NASCAR assume risco por apostas altas na Xfinity e Truck

Chase nas duas divisões inferiores à Cup mexem mais do que Caution Clock da categoria das picapes

Brian France, presidente e CEO da NASCAR

Foto de: Alexander Trienitz

Rookie of the Year winners Daniel Suarez, Erik Jones
Race winner Matt Crafton, Thorsport Racing celebrates
NASCAR Camping World Truck Series 2015 champion Erik Jones, Kyle Busch Motorsports celebrates
NASCAR Camping World Truck Series 2015 champion Erik Jones, Kyle Busch Motorsports celebrates

Onde há fumaça, há fogo. Esta frase nunca fez tanto sentido para o mundo da NASCAR. Desde o término dos campeonatos de 2015, rumores apontavam que mudanças profundas viriam para a Xfinity Series e Camping World Truck Series. Adicione opiniões favoráveis importantes, como a de Dale Earnhardt Jr., piloto mais popular e dono de equipe das duas divisões, um período de férias e voilà: a notícia arrebatadora logo no primeiro dia de rodada de média que abrem o campeonato.

A NASCAR tem como prática nos últimos anos mexer onde não há clamor popular por mudança. O formato anterior do Chase da Sprint Cup não demonstrava desgaste, e Brian France não titubeou em modificá-lo novamente. Hoje, goste ou não, trouxe bons resultados para os fãs e para a NASCAR como negócio. Outro exemplo, só que com aparente naufrágio, foi a mudança em superspeedways, com apenas uma prorrogação. Talladega trouxe consigo, além de big one, a insatisfação de público e de mídia. Resultado: até agora não há confirmação se a prática será repetida em Daytona.

Se havia - ou ainda há - um clamor popular na Xfinity e Truck era da presença de pilotos da Cup participando e dominando as corridas. O Chase dividia opiniões, devido às particularidades de cada campeonato. Ao modificá-los brutalmente, a NASCAR faz uma alta aposta, assim como já havia feito na Cup. Sucesso ou derrocada será proporcional ao tamanho da mudança. Ou seja, muito grande.

Ficam os temores de deixar a "fase de classificação" menos interessante, já que os "invasores" da Cup continuarão e com a presença de nomes pouco pesados na fase final. Talvez uma adequação ao número de participantes daria a ideia mais bem-vinda àqueles mais conservadores.

Caution Clock

Talvez a medida mais surpreendente foi a inclusão do "Caution Clock", que aciona uma bandeira amarela automática a cada 20 minutos, caso não aconteça algo que interrompa a prova. À primeira vista, a ideia parece diferente até demais, mas ponderando alguns fatores, ela não merece tanta gritaria como se ouve.

Em média, uma prova da Truck dura duas horas. Pensando em uma corrida sem amarelas - e que certamente os fãs estariam entediados - teríamos aproximadamente cinco paradas pelo relógio, o que é normal para a categoria.

As mudanças para valer ficarão do início até antes da parte final, já que faltando 20 voltas, a contagem regressiva não vai valer. As estratégias serão diferentes, principalmente para aqueles que necessitam fazer uma corrida de recuperação, e também na questão dos custos, já que serão necessários um pouco mais de jogos de pneus. Tirando esses fatores, tudo é festa e comerciais de TV.

O que há de se pensar é que a NASCAR adotou o Caution Clock como uma espécie de teste em laboratório. Se Brian France e sua trupe tivessem convicção total de que esse mecanismo fosse realmente eficaz, as outras duas divisões o adotariam também.

O fã pode ser contra o principal mandatário da NASCAR, mas não pode acusá-lo de omissão. O ano de 2016 será um grande teste para a Truck Series. Se caso der errado, a categoria deve voltar atrás sem nenhuma vergonha, como em outros casos do passado.

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