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Indy: Por que o vencedor das 500 Milhas de Indianápolis bebe leite? Entenda a origem desta tradição

Nos anos 1990, Fittipaldi quebrou a tradição, e isso não caiu bem entre os fãs do esporte, que chegaram a colocar uma maldição no brasileiro!

Ryan Hunter-Reay of Andretti Auto Sport celebra com o tradicional leite no Victory Circle

Ryan Hunter-Reay of Andretti Auto Sport celebra com o tradicional leite no Victory Circle

Michael C. Johnson

Ano após ano, uma imagem marca as celebrações do vencedor das 500 Milhas de Indianápolis: bebendo ou se encharcando com leite, sendo um dos momentos icônicos do evento, mas como essa tradição começou?

A 24ª edição da prova, em 1936, foi a primeira com o troféu Borg-Warner para o vencedor, e a primeira vez que o campeão recebeu o pace car de presente. Mas o que o vencedor daquele ano, Louis Meyer, fez imediatamente após a prova que iniciou a incomum tradição.

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Meyer, nascido em Manhattan mas criado em Los Angeles, já havia vencido a corrida duas vezes quando colocou sua Miller no Victory Lane do Indianápolis Motor Speedway, após mais de quatro horas e meia no volante, em um dia quente de maio.

Ele cresceu acostumado e acreditando nas qualidades nutricionais e refrescantes do lentelho (buttermilk em inglês) e é por isso que um cansado Meyer pediu e bebeu logo após se tornar o primeiro tricampeão das 500 Milhas.

Um homem oportunista da área de marketing na indústria de laticínios viu imagens do momento no pós-corrida, sem saber que Meyer estava bebendo lentelho e fez investidas para que os vencedores das 500 Milhas bebessem leite a partir de então.

A proposta parecia que teria vida curta. Quando as corridas voltaram a acontecer após a II Guerra Mundial, outro tricampeão, Wilbur Shaw, agora presidente da pista, deu água ao vencedor, mas quando Shaw morreu em um acidente de avião em 1954, a ideia foi ressuscitada.

A Indústria Americana de Laticínios decidiu oferecer 400 dólares ao vencedor e mais 50 ao seu mecânico chefe desde que eles bebessem o leite no Victory Lane. Naquela época, era um grande incentivo.

O lendário historiador do IMS, Donald Davidson, escreveu: "Com sorte, o vencedor de 1956, Pat Flaherty, sofria de uma pequena deficiência de cálcio, e bebia leite regularmente. Em adição a uma boa golada de água do copo de Shaw, ele consumiu uma garrafa inteira de leite e pediu uma segunda. A água no copo de Shaw durou mais alguns anos, antes de ser descontinuada em favor do leite".

E assim surgiu uma tradição. Houve um momento de crise em 1993, quando Emerson Fittipaldi, após a sua segunda vitória, recusou a garrafa de leite para tomar suco de larajna, explicando à equipe de transmissão que estava promovendo a indústria de bebidas cítricas do Brasil, da qual ele tinha um envolvimento pessoal.

Claro, quebrar a tradição não é algo que cai bem com os fãs do esporte, e Emmo foi vaiado pelo público. Más línguas dizem que seu chefe, Roger Penske, o persuadiu a tomar um gole do leite, mas o estrago já estava feito e, até hoje, há devotos do Speedway que lembram do episódio.

Um deles chegou a dizer a este autor que havia colocado uma maldição no gigante brasileiro, que causou sua batida no ano seguinte enquanto liderava!

Fittipaldi realizou que sua tentativa de marketing não deu certo e doou a uma instituição de caridade o dinheiro que recebeu da Indústria Americana de Laticínios. É certo dizer que ele aprendeu a lição. E certamente nenhum vencedor terá coragem de fazer isso de novo.

Hoje em dia, todo piloto que participa da corrida é questionado pela Associação de antemão sobre qual leite preferem beber caso façam a viagem especial, e tudo é organizado com antecedência.

Nem mesmo o intolerante a lactose dispensaria a chance de tomar leite caso ele tenha a chance de usar a coroa da BorgWarner e segurar uma dessas icônicas garrafas de leite.

Winners drink milk

Winners drink milk

Photo by: IndyCar Series

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