ANÁLISE F1: Alpine muda diretoria de novo, mas o que isso realmente significa para a equipe?

Chefe de motores do time de Ocon e Gasly acumulará função de vice-presidente das operações de automobilismo da marca, supervisionando Szafnauer e também WEC

Pierre Gasly, Alpine A523, in the pits during FP2

Foto de: Francois Tremblay

Nesta segunda-feira, a Alpine confirmou uma mudança nos cargos mais altos de sua diretoria, justo no dia seguinte ao abandono duplo de seus pilotos franceses Esteban Ocon e Pierre Gasly no GP da Grã-Bretanha. Além disso, o time foi ultrapassado pela rival McLaren no campeonato de equipes.

Em meio a um momento difícil da escuderia francesa na Fórmula 1, o CEO Laurent Rossi, que vinha criticando bastante o desempenho do time desde Miami, promoveu alterações na direção da marca pertencente à Renault, em especial a nova função do agora ex-chefe de motores da Alpine F1.

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Bruno Famin agora assume o recém-criado cargo de vice-presidente da Alpine Motorsports, sendo responsável por todas as atividades de competição da marca -- além da F1, ela está presente no Campeonato Mundial de Endurance (WEC, na sigla em inglês), por exemplo. Mas por que isso?

Em vez de ser uma reação ao mau desempenho na F1 ou uma manobra política, o raciocínio por trás da mudança de Famin é bastante simples: ao que tudo indica, Rossi se deu conta de que não pode se responsabilizar por absolutamente todos os programas de automobilismo da Alpine sozinho.

Assim, ao transferir Famin para uma função mais sênior, com o chefe da Alpine F1 Otmar Szafnauer reportando-se a Bruno a partir de agora, e não a Rossi, toda a Alpine tem uma melhor divisão de funções.

Questionado sobre o Motorsport.com sobre a nova estrutura da Alpine, Famin respondeu: "A mudança não tem nada a ver com a situação da equipe de F1. Tem a ver com a marca em si e com as metas ambiciosas que temos em termos de desenvolvimento, novos produtos, carros de rua, etc".

"Fizemos alguns grandes anúncios com novos investidores, por exemplo, e a marca e a empresa estão se desenvolvendo muito bem e muito rapidamente. Acho que Rossi percebeu que precisava se dedicar mais a esse caminho [negocial]... Mesmo que adore automobilismo, essa é sua prioridade."

Bruno Famin, VP Alpine Motorsports

Bruno Famin, vice-presidente da Alpine Motorsports

Foto de: Alpine

Para Famin, a mudança só pode ser positiva para a Alpine na F1, pois simplifica a estrutura de relatórios e garante que a empresa tenha alguém totalmente focado na melhoria dos resultados: "A principal diferença será o fato de eu estar 100% dedicado à função, será melhor para os projetos".

Questionado sobre se acha que a Alpine sofreu por não ter alguém que se aprofundasse em todos os detalhes necessários para ter sucesso, Famin respondeu: "É claro que cada detalhe é muito importante, mas acho que a nova organização nos ajudará a cumprir os objetivos que temos em todos os programas de automobilismo com os quais estamos comprometidos. Há a F1, claro, mas também Le Mans. Como na F1, nosso objetivo é lutar por vitórias e títulos o mais rápido possível".

"Não será amanhã na F1, claro, porque sabemos que é um grande desafio. Mas é um quadro completo, precisamos ter alguém 100% dedicado a todos esses projetos, incluindo jovens pilotos, as corridas de endurance e a F1. O objetivo é trabalhar com mais eficiência e atingir nossas metas", diz.

Por meio de sua função como diretor executivo do programa de motores Viry-Chatillon da Alpine F1 -- que ele continuará exercendo --, Famin já tem contato regular com Szafnauer. Bruno mantém plena confiança no trabalho que está sendo feito.

E, apesar das críticas de Rossi, que foram manchetes, sugerissem insatisfação com alguns aspectos da maneira com a qual a equipe é dirigida, Famin acha que as coisas estão melhores agora. "Toda a equipe está dando o melhor de si para fazer a melhor corrida possível em cada evento", ponderou.

"A reação de Laurent foi a que foi... Acho que todos entenderam a mensagem e todos estão se esforçando ao máximo para não cometermos os mesmos erros, mas também fazer o melhor trabalho possível para dar aos pilotos o melhor carro possível."

Uma coisa que não vai mudar, no entanto, é o plano de 100 corridas que Rossi expôs em 2021 para que a Alpine seja uma candidata regular a pódios: o 'prazo', portanto, expira na próxima temporada da categoria máxima do automobilismo mundial.

Pat Fry, Alpine F1 Team Chief Technical Officer and Laurent Rossi, Alpine Chief Executive Office

Pat Fry, diretor técnico da equipe Alpine F1 e Laurent Rossi, diretor executivo da Alpine

Foto de: Alpine

"Não há motivo para mudar o roteiro", disse Famin sobre isso. "Mas a ideia é ter mais chances de atingir a meta. É claro que temos mais e mais projetos no automobilismo, temos uma enorme ambição para a marca, para o desenvolvimento dela. E é por isso que fizemos essa mudança na organização, para termos mais chances de atingir nossos objetivos", explicou o engenheiro francês da Alpine.

Ele também deixou claro que não tem a intenção de começar a estender demais seu envolvimento na equipe de F1 e entrar em áreas que são de domínio de Szafnauer. "Todos terão seu próprio papel na organização. Otmar tem sua função e eu terei a minha, supervisionando tudo. É isso", afirmou.

A nova função de Famin também ajudará a marca a executar melhorias na infraestrutura. "Temos um projeto de desenvolvimento para Enstone (chassis) e Viry (motores). Ter alguém totalmente dedicado ao projeto ajudará a impulsionar a realização de tudo isso. A ideia é ir o mais rápido possível, com a capacidade de dar novos passos, progredindo e tendo uma equipe cada vez melhor. A diferença em relação a antes é que eu estarei aqui diariamente, incentivando as pessoas a atingirem objetivos."

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