Entrevista

Christian Fittipaldi: Nível de informação é a chave para chegada de mais jovens à F1

Para piloto brasileiro, jovens que desembarcam na F1 hoje têm mais acesso a informações do que quando começou carreira, mas ressalta competitividade maior

#5 Action Express Racing Cadillac DPi, P: Christian Fittipaldi.

Foto de: Richard Dole / Motorsport Images

O grid de 2019 da Fórmula 1 terá várias caras novas, em comparação ao campeonato de 2018, muitas delas ainda jovens. Além dos novatos Lando Norris, Alexander Albon e George Russell, pilotos como Charles Leclerc, Antonio Giovinazzi já estiveram no grid, mas sem tantas horas de voo.

De passagem eplo Brasil para participar das 500 Milhas de Kart neste domingo, Christian Fittipaldi, que está em momento totalmente oposto na carreira, com as 24 Horas de Daytona de 2019 sendo a última corrida oficial da carreira, falou sobre o atual momento da maior categoria do automobilismo mundial com exclusividade ao Motorsport.com Brasil.

O sobrinho de Emerson Fittipaldi estreou jovem na Fórmula 1, aos 21 anos de idade, na Minardi, em 1992. Mas será que é mais fácil ser um jovem piloto hoje ou no início dos anos 1990?

“Por um lado, é mais fácil hoje. De uma maneira geral, a quantidade de informações que você tem e o nível de preparo podem ser muito mais eficientes do que na nossa época. Naquele tempo, o preparo era muito mais na experiência que você adquiria ao longo de sua carreira.”

“Não tínhamos simulador, não tínhamos o nível de profissionalismo como hoje, éramos profissionais, mas diferentes, como tudo na vida. Cada ano que passa vai ficando mais competitivo, vai ficando mais difícil. O fato de você flutuar mais informações de um lugar para o outro com mais facilidade, acaba deixando cada campo mais competitivo.”

“Então, eu acho mais fácil hoje em dia, porém é mais competitivo, porque tem mais pessoas com acesso à informação e são muito poucos que conseguem chegar. Talvez na nossa época, e posso voltar até à década de 1970, era mais difícil, mas era menos competitivo porque tinham menos pessoas com acesso à informação, menos pessoas que tinham capacidade de guiar um carro de F1 porque não tinham o mesmo nível de preparo.”

Os simuladores ganharam um papel importante dentro do contexto da preparação de pilotos em todo o mundo e, segundo Christian, isso interferiu na forma de guiar um carro, mas os pilotos da velha guarda podem ter elementos que os mais jovens ainda não possuem.

“Eu vejo quando vou para o simulador da Dallara, eu comparo com os dois Felipes que correm comigo (Filipe Albuquerque e Felipe Nasr) e é muito claro para mim, eles conseguem guiar com os olhos e eu sou da geração que guia com o G lateral, sentindo o carro, quanto o carro me joga de um lado para o outro no banco e eu não consigo ter essa sensação no simulador.”

“Para mim, é muito estranho guiar o carro com os olhos. Isso acaba separando muito os ‘moleques’ dos mais experientes. Os mais velhos vão ter o outro lado deles que vai ser útil em uma situação em que o ‘moleque’ não vai saber o que fazer.”

“Resumindo: eu acho hoje mais competitivo, mas você tem o auxílio de mais informações, então é mais fácil você se preparar, e na nossa época talvez era um pouco menos competitivo, mas você tinha menos informações, era mais difícil, você tinha que se guiar pelo seu feeling e pela conversa que você tinha com os pilotos mais experientes.”

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