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Pneus de Stock Car x carros de rua: especialista da Pirelli explica diferenças

Entenda como operam e como são projetados os pneus de rua e aqueles utilizados na Stock Car

Pneus Pirelli - Stock Car Brasil

Pneus Pirelli - Stock Car Brasil

Divulgacao

Cedo ou tarde, uma pergunta surge na mente dos fãs do automobilismo: qual a diferença dos pneus de competição para os pneus dos carros de rua? É para responder essa e outras perguntas relacionadas aos pneus que o Motorsport.com bateu um papo com um especialista da área: Roberto Ricosti, engenheiro-chefe de desenvolvimento de produto motorsport da Pirelli para a América Latina.

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Essencialmente, a grande diferença entre os pneus de rua e os de pista está nas características construtivas para cada forma de uso. À partir disso, podemos ‘esmiuçar’ quais características são essas.

Pneus de rua: ‘Pau pra toda obra’

 

Photo by: Divulgacao

Na Stock Car, Fórmula 1 ou qualquer outra categoria do automobilismo, os pilotos dispõem de conjuntos de pneus diferentes, com cada um sendo adequado à uma condição ou interesse. Já o proprietário de um veículo de rua precisa de um jogo de pneus só, que seja capaz de atender à qualquer necessidade.

“Na prática, os pneus dos carros de rua precisam atender diversas condições: devem ter um bom desempenho de frenagem no seco e no molhado, precisam ser capazes de andar em asfalto, no barro, na chuva, em dias frios e no calor”, explica Ricosti.

Isso significa que excluindo-se as condições extremas de países gelados ou no deserto, o pneu deve operar bem e com segurança numa grande faixa de temperatura e de terrenos, seja para andar na avenida atlântica no Rio, onde a areia suja o asfalto em dias de vento forte, ou em estradas de terra batida e cascalho.

“Os carros de rua hoje em dia precisam atender a padrões cada vez mais seletivos. Existe uma demanda aos fabricantes, não só de pneus, para que exista desenvolvimento de carros mais sustentáveis, que emitam menos CO2, que consumam menos combustível e que sejam cada vez mais seguros e inteligentes”, afirma Ricosti.

Por isso, empresas como a Pirelli têm trabalhado arduamente para oferecer produtos capazes de resistir até mesmo a adversidades, como, por exemplo, os pneus da marca que possuem um gel em seu revestimento interno, que serve para impedir a perda de pressão em caso de furos, já que o gel ‘invade’ e sela o local do furo.

Propostas diferentes, compostos diferentes.

Rubens Barrichello, Full Time

Rubens Barrichello, Full Time

Foto de: Carsten Horst

Pneus Pirelli - Stock Car Brasil

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Foto de: Rafael Gagliano

Pneus Pirelli - Stock Car Brasil

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Foto de: Rafael Gagliano

Pneus Pirelli - Stock Car Brasil

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Foto de: Rafael Gagliano

Pneus Pirelli - Stock Car Brasil

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Foto de: Rafael Gagliano

Pneus Pirelli - Stock Car Brasil

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Foto de: Rafael Gagliano

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Foto de: Rafael Gagliano

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Foto de: Rafael Gagliano

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Em termos de desempenho, a principal diferença dos pneus de carros de competição para os de rua está na aderência. Enquanto os carros de rua precisam ser capazes de entregar um desempenho adequado às velocidades e segurança da ruas e rodovias, espera-se a maior velocidade e capacidade de reação dos carros da Stock Car, por exemplo.

Para isso, os pneus de pista precisam ter uma maior maleabilidade, ou seja, precisam ser mais macios e capazes de ‘grudar’ no asfalto. Quanto mais aderente, mais a velocidade é aproveitada e mais rápido os carros podem ir nas curvas.

Os pneus de competição são feitos para terem uma vida útil limitada, capazes de durar no máximo uma corrida inteira, pois assim, pode-se investir 100% do pneu em desempenho. E

Funcionamento em condições extremas

Ricardo Zonta e Laures Vanthoor

Ricardo Zonta e Laures Vanthoor

Para que entregue desempenho, é necessário que os pneus sejam fabricados com compostos específicos, e que trabalhem em uma determinada faixa de temperatura, que varia de 90 à 110°C.

Para atingir essa temperatura, um carro de Stock Car precisaria de duas a três voltas em um circuito como o de Interlagos. No entanto, as equipes utilizam mantas térmicas que pré-aquecem esses pneus, fazendo com que eles deixem os boxes já à 90°C.

“O pneu precisa estar nessa temperatura ótima de trabalho para performar adequadamente”, diz Ricosti. Pois do contrário, há perda de aderência e os carros podem rodar nas curvas.

Ele explica que “o carro de rua tem uma faixa maior, que vai desde baixas temperaturas e chega até 60 - 70°C. Não tem janela, exceto em países nórdicos ou no deserto. Já um pneu de competição trabalha sendo estressado o tempo todo”.

“As mantas de aquecimento são um artifício interessante – levam os pneus em uma condição muito próxima da ideal. O pneu chega a 90 graus em 1h30 e já parte dentro da faixa ideal. Mas se aquecer por mais de 2 horas, pode afetar os compostos e as características dos pneus”.

Chuva e pressão:

Bia Figueiredo em Cascavel

Bia Figueiredo em Cascavel

Photo by: Carsten Horst

Diferentemente de um carro de rua, se começar a chover durante uma competição, o piloto vai entrar nos boxes e colocar pneus específicos para rodar - em alta velocidade - no molhado.

“Esses pneus precisam, além da capacidade de escoar água, tem que ter capacidade de ter aderência, então é um composto menos rígido, mais mole. É um composto que vai aquecer mais fácil, porque a água funciona como um elemento refrigerante. Se você andar com um pneu desses em uma pista pouco úmida, ele vai desgastar rapidamente”.

Já a diferença entre a pressão de calibragem dos pneus de pista também é diferente daquela aplicada nos pneus dos carros de rua. Enquanto geralmente utiliza-se entre 30 e 35 PSI de pressão nos pneus dos carros hatch e sedã, os pneus da Stock Car são calibrados com 24 PSI.

Ricosti explica:

Já o de competição, recomendado a frio na Stock Car é 24 PSI. Quanto mais baixo, maior a superfície de contato, sofre menos com oscilações, porque ele ‘copia’ o formato da pista.

“A pressão dos carros de rua. Quando a montadora faz o desenvolvimento de um carro, a pressão conversa com a rigidez estrutural do carro, a rigidez da suspensão. Isso para que você tenha um carro confortável, que economize combustível e que tenha uma performance boa, isso varia de carro para carro”.

“Já o pneu de competição precisa de uma pressão mais baixa para aumentar a superfície de contato. O carro sofre menos com a oscilação da pista, já que ele ‘copia’ as variações do asfalto”.

Pneus de competição perderiam desempenho em carros de rua

De acordo com Ricosti, uma das perguntas mais comuns que escuta é: O que acontece se eu colocar os pneus de competição no meu carro?

Basicamente, fazer isso seria um desperdício, já que o carro de rua não é feito para competições. Desde a suspensão até a aerodinâmica são diferentes. Para que o pneu funcionasse, seriam necessárias adaptações no veículo.

“Não dá certo porque o pneu é feito para as pistas. O melhor asfalto de rua não chega no nível dos autódromos. Além disso, não seria nem permitido, porque aplicação é diferente e não há homologações. O pneu vai ter até menos aderência, porque vai trabalhar abaixo da temperatura ideal, sem contar que o asfalto de rua tem óleo, pedras, areia e sujeira”, completou Ricosti.

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Pneus Pirelli

Pneus Pirelli

Foto de: Divulgacao

Pneus Pirelli

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Pneus Pirelli

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Pneus Pirelli

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Pneus Pirelli

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Pneus Pirelli

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