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Senna X Prost: Nos 30 anos do fatídico GP do Japão de 1989, saiba curiosidades que (quase) ninguém comenta sobre prova polêmica

Maior rivalidade da história da F1 teve ápice há 30 anos, com acidente entre pilotos da McLaren, desclassificação de Senna e tri de Prost

Alain Prost, McLaren, Ayrton Senna, McLaren

Foto de: Steven Tee / Motorsport Images

A maior rivalidade da história da F1 teve seu ápice há exatos 30 anos. No dia 22 de outubro de 1989, Suzuka foi palco de uma prova que teve desdobramentos após a bandeirada final, implodindo uma guerra envolvendo Ayrton Senna e Alain Prost junto com o presidente da FISA (Federação Internacional de Automobilismo Esportivo) Jean-Marie Balestre.

Prost chegava à 15ª e penúltima etapa daquele campeonato com 16 pontos de vantagem sobre Senna, 76 a 60. O brasileiro largou na pole, com o francês ao seu lado, saltando à frente (veja mais detalhes sobre a largada na galeria abaixo) e conseguiu abrir.

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Mas Senna, precisando chegar à frente para tentar levar a decisão para a Austrália, conseguiu se aproximar e na fatídica 47ª volta veio a manobra que viria definir o título. Ambos se tocaram e Prost saiu de seu carro. Senna pediu auxílio dos fiscais de pista para levá-lo na direção da malfadada chicane, que viria complicá-lo.

 

A superioridade da McLaren na época era fora do comum. Antes da batida, o terceiro colocado estava a 1min13s. Após Senna voltar à pista, ainda deu tempo do brasileiro ir para os boxes, trocar o bico, e ainda superar Alessandro Nannini para mais uma vitória, enquanto que Prost já protestava contra a atitude do rival com o presidente da FISA e amigo, Balestre.

E a alegria do brasileiro durou pouco, não dando tempo nem de ir ao pódio. Por ter cortado uma parte do circuito com o auxílio dos fiscais, Senna acabou desclassificado, com Nannini herdando a vitória. Com o resultado, Prost era, matematicamente, tricampeão mundial da F1.

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A McLaren acabou protestando a favor de Senna, já que o francês iria para a Ferrari no ano seguinte. Naquela mesma semana, em uma audiência em Paris, o resultado não só foi confirmado, como Senna recebeu uma multa de US$ 100 mil, uma suspensão de seis meses, além de ser definido como “piloto perigoso” pelo órgão.

Boa parte dos fãs da F1 sabem do episódio, mas alguns detalhes, ou curiosidades, passam despercebidos na maioria dos relatos. Confira:

Que pole é essa?
Senna foi o pole position daquela corrida com 1.7s de vantagem sobre Prost, com o mesmo carro, apesar do setup do francês ser considerado melhor para ritmo de corrida.
50ª pole de um motor Honda na F1
Ayrton Senna conquistou no Japão a 50ª pole position da Honda na F1.
Os brasileiros na corrida
Quatro pilotos brasileiros participaram das atividades do GP do Japão. Além de Senna, Nelson Piquet e Mauricio Gugelmin, Roberto Pupo Moreno também esteve em Suzuka, mas não conseguiu se classificar para a prova.
Participação especial
A não participação de Moreno na prova fez com que a Globo ganhasse mais um comentarista, com o piloto analisando a prova ao lado de Reginaldo Leme, em corrida com a narração de Galvão Bueno.
Punição alertada por Galvão
Com Senna a caminho dos pits para a troca do bico, Galvão Bueno alertava Reginaldo Leme e Roberto Moreno de que por ele, Senna teria que voltar à corrida fazendo o caminho da chicane "para não correr o risco de ser penalizado", o que acabou acontecendo.
Cadê o VAR?
Prost queima a largada, fato não observado na época pelos comissários e, obviamente, não punido.
Prost quase sempre completava provas em 1989
Apesar da regra de descartes da época, a desclassificação do GP do Japão foi a oitava vez do ano que Senna não pontuava em uma prova. A prova em Suzuka havia sido apenas a segunda de Prost. Ambos também não completaram o GP da Austrália, a última corrida daquela temporada.
Senna, o
Após ser suspenso por seis meses e ser rotulado como “piloto perigoso” pela FISA, Senna teve que fazer uma carta se retratando. Ele correu na Austrália, assim como toda a temporada vitoriosa de 1990
A vitória a Nannini
A vitória no GP do Japão foi a segunda na história da Benetton, a primeira e única de Alessandro Nannini e a última dobradinha italiana da F1, já que Riccardo Patrese foi o segundo colocado.
No Japão, Ford Cosworth alcançou sua 156ª vitória
A marca era na época a maior vencedora da F1. Enquanto a Ferrari tinha apenas 97 vitórias, a Ford Cosworth ostentava no Japão o 156ª triunfo. A era Schumacher fez a marca italiana superar a rival. Mais recentemente, a Mercedes também passou os números da fabricante.
Lenda do DTM com vida difícil na F1
Antes de se tornar o maior campeão da história do DTM, Bernd Schneider teve uma breve e frustrante passagem pela F1. Ele entrou em 34 GPs da categoria, mas só se classificou nove vezes. O GP do Japão de 1989 foi sua penúltima participação na F1 e terminou com seu sétimo e último abandono. Nas duas provas que completou, Schneider acabou em 12º.
Renault chegava ao 80º pódio
A fabricante francesa estreou na F1 em 1977 e até aquele momento havia conquistado 21 vitórias. Os anos de parceria com a Williams e mais tarde com a Red Bull tornaram a marca na quarta mais bem sucedida da categoria.
Ferrari 640 - Câmbio inovador, mas pouco confiável
A Ferrari introduziu os câmbio semi-automáticos na F1 naquele ano. A novidade permitia aos pilotos trocarem as marchas sem tirar a mão do volante. Essa praticidade aliada ao poderoso motor V12 dos italianos, deixaram o time com uma grande vantagem. Porém a inovação tinha um preço: a confiabilidade.
Ferrari 640 - Câmbio inovador, mas pouco confiável (Berger)
No GP do Japão, Gerhard Berger teve seu 12º abandono na temporada, de um total de 13. Em sete ocasiões a nova caixa de câmbio o deixou na mão. No entanto, ele subiu ao pódio nas 3 provas que conseguiu completar no ano. Ele venceu no Portugal e teve mais dois segundos lugares, na Itália e na Espanha.
Ferrari 640 - Câmbio inovador, mas pouco confiável (Mansell)
Nigel Mansell também teve um ano problemático. Suzuka representou seu quarto abandono seguido naquele ano. Ao todo, o "Leão inglês" deixou dez corridas. Mas assim como Berger, o piloto da Ferrari terminou no pódio em todas as corridas que conseguiu completar. Foram duas vitórias, no Brasil e na Hungria, e mais dois segundos e dois terceiros lugares.
Ferrari 640 - Câmbio inovador, mas pouco confiável, por Giorgio Piola
Detalhe do câmbio inovador da Ferrari de 1989
Martin Brundle pontua com a Brabham
Ex-rival de Senna dos tempos de F3, Martin Brundle guiava pela Brabham naquela temporada. O britânico chegou em quinto na corrida, depois de partir da 13ª posição, garantindo 2 pontos para a equipe. Curiosamente, Brundle só viria a pontuar novamente dois anos depois, exatamente no GP do Japão.
Eddie Cheever chega em 8º com a Arrows
A prova no Japão foi a última em que Eddie Cheever completou na carreira, já que abandonou no GP da Austrália, sua última prova na F1.
Williams coloca dois carros no pódio
Com dois pilotos no pódio, a Williams chegou a 118 na F1 naquela prova. Ricardo Patrese foi o segundo e Thierry Boutsen o terceiro.
Luis Perez Sala abandona em sua despedida da F1
Foi a última corrida de Luis Perez Sala na F1, último espanhol antes da chegada da geração de Pedro de La Rosa, Marc Gené e Fernando Alonso. Sala correu dois anos de Minardi e pontuou apenas uma vez na carreira, no GP da Gra Bretanha 89 daquele ano.
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