Porsche: Líder da Carrera, Costa fala sobre superação na carreira e expectativas para a final em Interlagos

Piloto carioca chega para a última etapa sprint de 2023 com 223 pontos, 24 à frente do rival mais próximo

Nicolas Costa

Foto de: Luca Bassani

Após uma pausa de quase dois meses, a Porsche Cup Brasil volta a acelerar neste fim de semana em uma etapa especial. Além de ser a penúltima da temporada, a categoria volta a correr ao lado da Fórmula 1, novamente, decidindo os campeões do campeonato sprint, de provas de curta duração.

Na classe Carrera Cup, ainda há alguns nomes vivos na luta pelo título, mas quem está mais próximo nessa briga é apenas um “estreante” na categoria: Nicolas Costa.

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Após disputar as provas de Endurance no ano passado, Costa veio para 2023 para fazer a temporada completa da Porsche Cup e, logo de cara, já vive uma temporada quase que dos sonhos, com vitórias e bons resultados desde a primeira etapa do ano, que o deixam na boca da conquista do título.

Em entrevista ao Motorsport.com, Costa falou sobre como surgiu a oportunidade de disputar a temporada completa da Porsche Cup.

“Eu vinha tentando cavar [essa oportunidade] desde 2020, quando eu voltei para o Brasil”, disse. “Conseguimos agora, para disputar a Sprint e também o Endurance com o Nelson Monteiro. Mas eu queria principalmente voltar a fazer corridas Sprint depois de muito tempo, voltar a correr sozinho no carro. Foi algo que, sem o suporte da Prio, seria impossível e inimaginável”.

Em meio a um grande ano, o piloto teve dificuldades em nomear apenas um momento que lhe marcou na temporada.

“Vou falar dois. A primeira vitória, na corrida de estreia, foi realmente um momento incrível, porque tinha muito tempo que eu não disputava uma corrida sprint, e acho que foi a prova que eu fui com mais sangue nos olhos. Eu queria muito vencer e estava preparado para bater ou vencer. Foi um peso que eu tirei das minhas costas”.

“A segunda foi a vitória em Interlagos na frente da torcida da Prio, com um camarote com 30 colaboradores da empresa, galera que eu conheço pessoalmente, que estavam lá me torcendo por mim”.

Nicolas vai disputar o título neste fim de semana em frente ao maior público da temporada da Porsche Cup, com a expectativa de recorde de presença no GP de São Paulo de Fórmula 1.

“A expectativa é incrível! Você pensa no que que está por vir. Eu estou bem ansioso, há mais de um mês. Não vejo a hora de poder disputar o título na frente dessa galera toda, em uma preliminar de F1, algo que eu nunca fiz. Ver aquele autódromo lotado e a atmosfera incrível que a Porsche sabe criar”.

Nicolas Costa

Photo by: Luca Bassani

Nicolas Costa

Mas, para chegar até este ponto, Costa não teve uma carreira fácil. Ainda quando criança, teve que superar um dos principais problemas de entrada no esporte: o financiamento.

“Meu início no automobilismo foi algo quase inevitável. Desde que eu era criança, com dois, três anos de idade, eu era muito apaixonado por carros, era meu único interesse. Eu nunca tive um boneco, por exemplo”.

“Mas, se tratando de um esporte muito caro, meus pais não tinham condições para me manter como piloto. Quando eu tinha uns 10 anos, meu pai me levou para andar de kart pela primeira vez, e eu me apaixonei por aquilo. Devagarzinho comecei a competir no kart”.

Mesmo contanto com o apoio de sua família, sua primeira oportunidade veio apenas em 2009, graças a uma bolsa conquistada nos Estados Unidos.

“Quando o meu pai não podia bancar uma corrida, minha avó ajudava, minha tia ajudava, toda a família ajudava, e eu competi de kart por alguns anos. Inclusive algumas temporadas eu competi no kart amador, porque eu não tinha orçamento para fazer o kart profissional”.

“Até que em 2009 eu fui para os Estados Unidos participar do Skip Barber Karting Scholarship Shootout, com 50 pilotos de todas as partes do mundo, para cinco vagas. Eu acabei ganhando uma dessas bolsas e ingressei no automobilismo”.

Depois disso, a carreira de Nicolas deslanchou, com um grande sucesso em terras europeias, incluindo um teste bem-sucedido na GP3 (atual Fórmula 3), antes de sofrer mais um revés.

“Em 2012, eu tive o melhor ano da minha carreira, sem dúvidas, ganhando o título europeu e o título italiano, também fui campeão do troféu Michele Alboreto e ganhei o Capacete de Ouro no Brasil. Fiz também o teste com a Marussia, que melhor, impossível. Fui terceiro geral, primeiro dos novatos e a gente tinha até uma conversa boa para o ano seguinte”.

“Mas, acabei perdendo o meu patrocinador principal, e sabemos que, sem recursos financeiros é muito difícil ter uma vida na Europa”.

Nicolas precisou voltar ao Brasil em um período que, segundo o piloto, não foi nada fácil.

“Então basicamente depois de estar no meu auge, eu voltei para o Brasil e fui ajudar meu pai na empresa, fazendo um pouco de tudo lá, porque não tinha como correr. Eu não tinha perspectiva de nada. Foi o período mais difícil da minha carreira, porque eu cheguei a entrar em depressão”.

“Não sabia o que fazia, achava que eu merecia uma chance de estar lá disputando com os meninos que estavam de fato na boca da F1, alguns inclusive entraram, e eu acabei não tendo essa oportunidade”.

Tempos depois, o carioca voltou suas atenções para o mundo dos GTs e dos carros esportivos, onde encontrou novamente o sucesso, que pode ganhar um novo capítulo neste fim de semana na Porsche Cup.

“Minha carreira eventualmente virou para um outro lado, mas não tenho arrependimento nenhum e tenho só agradecer pela experiência que eu pude viver na Europa, porque a maioria das pessoas não chega nem ter essa oportunidade de ir para lá”.

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