foram adiadas.
A Porsche Cup realizou apenas sua primeira etapa em Interlagos e aguarda novas diretrizes para retomar o campeonato.
Endurance Brasil, Copa Truck, entre outras competições, também estão paralisadas.
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