Análise

Exclusivo: entenda tratamento que salvou carreira de Pedrosa

Após sofrer com contusões variadas nos últimos anos, Dani Pedrosa se apresentou em ótima forma no final da temporada 2015 da MotoGP; Oriol Puigdemont, repóter do Motorsport.com, explica tratamento que salvou carreira do espanhol

Dani Pedrosa, Repsol Honda Team

Foto de: Repsol Media

Com apenas 1m58 de altura e pesando 55 kg, Dani Pedrosa é o menor piloto do grid atual da MotoGP. O biotipo, que o favoreceu nas categorias menores, tornou-se o grande adversário do espanhol quando ele migrou para a categoria rainha do Mundial de Motovelocidade.

2016 marca uma década de Pedrosa na MotoGP, sempre na equipe oficial da Honda. Desde então não houve uma temporada sequer em que o piloto não sofresse com contusões e/ou dores.

Desta vez, entretanto, o espanhol está confiante de que encontrou as respostas para começar a temporada mais forte do que nunca, podendo intensificar a preparação em quantidade e qualidade.

Síndrome compartimental

Há quase um ano, Pedrosa anunciou que ficaria fora das pistas por um tempo para tentar eliminar as dores crônicas no antebraço direito, causada por uma síndrome compartimental - contusão que consiste em um inchaço do músculo do antebraço pelo grande esforço, comum em pilotos de motocross.

O piloto passou pela terceira cirurgia no local e perdeu os GPs os Estados Unidos, Argentina e Espanha, retornando às pistas em Le Mans. Desde então, o espanhol tem sido um piloto diferente.

Mais do que uma cirurgia bem sucedida, o que tem feito a diferença para Pedrosa é terapia de recuperação, que ele descobriu em um centro de tratamento de lesões em Barcelona, que ele visita antes e depois de cada corrida.

Lá, Pedrosa é submetido a sessões em uma máquina chamada PHYSIUM System. Jordi Saló, inventor do equipamento, explicou ao Motorsport.com como a máquina funciona. "Tudo se baseia em estímulos controlados na área em que a intervenção cirúrgica foi realizada, buscando aumentar a flexibilidade neurovascular e muscular, reduzindo a inflamação e as dores do paciente", disse.

Antes de descobrir o tratamento, a carreira de Pedrosa estava ameaçada. Os músculos do braço direito estavam hipertrofiados e, além disso, o espanhol tem tendência a desenvolver fibroses (cicatrizes espessas), que travavam os nervos do local, especialmente em situações de estresse e esforço físico.

Isso gerava uma perda de sensibilidade que piorava conforme a corrida prosseguia até chegar a níveis dramáticos nos finais de prova.

Um novo Pedrosa

Ficou claro para muitos que Pedrosa era outro piloto na parte final da temporada 2015 da MotoGP. A disputa agressiva com Valentino Rossi pelo segundo lugar em Aragon - quando ele levou a melhor -  e as vitórias no Japão e na Malásia mostram que o piloto da Honda tinha recuperado a forma.

Em Valência, prova final da temporada, Pedrosa tirou dois segundos em seis voltas para se aproximar de Jorge Lorenzo e Marc Marquez em um final de prova impressionante e inimaginável para o piloto da moto #26 meses antes devido às dores no braço.

"Após duas sessões de tratamento eu já tinha percebido que estava funcionando. A diferença é clara, pois além da dificuldade física, vinha uma mental junto à primeira, então eu corria sem estar 100%. Quando você se liberta disso, é muito simples de perceber", disse Pedrosa ao Motorsport.com.

"Não somente consigo reagir melhor quando estou em cima da moto como também sei exatamente o que vou fazer. Pode parecer estranho, mas o corpo possui uma memória", afirmou.

"Se uma área fica dolorida por muito tempo, o corpo resiste em aceitar que está curado, então você precisa ensinar isso a ele - o que tenho feito de forma progressiva e gradual. Antes desse tratamento, mal conseguia dormir por causa das dores", completou.

Apesar das dificuldades enfrentadas com a moto da Honda para 2016, o catalão se mostra feliz e confiante - graças ao tratamento que tem reabilitado o braço direito. A gratidão de Pedrosa chegou ao ponto de ele ter se disponibilizado a gravar um vídeo em que ele mostra como funciona o tratamento que salvou a carreira dele.

Veja o vídeo em que Pedrosa explica o tratamento:

 

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