Análise

Análise: o impacto dos cortes de salários na renovação de contrato dos pilotos da F1

Algumas renovações podem ser garantidas porque os pilotos podem aceitar uma redução salarial em troca de assinar por mais anos, compensando assim a perda econômica de 2020.

Lewis Hamilton, Mercedes-AMG Petronas F1, Valtteri Bottas, Mercedes-AMG Petronas F1, Sebastian Vettel, Ferrari and Charles Leclerc, Ferrari

Os 14 pilotos da Fórmula 1 que ainda não têm contrato para a temporada de 2021 estão em um momento fundamental, mesmo com os motores desligados. O mercado, que está em situação atípica, segue as negociações, mas com dois fatores determinantes: a falta de noção sobre como será a temporada de 2020 e a esperada redução de salários.

O primeiro aspecto levara à uma possível renovação das duplas atuais, porque as equipes não possuem dados para avaliar a performance desse ano. Sem corridas, não há erros ou feitos que possam mudar a situação. Mas, do lado econômico, as coisas podem mudar muito, muito mesmo, principalmente para os pilotos com os maiores salários.

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A questão dos cortes salariais (que deve afetar a todos igualmente), está entre os principais fatores. E é aqui que algumas negociações podem se complicar, principalmente para quem for oferecido um contrato de apenas um ano.

No caso de quem assinar por duas ou mais temporadas, um corte no salário (por razões justificadas) não se torna um escândalo e os contratos tenderão a incluir também benefícios, como bônus de desempenho.

Dois exemplos disso podem ser Sebastian Vettel e Valtteri Bottas, se Ferrari e Mercedes propuserem uma renovação por um ano. Normalmente, os pilotos não têm muitas armas para se defender, a menos que possuam alternativas interessantes no mercado, uma possibilidade que, no momento, não parece existir.

Na situação atual, há mais uma carta para jogar: não cortar o salário ou aceitar a redução em troca de uma prorrogação do contrato.

Nesse jogo, o piloto geralmente sabe que não pode arriscar muito, mas, nesse contexto, ele pode tentar criar condições que, em qualquer caso, lhe garantam uma vantagem, seja ela financeira ou profissional.

As equipes sabem que tem o poder da decisão final, mas, nesse momento, é preciso um compromisso. Terminar um relacionamento envolve pagar o salário integral, apesar do encurtamento da temporada (ou mesmo do cancelamento). A alternativa os obrigaria a revisar seus planos estratégicos, estendendo um contrato para além da data planejada.

Portanto, no momento, não temos anúncios e, provavelmente, nos casos em que as partes estejam mais distantes, elas terão que esperar um pouco mais. Algumas das alternativas das equipes são conhecidas há muito tempo (George Russell é opção para Mercedes, além do trio Ricciardo - Sainz - Giovinazzi para a Ferrari), mas os candidatos deverão aguardar o andamento dos eventos.

A situação é diferente para os pilotos mais jovens, que não recebem remuneração significativa e pretendem garantir um futuro na F1. Nesses casos, o segundo ponto se torna uma prioridade. Ceder financeiramente em 2020 tem menos peso do que a possibilidade de garantir uma carreira de longa duração. É isso que a grande maioria do grid atual busca.

De todos, os únicos que não precisam pensar sobre essas questões são Charles Leclerc, Max Verstappen, Sergio Pérez, Lando Norris e Esteban Ocon: já sabemos onde esses três estarão em 2021.

Confira como o coronavírus tem afetado o calendário do esporte a motor pelo mundo

Uma das primeiras aparições do coronavírus no esporte a motor veio com o adiamento da etapa de Sanya, da Fórmula E.
A Fórmula 1 adiou o GP da China pelo mesmo motivo.
Com o crescente aumento de casos do Covid-19, o GP do Bahrein chegou a ser confirmado, mas sem presença de público.
A MotoGP, a maior categoria das duas rodas do mundo, chegou a realizar a primeira etapa no Catar, mas apenas com a Moto2 e Moto3.
Mais tarde, as etapas da Tailândia, Estados Unidos, Argentina, Espanha e França também foram suspensas, com adiamento
No início de abril, a MotoGP confirmou também o adiamento dos GPs da Itália e da Catalunha, dois dos países mais afetados pela pandemia, além do GP da Alemanha. A etapa da Holanda, em 28 de junho, é, atualmente, a primeira etapa do ano
A Fórmula E anunciou a suspensão da temporada por dois meses: os ePrix de Paris e Seul foram adiados.
Em abril, a Fórmula E confirmou a extensão da paralisação do campeonato até o final de junho e o adiamento do ePrix de Berlim. As provas de Nova York e Londres se tornaram dúvidas
O GP da Austrália de F1 estava previsto para acontecer, com presença de público e tudo.
Um funcionário da McLaren testou positivo para o Covid-19 e a equipe decidiu não participar do evento.
Lewis Hamilton criticou a decisão da categoria, dizendo que era chocante todos estarem ali para fazer uma corrida em meio à crise do coronavírus.
Após braço de ferro político entre equipes e categoria, a decisão de cancelar o GP da Austrália veio faltando cerca de três horas para a entrada do primeiro carro na pista para o primeiro treino livre.
Pouco tempo depois, os GPs do Bahrein e Vietnã também foram adiados.
Os GPs da Holanda e Espanha também foram postergados.
Uma das jóias da Tríplice Coroa, o GP de Mônaco, foi cancelado. Poucos dias depois, o GP do Azerbaijão também foi adiado
O GP do Canadá também teve seu adiamento confirmado no início de abril. Agora, o GP da França é o primeiro do calendário, e está marcado para 28 de junho
Para atenuar os efeitos de tantas mudanças no calendário, a F1 decidiu antecipar e aumentar, as férias de verão, indo de 14 para 35 dias
Além disso, FIA e F1 concordaram em introduzir o novo pacote de regulamentos que entrariam no próximo ano, a partir de 2022. Mas, segundo Christian Horner, há um movimento para adiar em mais um ano, para 2023, em preparação ao impacto que o Covid-19 terá na economia mundial
Acompanhando a F1, a F2 e F3 também anunciaram suas primeiras provas como adiadas.
Outras categorias e provas nobres do calendário do automobilismo mundial também foram prejudicadas pelo coronavírus.
As 24 Horas de Le Mans foi adiada para 19 de setembro.
A etapa conjunta entre WEC e IMSA em Sebring foi cancelada e o WEC revisou seu calendário, jogando o final da temporada para novembro de 2020, com a próxima temporada iniciando apenas a partir de março de 2021
O tradicional TT da Ilha de Man foi cancelado.
A Indy suspendeu as primeiras corridas em St Pete, Alabama, Long Beach e Austin.
Na teoria, o campeonato começa no dia 6 de junho, no Texas. O circuito misto do Indianápolis Motor Speedway abrigará duas corridas, a primeira no dia 4 de julho e a segunda em 3 de outubro. Laguna Seca também ganhou uma rodada dupla e St. Pete deve fechar a temporada, ainda sem data
As 500 Milhas de Indianápolis será no dia 23 de agosto.
Na NASCAR, a maior categoria do automobilismo dos EUA, foram realizadas as primeiras quatro provas, mas a categoria espera retomar as atividades no final de maio
No Brasil, a CBA suspendeu as atividades no país por tempo indeterminado.
A Stock teve que adiar a abertura do campeonato, com a Corrida de Duplas. Etapas do Velopark e Londrina também foram adiadas.
A Porsche Cup realizou apenas sua primeira etapa em Interlagos e aguarda novas diretrizes para retomar o campeonato.
Endurance Brasil, Copa Truck, entre outras competições, também estão paralisadas.
Uma saída encontrada pelos campeonatos durante esse período de paralisações foi a realização de eventos virtuais. Fórmula 1, Indy, NASCAR, MotoGP, entre outros, estão organizando campeonatos para animar os fãs nesse período de quarentena
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VÍDEO: Os 5 pilotos da F1 que mereciam ter sido campeões e ficaram sem título

PODCAST Motorsport.com: Quais pilotos brasileiros não tiveram sorte na F1?

 

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