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Quebra de câmbio mudou destino de brasileiro na F1; entenda

GP da Bélgica de 2004 em Spa-Francorchamps poderia ter mudado os rumos da carreira de Antonio Pizzonia na F1

Antonio Pizzonia

Foto de: BMW AG

Mais do que aptidão e competência, a sorte é um componente importante na vida de um piloto. Os rumos na carreira de alguém que vive no esporte a motor podem ser delineados de maneira bem diferente por causa da quebra de uma peça em um momento decisivo, com a chuva chegando em momento inoportuno ou por conta de um acidente de outro concorrente.

Foi o que aconteceu com Antonio Pizzonia na F1. O GP da Bélgica de 2004 poderia ter sido um divisor de águas na carreira do piloto nascido em Manaus. Um câmbio quebrado faltando poucos giros para o término da corrida em Spa tirou o que certamente seria a primeira vitória do brasileiro, que na época corria pela Williams, na maior categoria do automobilismo mundial. Nesse dia, Pizzonia poderia ter se juntado à Senna, Piquet, Fittipaldi, Barrichello, Massa e Pace como os brasileiros que venceram um GP de F1 (veja na galeria abaixo a lista de todos os brasileiros com passagem pela categoria).

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Pizzonia contou com detalhes sobre o fatídico GP durante Live no Instagram do Motorsport.com.

“Em 2004 a equipe estava muito forte, brigando diretamente com a Ferrari, e vinha embalada”, disse Pizzonia. ”O Marc Gené assumiu o carro no lugar do Ralf Schumacher, que havia batido em Indianápolis e estava machucado, mas foi por apenas duas corridas. Por eu ter conseguido ótimos resultados nos treinos como piloto de testes, me deram uma chance.“

Antes da Bélgica, Pizzonia já havia garantido dois sétimos lugares na Alemanha e na Hungria, seus primeiros pontos na F1. Mas em Spa as coisas estavam se desenhando melhores do que o esperado.

“Na Bélgica foi uma das melhores corridas que fiz na F1. O Montoya não tinha chances de campeonato, mas sempre brigava na frente. Durante a corrida, eu vinha atrás dele, e ele estava tentando ultrapassar o (Jarno) Trulli, acabou se enroscando e o passei.”

“Logo depois, me chamaram no rádio, dizendo para eu acelerar. Eu entendi o recado, eu tinha que acelerar ou deixar o Montoya passar de novo. Fiz uma sequência de cinco ou seis voltas que em cada uma delas eu sempre fui mais rápido que ele e fui abrindo. Depois de um tempo perguntei ao engenheiro se estava bom e ele disse que sim.”

Pizzonia contou com a sorte na abertura da possibilidade de vitória, mas se viu sem ela perto do momento decisivo.

“Não tínhamos carro para ganhar a corrida, mas tive a sorte de ter alguém batendo e eu entrar nos boxes no momento exato, antes da entrada do Safety Car. Entrei em terceiro lugar, ninguém havia me acompanhado e voltei na mesma posição, ou seja, estava com pneus novos.”

“Schumacher e Raikkonen estavam na minha frente, e eu disse a mim mesmo ‘vou para cima deles e vou ganhar essa corrida’. Os outros pilotos estavam com pneus de 20 voltas e eu com borracha nova, faltando seis ou sete voltas para acabar a corrida. Mas, infelizmente, quando estava aquecendo os pneus para a relargada, meu câmbio quebrou.“

“Mesmo assim, criou-se um respeito dentro da equipe. Primeiro porque quando eles me colocaram sob pressão, tendo que acelerar, eu respondi de maneira positiva, e todos ali sabiam que eu estava para ganhar aquela corrida.”

A jornada de Pizzonia naquele foi completada com novo sétimo lugar no GP da Itália, em Monza, terminando aquele campeonato com seis pontos somados.

GALERIA: Relembre os 31 brasileiros que correram na F1 ao longo de seus 70 anos

Chico Landi - de 1951 a 1956 - 6 corridas
Gino Bianco - 1952 - 4 corridas
Hermano da Silva Ramos - 1956 e 1957 - 7 corridas
Fritz d'Orey (#40) - 1959 - 3 corridas
Emerson Fittipaldi - de 1970 a 1980 - 144 corridas, 2 títulos (1972-1974) e 14 vitórias
Wilson Fittipaldi - de 1972 a 1975 - 35 corridas
José Carlos Pace - de 1972 a 1977 - 72 corridas - 1 vitória
Luiz Pereira Bueno - 1973 - 1 corrida
Ingo Hoffmann - 1976 e 1977 - 3 corridas
Alex Dias Ribeiro - de 1976 a 1979 - 10 corridas
Nelson Piquet - de 1978 a 1991 - 204 corridas, 3 títulos (1981, 1983 e 1987), 23 vitórias
Chico Serra - de 1981 a 1983 - 18 corridas
Raul Boesel - de 1982 a 1983 - 23 corridas
Roberto Moreno - de 1982 a 1995 - 42  corridas
Ayrton Senna - de 1984 a 1994 - 3 títulos (1988, 1990 e 1991) 161 corridas, 41 vitórias
Mauricio Gugelmin - de 1988 a 1992 - 74 corridas
Christian Fittipaldi - de 1992 a 1994 - 40 corridas
Rubens Barrichello - de 1993 a 2011 - 324 corridas - 11 vitórias
Pedro Paulo Diniz - de 1995 a 2000 - 98 corridas
Ricardo Rosset - de 1996 a 1998 - 26 corridas
Tarso Marques - de 1996 a 2001 - 24 corridas
Ricardo Zonta - de 1999 a 2005 - 36 corridas
Luciano Burti - 2000 e 2001 - 15 corridas
Enrique Bernoldi - de 2001 a 2003 - 28 corridas
Felipe Massa - de 2002 a 2017 - 269 vitórias - 11 vitórias
Cristiano da Matta - 2003 e 2004 - 28 corridas
Antonio Pizzonia - de 2003 a 2005 - 20 corridas
Nelsinho Piquet - 2008 e 2009 - 28 corridas
Bruno Senna - de 2010 a 2012 - 46 corridas
Lucas di Grassi - 2010 - 18 corridas
Felipe Nasr - 2015 e 2016 - 39 corridas
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