Análise

Somente mais circuitos mistos na NASCAR não ajuda a internacionalizar a categoria

Um terceiro misto no calendário seria perfeito, mas a falta de um projeto de internacionalização do marketing da NASCAR interfere no interesse da categoria fora dos Estados Unidos

Nelson A. Piquet, Turner Motorsports Chevrolet and Miguel Paludo, Turner Motorsports Chevrolet

Nelson A. Piquet, Turner Motorsports Chevrolet and Miguel Paludo, Turner Motorsports Chevrolet

Alexander Trienitz

Miguel Paludo
Nelson Piquet Jr.
Ryan Truex subs for Marcos Ambrose
Juan Pablo Montoya, Earnhardt Ganassi Racing Chevrolet

O jornalista do Motorsport.com, Nick DeGroot, escreveu um artigo na sexta-feira, falando sobre como atrair mais pilotos estrangeiros para a NASCAR. Ele destaca a inclusão de mais circuitos mistos no calendário, o que é até uma tese válida, mas o ponto principal da questão não é este.

Os ovais estão dentro da cultura americana, mudar isso de uma maneira mais drástica seria mudar o esporte como um todo. A queda de interesse na NASCAR, que vem acontecendo gradativamente há alguns anos dentro dos Estados Unidos se acentuaria ainda mais. Não adianta você vender algo interessante para fora de seu país, se você o desfigura dentro dele. 

O que a NASCAR deve "vender" é justamente aquilo que a faz tão grande na América. Circuitos ovais têm grandes atrativos e devem ser desmistificados nos países em que há rejeição. Os mistos também trazem grandes corridas? Sim, incluir mais uma etapa no calendário da categoria seria benéfico, sendo colocado até mesmo dentro do Chase. Mais dois, três ou quatro provas desse tipo de traçado seria perigoso para aquele público mais conservador, que já não gostou das grandes mudanças de regras dos últimos dez anos.

Falando do Brasil, especificamente, falta a NASCAR se "vender" melhor por aqui. A experiência que o público tem com a categoria tem no Brasil termina assim que uma prova é encerrada. O público em geral não tem mais informações ou acesso à produtos que expõem a categoria fora da TV. Aqui no Brasil não é fácil, por exemplo, comprar uma miniatura de algum carro, camisetas dos pilotos ou de seus patrocinadores ou bonés dos mesmos. Quem quiser, tem que importar e esperar um grande período de tempo, o que acaba desmotivando aquele "consumidor". 

Exemplos da NBA e NFL são grandes lições a serem aprendidas. Essas ligas montaram seus escritórios no Brasil, fazendo com que os fãs que assistem os jogos não se esqueçam do esporte assim que a TV sair do ar. Lojas oferecem produtos aos montes. Você observa pessoas nas ruas com camisetas de seus principais ídolos, os jogos de video-games são mais acessíveis e há uma série de pessoas sonhando fazer parte um dia da sua liga preferida.

A NASCAR tem que fazer o mesmo. Um grande projeto de internacionalização do marketing traria mais interesse do público. Aquele futuro piloto talentoso, quando criança, observaria tal exposição e se interessaria em ir para os Estados Unidos participar das categorias de base, com isso, ele participaria do caminho natural que todo americano faz para adentrar na categoria.

Todos ficariam felizes: a NASCAR com o retorno financeiro que esses mercados poderiam render, os pilotos brasileiros, que finalmente enxergariam uma nova possibilidade de carreira - que não somente aquela de ir para a Europa e chegar à Fórmula 1 - e não seria necessário a categoria se despersonalizar para poder abrigar maior interesse internacional.

Algo que é preciso salientar, um piloto para ter relativo sucesso na NASCAR precisa sair de seu país o quanto antes, logo, este é um processo de médio ou longo prazo. Não adianta a NASCAR montar escritórios aqui n Brasil, Argentina ou Colômbia e buscar resultados imediatamente. O espaço para crescimento existe, basta enxergar e trabalhar.

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