Análise

Opinião: A volta (muito) por cima de Alexander Rossi

Motorsport.com analisa superação por trás da histórica vitória de Alexander Rossi na centésima Indy 500

Alexander Rossi, Herta - Andretti Autosport Honda race winner

Foto de: Vision Sport Agency

Alexander Rossi, Herta - Andretti Autosport Honda race winner
Alexander Rossi, Herta - Andretti Autosport Honda race winner
Alexander Rossi, Herta - Andretti Autosport Honda
Alexander Rossi, Herta - Andretti Autosport Honda race winner
Alexander Rossi, Herta - Andretti Autosport Honda race winner
Alexander Rossi, Manor F1 Team
Alexander Rossi, Herta - Andretti Autosport Honda race winner
Alexander Rossi, Herta - Andretti Autosport Honda race winner
Alexander Rossi, Racing Engineering
Alexander Rossi, Herta - Andretti Autosport Honda
Alexander Rossi, Manor F1 Team

Um piloto que nunca esteve em primeiro plano por todos os lugares nos quais passou. Este é Alexander Rossi.

A começar pelo nome. Afinal, por tudo o que simboliza e simbolizará o nome Rossi na história do esporte a motor, é uma missão ingrata para o jovem norte-americano de 24 anos disputar espaço com um xará tão vitorioso e carismático como o nove vezes campeão de motociclismo Valentino Rossi.

E outra: como adivinhar que um piloto que chama Rossi vem dos EUA? O país - provavelmente por um certo bairrismo - há muito tempo não é um potência na formação de pilotos de nível internacional. Rossi é o único piloto da última safra que teve destaque na Europa.

No entanto, mesmo com relativo sucesso, ele jamais comoveu multidões – principalmente em seu país natal. Sem olhos para a F1, muito provavelmente se andasse em posições intermediárias na NASCAR teria o triplo da popularidade que tinha até a manhã do último domingo. Ele fez cinco GPs de F1 pela Manor, foi vice-campeão e ganhou quatro corridas de GP2.

Mas quis o destino que ele desse seu cartão de visitas ao público geral com uma das maiores glórias no mundo do esporte a motor – e com requinte. Afinal de contas, só vamos ter uma centésima Indy 500 na história. A de Alexander Rossi.

Antes que se diga que o piloto não mereceu a conquista por ter apostado em uma estratégia pragmática de economia de combustível, precisamos lembrar que esta é uma das características de Indianápolis. Em 2011, com o mesmo carro #98, Dan Wheldon venceu a Indy 500 na última reta após a batida de JR Hildebrand na última curva e utilizando uma estratégia similar. Ele liderou a única volta que interessava: a última. Rossi ao menos liderou 14.

Faz parte. E por saber disso, Carlos Muñoz - no top-4 em três das últimas quatro provas em Indy - desmoronou em lágrimas após seu segundo lugar. Não basta merecer vencer, tem de estar no lugar certo e na hora certa. E Rossi esteve pela primeira vez nesta posição em sua carreira.

 

Alexander Rossi mostra volante para convidados
Alexander Rossi mostra volante a convidados

Foto: Gabriel Lima/Motorsport

Pessoalmente, presenciei um momento bastante simbólico. No GP do Brasil de 2013, o piloto era quase um relações públicas da equipe Caterham. Em um tempo que um terceiro piloto/piloto de testes tem quase função decorativa em uma equipe de F1, ele mostrava para convidados o volante daquele que era o pior carro do grid de uma categoria na qual seu nome nunca foi sinônimo de “grife”. Depois de se desligar da Caterham, ele foi para aquela que se tornou a pior equipe do campeonato, a Marussia/Manor (onde ainda tem laços).

Provavelmente alguns destes convidados da foto jamais vão descobrir que aquele piloto que mostrou o volante a eles naquela quinta-feira foi o vencedor da Indy 500 de número 100.

Por isso a volta por cima do norte-americano é tão saborosa. Talvez este seja o momento, a façanha que irá mudar para sempre a história da carreira de Alexander Rossi.

Talvez. Só o tempo vai dizer. E esta história começa a ser contada a partir do próximo final de semana, na rodada dupla de Detroit.

Mas, só por ter acreditado em seu potencial na Indy (categoria que não vive grande momento) depois de viver uma desilusão na F1, perdendo a vaga de titular na Manor por falta de dinheiro, o norte-americano colhe agora o grande fruto que, por que não, pode até levá-lo novamente à Europa em um futuro próximo.

Veremos os próximos capítulos.

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