Conheça história dos pilotos brasileiros nas 24 Horas de Le Mans

Em 2021, o país terá seis representantes na lendária prova de endurance, com dois na principal divisão do mundial da categoria

Pipo Derani

Foto de: Jose Mario Dias

As 24 Horas de Le Mans, prova de endurance mais longeva do automobilismo, nasceram em 1923. Prestes a completar 98 anos, a corrida só não foi realizada em 1936 e de 1940 até 1948. Nenhuma surpresa aqui, visto que o período da Segunda Guerra Mundial cancelou diversos eventos esportivos e a França ainda precisou se recuperar da invasão alemã e reconstruir uma parte do autódromo.

A primeira participação brasileira no evento foi em 1935, com Bernardo Souza Dantas. O brasileiro nascido na França dividiu um Bugatti 57 com o francês Roger Teillac. No ano seguinte, greves gerais na França ocasionaram o cancelamento do evento. 

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O Brasil só foi ter novamente um representante na prova em 1954, com Hermano da Silva Ramos. O piloto, que competiu na Fórmula 1 entre 55 e 56, participou quatro vezes da prova, incluindo a trágica edição de 1955, em que 84 torcedores morreram após o acidente entre Pierre Levegh (que também morreu) e Lance Macklin.

Em 1959, na última participação de Hermano, estreou Christian "Bino" Heins, que perdeu a vida na edição de 1963 após tentar desviar de um acidente na pista. O piloto perdeu o controle e bateu em um poste, com seu carro explodindo. Em sua homenagem, Wilson Fittipaldi batizou o seu filho, sobrinho de Emerson, de Christian. Este que também correu em Le Mans por três vezes (2006, 2007 e 2008) na antiga classe GT1. Seu melhor resultado foi um 12º geral.

Fritz D'Orey fez sua única participação em 1960, quando sofreu um grave acidente e ficou oito meses em recuperação. Aos 22 anos, foi obrigado a se aposentar.

O brasileiro com maior número de participações em Le Mans é Thomas Erdos, com 13. Ele fez a sua primeira prova em 1995 e correu pela última vez em 2011. Foram nove anos seguidos entre 2003 e 2011, o que o faz o único atleta do país a disputar o evento em três décadas diferentes.

Bruno Senna, que não competirá esse ano, participou de oito edições, sendo o segundo que mais correu as 24 Horas. Caso estivesse em 2021, seria o segundo a ter figurado na corrida em três décadas diferentes. Sua primeira participação foi em 2009 e a última em 2020, quando terminou em segundo na LMP1 e na classificação geral.

Além do segundo lugar geral de Senna, outros pilotos também repetiram o resultado nas 24 Horas. José Carlos Pace (1973), Raul Boesel (1991) e Lucas di Grassi (2014) fecham a quadra de pilotos que levaram o Brasil para o segundo lugar mais alto do pódio. Neste ano, Pipo Derani e André Negrão são os representantes com mais chances de vencer, já que correm pela principal categoria, a Hypercar.

Derani, que correrá neste ano após a ausência na temporada passada, chegará a sua sexta edição, empatando com Jaime Melo e Maurizio Sandro Sala pelo terceiro lugar em participações. O piloto marcou presença na prova de 2015 a 2019, com o melhor resultado sendo um segundo lugar na GTE Pro. Neste ano, o paulista correrá a bordo do Glickenhaus 007 LMH e dividirá o carro com Gustavo Menezes e Olivier Pla.

Negrão fará sua quinta prova seguida. Ele pilotará o Alpine A480 e terá os franceses Nicolas Lapierre e Matthieu Vaxivière como companheiros. Ele possui duas vitórias e um terceiro lugar na LMP2.

Daniel Serra (quinta participação, duas vitórias na LMGTE-Pro), Felipe Fraga e Marcos Gomes disputarão a prova por categorias GT. Já Felipe Nasr estará presente pela categoria LMP2, dirigindo o Oreca 07 da Risi Competizione. Serra correrá com a Ferrari 488 GTE EVO da equipe de fábrica, a AF Corse. Fraga pilotará o Aston Martin Vantage AMR da TF Sport. Enquanto Gomes correrá com o mesmo carro de Felipe, mas pela equipe oficial Aston Martin Racing.

Marcos Gomes é o segundo piloto da família a competir em Le Mans. Seu pai, também campeão da Stock Car, Paulo Gomes, disputou a edição de 1978 com o Porsche 935/77 e dividiu o carro com os brasileiros Alfredo Guaraná Menezes e Marinho Amaral. O trio terminou em segundo no Grupo 5.

Pilotos brasileiros nas 24 Horas de Le Mans

Piloto Participações 
1 – Bernardo Souza Dantas – 1935 1
2 – Hermano da Silva Ramos – 1954, 1955, 1956 e 1959 3
3 – Christian Heins – 1959 e 1963 2
4 – Fritz D’Orey – 1960 1
5 – José Carlos Pace – 1973 1
6 – Paulo Gomes – 1978 1
7 – Marinho Amaral – 1978 1
8 – Alfredo Guaraná Menezes – 1978 1
9 – Roberto Moreno – 1984 1
10 – Raul Boesel – 1987, 1988, 1991 3
11 – Maurizio Sandro Sala – 1989, 1990, 1991, 1992, 1995, 1996 6
12 – Antonio Hermann de Azevedo – 1993, 1994,1995, 1996, 1997 5
13 – Thomas Erdos – 1995, 1996, 1997, 1999, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2008, 2009, 2010 e 2011 13
14 – Nelson Piquet – 1996 e 1997 2
15 – André Lara Rezende – 1997 1
16 – Ricardo Zonta – 1998 e 2008 2
17 – Jaime Melo – 2004, 2007, 2009, 2010, 2011 e 2012 6
18 – Nelson Piquet Jr. – 2006, 2016 e 2017 3
19 – Christian Fittipaldi – 2006, 2007 e 2008 3
20 – Alexandre Negrão – 2008 1
21 – Bruno Senna – 2009, 2013, 2014, 2016, 2017, 2018, 2019 e 2020 8
22 – Augusto Farfus – 2010, 2011, 2018, 2019 e 2020 5
23 – Lucas Di Grassi – 2013, 2014, 2015 e 2016 4
24 – Fernando Rees – 2014, 2015, 2016 e 2017 4
25 – Pipo Derani – 2015, 2016, 2017, 2018 e 2019 5
26 – Oswaldo Negri Jr. – 2016 e 2020 2
27 – Rubens Barrichello – 2017 1
28 – Tony Kanaan – 2017 e 2018 2
29 – André Negrão – 2017, 2018, 2019 e 2020 4
30 – Daniel Serra – 2017, 2018, 2019 e 2020 4
31 – Felipe Nasr – 2018 1
32 – Rodrigo Baptista – 2019 1
33 – Felipe Fraga – 2019 e 2020 2
34 – Marcos Gomes – 2020 1

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