Pilotar motos pode causar infertilidade e mascarar resultado de exame de câncer, alerta médico
Sem devido cuidado, motociclistas podem ter problemas sérios com fertilidade, além de prejuízo ao funcionamento da próstata
Os exercícios físicos de alto desempenho, inclusive no esporte a motor, podem trazer consequências ruins para a saúde. As atividades são bem aceitas pelo organismo até certo ponto e atletas profissionais normalmente sentem o resultado quando encaram a aposentadoria.
Um dos aspectos desta relação envolve um tabu entre motociclistas e o seu próprio corpo. O mesmo vale para os brasileiros em geral: segundo a Sociedade Brasileira de Urologia de São Paulo, 44% dos homens nunca foram ao urologista.
Entretanto, quem pratica o motociclismo precisa ter cuidados redobrados, conforme analisa o Dr. Cassius Martins, urologista e especialista em cirurgia robótica urológica. "Todo motociclista precisa ter alguns cuidados na hora da pilotagem", disse Martins ao Motorsport.com.
"Ao conduzir sua moto, o contato dos testículos com o banco, mais o equipamento de segurança apertado (calça ou macacão em couro), o aumento do calor local, a falta de ventilação, entre outros, tudo isso pode causar pequenos traumas na região dos testículos, o que traz um maior risco de ficar infértil e até mesmo diminuir os níveis de produção de testosterona", alertou.
“A diminuição de testosterona pode acontecer antes da idade mais comum (45 anos) por conta desses traumas causados por esse contato com o banco e tanque da motocicleta", comentou o médico.
Além de problemas de fertilidade, a falta de acompanhamento especializado e de cuidados podem mascarar exames de câncer de próstata. Segundo o médico, o PSA – proteína que a próstata produz – pode se alterar, fazendo com que testes mostrem que o motociclista pode estar com câncer.
Martins também aponta que pilotar motos pode causar traumas na próstata em homens magros que têm uma menor quantidade de tecido adiposo na região. O microtrauma, que acontece nas paredes das células da glândula, pode aumentar a liberação de PSA.
A forma mais efetiva de detecção precoce do câncer (quando a possibilidade de cura fica em cerca de 90% dos casos) é a realização dos exames anuais de rotina. Trata-se de um exame de sangue em que se detecta os níveis de PSA, além do exame físico - o temido toque retal, que é de grande importância, já que um em cada cinco homens com câncer na próstata têm o exame do PSA normal.
A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) recomenda que os exames preventivos sejam realizados uma vez por ano após os 45 anos de idade. Caso o homem tenha um familiar com câncer de próstata, a faixa etária pode ser antecipada para os 40 anos de idade.
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